Capítulo 26 - Descobrindo o inimigo.

26 10 2
                                    

Agatha...

Dorian cai aos meus pés e eu choro, tento jogar o meu corpo sobre o dele, mas sou lançada para longe, uma luz surge, parece ser de uma vela no canto do quarto e vejo aquele demônio desgraçado arrastar meu príncipe para o outro lado.

- Você é um idiota. – o demônio diz jogando Dorian com força no chão.

- Agora você vai dizer onde está o livro... se não seu principezinho morre. – ele se aproxima de mim e tira o pano que cobre minha boca.

- Seu desgraçado. – sinto meu rosto arder, ele deposita um soco, minha boca esta com gosto de sangue.

- Eu sabia que esse demônio iria vir atrás de você, eu vi como ele te olha, ele te venera, ele é tão idiota que não consegue nem bater em você. Sabia que era questão de tempo, que logo iriam se ver de novo.

Ele se volta para Dorian e chuta o seu estômago.

- Não. – eu grito.

- Cale a boca. – ele grita para mim e chuta Dorian novamente. – Isso que dá demônios amarem. – Ele começa a caminhar em minha direção.

- Isso é culpa sua. – outro soco é depositado no meu rosto. – Você ensinou um demônio a amar... como uma merda de anjo é capaz disso.

- Você que é uma merda. – digo e sinto um soco no estômago, fazendo eu cair para o lado, ele pega em meus cabelos, puxa e me coloca sentada.

- Me diga onde esta o livro preto. – ele me encara, está muito irritado, mas parece se divertir com tudo isso.

- Eu não sei.

- Resposta errada. – ele soca meu estômago, mas me segura para não cair.

- Eu poderia ficar horas te batendo, isso está me dando um prazer tremendo sabia. – ele ri. – Mas eu quero o livro e não tenho tempo para seus joguinhos anjo tolo.

- Se não me disser agora onde aquele livro está enfiarei sua espada no meio do peito de seu príncipe. – sinto lágrimas escorrerem sobre o meu rosto.

- Eu só sei de algumas pistas... mas não consegui encontrar a localização.. está tudo marcado no meu caderno.

- Aquela merda de caderno que não consegui abrir aquele dia. – pisco várias vezes tentando compreender o que ele acabará de dizer.

- Não faça essa cara de desentendida. Achou mesmo que aquele merda ali. – ele aponta para Dorian. – Tinha pegado o caderno... ele é tão burro, que nem isso dava conta de fazer.

- Dorian. – seu nome sai em um sussurro pelos meus lábios e sinto lágrimas traçarem seus caminhos pelo meu rosto, ele não pegou o caderno, ele disse a verdade, eu sabia esse tempo todo e não quis acreditar, ele veio atrás de mim para me salvar e olha a situação que coloquei ele.

- Agora chega de chorar e me diz quais são as pistas.

- Eu... eu..

- Diga sua incompetente. – ele grita e segura firme nos meus braços, me forçando a ficar de pé. – O que aquele demônio viu em você. – ele lança meu corpo para o chão.

- Vamos começar com uma tortura mais forte então. – ele me olha e tira a adaga do cinto. – Suas asas ficariam ótimas decorando minha sala.

- Não. – grito e começo a engatinhar para trás até sentir minhas costas na parede, não, minhas asas não, ele não pode arrancá-las. Ele se inclina e me joga com a face para o chão. Me debato, mas ele senta em cima de mim.

- Qual devo cortar primeiro. A direita ou esquerda? – ele sussurra em meu ouvido. – Depois vou beber seu sangue, mas antes mato seu...

Ele para de falar, um barulho de pancada é ouvido, sinto seu corpo sair de cima de mim e fecho os olhos com medo do que esta acontecendo, barulho de luta é ouvido e abro meus olhos, consigo me virar e me arrasto para o lado, Dorian acordou e esta lutando com o Demônio.

O demônio atinge seu braço, mas Dorian é mais rápido e enfia a espada em seu peito. Ele cai.

Dorian me olha rápido e acaba o serviço, decapitando o demônio, sua cabeça rola e bate em meus pés, eu grito e Dorian corre ao meu lado, me abraça e chuta a cabeça para longe.

Sem dizer uma única palavra ele me desamarra e assim que me vejo livre pulo em seus braços, pedindo proteção e agradecendo por ele estar vivo.

Ele procura minha boca e me beija, me aperta com força e eu solto um gemido.

- Desculpa. – ele diz sem jeito. – Eu não suportaria te perder.

- Nem eu. – digo e agarro sua boca.

- Tem mais alguém com ele? – nego com a cabeça. – Vamos. – ele me ajuda a ficar de pé. – Consegue voar.

- Minhas asas doem, mas acho que sim.

- A cabana fica longe. – ele procura meus olhos. – Mas lá pelo menos sei que é seguro, talvez conseguimos chegar no final da tarde.

- Vamos até lá.

- Agatha... se sentir mal me avise paramos e você descansa um pouco. – confirmo com a cabeça e ele me ajuda a caminhar para fora, recolhendo todas as minhas coisas.

- Defunto. – Dorian chama algo e aquele abutre preto aparece. – Nós vamos voando devagar, fique atento se vir algum anjo ou demônio avise. – O pássaro sai voando.

- Não sabia que tinha um bichinho de estimação.

- Defunto não é bem meu bichinho de estimação, ele é livre, mas eu o treinei, ele me ajuda em algumas tarefas.

- Como invadir o céu e enviar uma carta para mim?

- Sim... mas se soubesse que isso iria acontecer, não a tinha enviado.

- Eu quase não vim.

- Não. – ele me olha espantado.

- Não queria cair em sua conversa.

- Mas não fui eu foi Nathan, aquele demônio. – ele aponta para a cabana.

- Esse era o nome dele!? – digo pensativa.

- Sim... mas Agatha não fui eu. – ele procura meus olhos.

- Eu sei... ele me contou.. me desculpe. – abaixo a cabeça, estou desapontada comigo mesmo por desconfiar dele, Dorian me olha e beija delicadamente minha testa.

- Acho que se eu fosse você, teria feito a mesma coisa.

- Teria? – digo curiosa.

- Bem talvez... eu a mataria também. – Arregalo os olhos – Não me olhe assim, você eu nem consigo dar um tapa, quem dera matar. – Dorian sorri de lado.

- Vamos... por que se continuarmos aqui parados, não chegaremos hoje lá. – Ele diz e pega minha mão, fazendo eu começar a voar com ele.   

2Almas 1Coração (5/Romance/fantasia)Onde histórias criam vida. Descubra agora