"Senhora Misandra, seu carro está preparado." o homem ridiculamente alto fala da porta de meu escritório.
"Obrigada Joonyoon." falei sem desgrudar meus olhos do monitor. A porta se bateu atrás dele me deixando sozinha dentro da sala escura, somente com a iluminação da rua que chegava da enorme janela localizada atrás de minha mesa.
Meu nome não era Misandra, mas era como eu gostava de ser chamada, era como eu demandava ser chamada. Muitos manifestam o quão excêntrica eu sou, desde minha maneira de me comportar, até a maneira de me vestir. Eu não era assim, quando, uma vez, jovem e inocente, implorando por migalhas, ainda não conhecia a escuridão do mundo. Entretanto, sempre fui uma garota meticulosa, o suficiente para me casar com quem eu não amava, somente visando afastar eu e minha família da pobreza. Meu marido morreu, há alguns anos, e eu herdei toda a sua empresa. Para falar a verdade, a empresa sempre foi dirigida por mim.
Levanto-me, cansada depois de um rigoroso começo de mês, quando a empresa produzia mais, me deslocando até o carro já preparado para mim. Checo mais uma vez meus cabelos, bem presos, meu batom garnet continuava intacto, meu vestido preto impecável, salto virgula igualmente preto. Eu gostava do preto, ele passava poder, assim como eu gostava de ter controle perante a tudo e a todos. Existia uma emoção específica em ter controle. É impossível prever o comportamento do ser humano, não importa em que método psicológico você siga, nada pode prever com eficácia o comportamento. Desta maneira, toda a vez que eu lidava com alguém, principalmente alguém subordinado a mim, sentia um frio na barriga, uma expectativa diante do comportamento da pessoa, e as consequências de seu comportamento, consequências dadas por mim.
Talvez esse seja o motivo de minha dificuldade em encontrar uma paixão. Saí com vários homens, de todos os tipos possíveis, porém perdia o interesse rapidamente. Homens tendem a se comportar de uma maneira rude, ao qual eu abominava. Agiam como se tivessem domínio do ambiente, como se tivessem poder sobre mim. E quando eu tentava impor meu controle sobre eles, fugiam com medo, ou me viam como uma rival, ou até persistiam em me dominar. Então acabei perdendo o interesse, até porque tenho uma empresa grande, com várias filiais na Coreia, para coordenar.
"Chegamos Senhora Misandra." aceno positivamente e devolvo a resposta com um sorriso fraco.
Me dirijo até o prédio, em um tom pastel acinzentado, entrando na recepção. O recepcionista, ao me ver, me conduz até uma sala particular. Seu olhar era enorme, intimidado em minha direção. Eu agradeço o garoto, pelos seus 25 anos provavelmente, e sento na cadeira a minha frente.
Devo dizer que eu não estava orgulhosa em me submeter a isso, porém fui convencida ao contrário por amigas. Mantenho alguns contatos, de quando eu era jovem. Não quis me separar das mulheres que apoiaram tanto a caminhada para o meu sucesso. Elas eram mais velhas que eu, porém nossa amizade era vigorosa. Entregaram-me um cartão vermelho em nossa última reunião de lazer. No cartão estava escrito, em letras espalhafatosas, Froot em dourado. Atrás do cartão havia um endereço, não havia números de telefone, ou qualquer informação. Após voltar para casa e pesquisar o local curiosamente, fico espantada e envergonhada por descobrir que Froot era uma casa de garotos, prostitutos. Mordi meu lábio, com curiosidade e cobiça no coração. Desta forma eu me encontrava naquele local, em uma sala escura, com móveis de madeira rustica, um pouco nervosa e insegura, o que era estranho para mim.
Uma mulher entra na sala, cabelos negros, cacheados até os seus seios. Os cachos pulavam com o andar de seus saltos.
"Boa tarde Senhora.... Misandra?" ela abre um sorriso me estendendo a mão.
"Isso. Boa tarde."
"Fico muito feliz que tenha interesse em nossos serviços! Você havia solicitado a cartela especial, correto?"
"Sim."
A morena me entrega a cartela escura, parecendo um cardápio, o que me incomodou um pouco. Passei pelas páginas chegando até a sessão VIP's.
"Madame! Esses são nossos garotos especiais. Eles são garotos de difícil acesso."
Haviam sete nomes ali. Abaixo dos nomes havia um valor, muito alto, provavelmente por isso a resposta da morena ser receosa. Do lado dos nomes havia uma foto, idade e preferência, o que fez brotar um sorriso de antecipação dos meus lábios.
Princess | 24 | Passivo
Sugar | 23 | Ativo
Monster | 22 | Ativo
Hobi | 22 | Switch
TaeTae | 21 | Switch
Mochi | 21 | Passivo
Bunny | 20 | Passivo Switch
"Eles possuem clientes do sexo feminino?" pergunto.
"Não. Desde que eu trabalho aqui eles nunca receberam mulheres. Mas podemos oferecer outros garotos madame! Garotos com experiência com mulheres."
"Vou agendar." digo satisfeita, fechando a cartela e me levantando da cadeira.
"Senhora?" a garota parecia confusa, surpresa, ao qual somente aumento meu sorriso. "Com qual dos garotos?"
"Todos."
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Froot
Fanfiction"Eles possuem clientes do sexo feminino?" pergunto. "Não. Desde de que eu trabalho aqui eles nunca receberam mulheres. Mas podemos oferecer outros garotos madame! Garotos com experiência com mulheres." "Vou agendar." digo satisfeita, fechando a cart...