*Às vésperas do dia da mulher, resolvi trazer para cá um texto dissertativo meu sobre um tabu que vem rodeando as mulheres a séculos. É um assunto bastante polêmico e que pode levar a diversas correntes de pensamento, de acordo com a bagagem de cada um. Tratei-o de forma um tanto resumida, mas acho que consegui explaná-lo de uma maneira bem interessante. E você, o que pensa sobre o assunto?*
Na pré-história as relações sexuais eram vistas como um ato natural que tinha por finalidade a perpetuação da espécie humana. Naquela época, a única preocupação do homem era sobreviver, por isso, a reprodução tinha um papel importante e era comum o que hoje chamamos de poligamia. Com o surgimento das relações sociais e culturais entre as pessoas, o que era considerado importante mudou, e o sexo passou a ser utilizado também como fonte de prazer.
Interligada à cultura, a visão que as pessoas tinham de sexualidade começou a sofrer influência da religião. O catolicismo, vertente mais antiga do cristianismo, vem sendo, desde seu surgimento, um dos maiores sustentadores da repressão sexual. A imagem da virgem Maria, associada à pureza, foi o começo da supervalorização da virgindade feminina. Essa valorização se perpetuou por tanto tempo na história da humanidade que, apesar de ter menos força do que antigamente, ainda está presente nos dias atuais.
A mulher que se conservava virgem até o casamento era vista como alguém de virtudes, pura e que vinha de boa família. Caso contrário, era rotulada como uma mulher sem qualidades, suja e um mau exemplo. Já no caso dos homens, quanto mais cedo a virgindade fosse perdida melhor, pois ter experiência sexual era, e é até hoje, visto como sinal de masculinidade, e portanto, motivo de orgulho. Em alguns países a poligamia é permitida até hoje, mas só para os homens. Mulheres que mantenham relações amorosas com mais de um homem são castigadas e chegam até a ser apedrejadas até a morte.
Com a crescente independência feminina em todos os ramos da sociedade, o tabu da virgindade vem sendo quebrado. Hoje em dia, quem tem a mente aberta sabe que ser virgem não é sinônimo de ter princípios, e que um hímen (ou a falta dele) não está atrelado aos valores ou às qualidades de uma mulher. Contudo, não é fácil acabar com um dogma que vem durando séculos e a repressão sexual ainda é uma realidade vigente.
