A volta do anjo caído.

m12°:Aliança

~Chris/Leo narrando~

Estava deitado na cama, não entendia como uma simples vingança havia se tornado algo tão complicado. Bem, na verdade eu entendia, eu havia...me apaixonado por Alice.

-Senhor -o servo que deveria ser minha "mãe" apareceu -Precisa que eu faça algo no momento?

Eu olhei aquela criatura bizarra por um tempo e então neguei com a cabeça, voltando a deitar a minha cabeça no travesseiro. Foi quando fui informado de que tinha uma visita. Desci as escadas e vi uma menina morena, com olhos pratas e brilhantes. Ela era um dos demônios mais antigos do mundo, estava na legião de anjos que caíram junto com Satanás.

-Christian.

-Melina -Falei seco.

-Esperávamos que a essa altura você já teria feito algo útil para nós.

-Bem, as coisas...se complicaram.

-Não querido, você complicou as coisas. Na verdade, você deixou uma mortal complicar as coisas.

  Percebi o tom da voz dela, aquele tom dizia claramente que se continuasse assim as coisas se complicariam ainda mais e até poderiam se tornar perigosas, não gostei daquilo, não gostei nenhum pouco daquilo.

-Deixem-na em paz, ela não tem nada haver com isso! -Falei de forma agressiva.

-Não? Pois bem, vamos ver -Ela me prendeu na parede e sussurrou no meu ouvido - Ouça-me com atenção, se você não nos trouxer ou matar os anjos em uma semana, sua preciosa mortal vai receber uma visitinha, e eu posso lhe garantir que ela não vai gostar da visita.

-Não pode fazer isso, Melina!

-Eu posso fazer o que quiser! Mate os anjos ou a mortal vai sofrer -Ela sorriu e então desapareceu.

  Me desgrudei da parede, isso não podia acontecer, não com ela, eu não permitiria. Deixei as minhas asas se desenrolarem e as abri totalmente, então voei até a casa dela. A encontrei deitada na cama, ela obviamente tinha chorado até dormir. Antes que eu pudesse entrar no quarto, algo me empurrou, me fazendo bater na parede e cair no chão.

-Saia daqui Christian! -Daniel gritou -Ela não precisa sofrer mais!

-Ela está em perigo, por favor Daniel.

-Que tipo de perigo?

-Dos grandes.

-E por que eu devo acreditar em você? -Ele me olhou sério.

Pensei por um momento, ele não tinha porque acreditar, nunca havia dado razão para que acreditasse.

-Não tenho o que dizer...só imploro que acredite, por favor, por ela -Suspirei - Acredite em mim, ela é importante pra mim.

  A expressão dele se suavizar e ele concordou com a cabeça, era como se ele soubesse que eu estava sendo sincero.

-Obrigado Daniel. Proponho uma trégua para salvá-la e bem, salvar outras pessoas também.

Daniel pareceu surpreso, ele ficou me olhando tentando decidir se acreditava ou não, os olhos azuis dele brilhavam como um raio, era quase eletrizante, eu sabia muito bem que aquele olhar queria dizer que ele estava pensando em me matar.

-Daniel, por favor, escute, eu sei que não fui digno de confiança em momento nenhum, mas agora quero ajudar...ela, bem, ela me mudou de algum jeito.

-Bem Christian, eu não confio em você, mas também não duvido. A trégua foi aceita, vamos ver quem você é de verdade

Ambos entramos no quarto dela para conversar as melhores medidas de segurança e vigia-la enquanto dormia. Aproveitei e contei tudo para Daniel, desde o primeiro plano ainda no inferno, até o prazo que eles haviam me dado e as ameaças que haviam feito. Eu não queria que Daniel confiasse em mim, queria que Alice confiasse, eu precisava disso. Eu a amava, não consegui admitir isso por muito tempo, mas agora sabia que era verdade, eu a amava. Era estranho, mas era verdade, e não importava o que eu era agora, eu lutaria ao lado dos anjos que me mandaram para o inferno para salvá-la, eu faria qualquer coisa por ela.