Capítulo 33- Amargo amor

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           Alegria. Era tudo o que Charlie sentia em seu espírito. A sensação de estar vivo. A doce alegria de acordar e poder sorrir, as provocações e piadas de mal gosto de seu pai não fazia mais efeito no jovem.
      Nada mais importava, somente ela,Andy. A única capaz de fazê-lo sorrir de verdade. A pessoa que fez sua vida ter sentido.

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      O dia havia amanhecido. Ele abre as janelas tendo o vento gelado batendo em seu rosto anunciando a manhã fria que enfrentaria. Arrumou-se,como de costume colocou uma blusa de frio preta,tampando os cortes que estavam um pouco dolorido, dessa última vez ele havia feito cortes muito profundos. Mas algo lhe dizia que esses seriam os Últimos, talvez fosse Jason? Não se sabe, apenas ouviram esse pensamento ecoar em sua mente.

      Indo para a sala de estar ele se encontra com seu irmão. Ambos se cumprimentam e pegam seu caminho diário para a escola. Charlie permaneceu quieto,não sabia como dizer o que aconteceu com  a Andy,era algo meio embaraçoso. Talvez o silêncio no momento seja o adequado
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   Ambos chegaram um pouco atrasados,assim que chegam cada um vai para sua sala. Correndo o mais rápido que podia Charlie chega em sua sala.Por sorte o professor não está na sala,ele entra e senta  em seu lugar de costume. Olha para o lado e vê Andy que sorri docilmente para ele que retribui tímido.

       Ele retira seus materiais que os arruma sobre a mesa enquanto o professor não chega. De repente ouve um barulho alto,olha para frente e vê dois garotos fechando a porta de forma bruta a trancando com a chave. Sem nem entender ele sente calafrios,a risada de Jason ecoa sobre sua mente,olhando para outro ângulo Charlie fita o demônio de sua mente parado, com o mesmo sorriso mal que demonstra sempre que seu companheiro sofre e se machuca. Isso não é bom sinal! Não mesmo!

       Mãos tocam seus ombros, quando olha vê duas garotas atrás dele.

        —Oi Charlie, sabe eu estou com frio,não trouxe nem um casaco hoje, será que poderia me emprestar o seu?—Uma delas pergunta com sarcasmo.

       Ele sente um nó na garganta, não sabe o que irá responder a garota, porém, antes que fizesse qualquer coisa é interrompido pela Andy.

      —Garotas não o perturbem, por que não fazem isso logo hein?! —Andy puxa a blusa dele conseguindo arranca-la expondo  os braços marcados pelas cicatrizes.

        Todos ficam pasmados ao verem a cena. Charlie tenta esconder seus braços mas é impossível, não dá mais para fazer nada. Alguns ficam assustados, outros com nojo,mas havia os que riram dele.

       Risadas  altas misturadas com zombarias eram a única coisa que ele conseguia ouvir,a única coisa.
         Estranho. Idiota. Doente!

       O que mais iriam inventar? Porém o mais doloroso não foi isso,e sim ver quem menos esperava rir dele. Junto de suas amigas Andy ria dele, afinal ela ajudava nas zombarias. Era como se tudo que passaram não tivesse nenhuma importância.

       —Andy por que fez isso?—Pergunta triste se referindo as ações dela.
       —Você é mesmo idiota não é querido?! Sabe estava em meus planos apenas de iludir, mas depois que vi essa coisa nojenta em seus braços percebi que seria muito melhor compartilhar com todos não acha?

        —Planos?Do que você está falando?

         —O que foi bebê chorão, pensou que a Andy realmente te ama?—Henry,um garoto que sempre infernizava Charlie exclamou sarcástico provocando mais risos dos seus amigos.—Acha mesmo que de tantos garotos ela se interessaria por você? O fato de terem mais intimidade não comprova nada!

        Charlie fica pensativo, como Henry saberia de algo que ocorreu entre ele e Andy?Só passava uma justificativa em sua mente,uma que ele se recusava a acreditar. Até o maldito momento que Henry revela tudo e afirma o que ele não queria acreditar:
        —Isso não passou de uma aposta Charlie Peterson! Eu e Andy fizemos uma aposta,caso ela conseguisse te conquistar e te  iludir, em troca daria a ela tudo que me pedisse! Legal não é? Você foi usado! Então como se sente seu idiota?

     Mais risos. Aquilo tinha sido o seu limite. Ambo não pode conter as amargas lágrimas que desciam de seus olhos. Esse tempo todo, horas que lhe proporcionaram momentos de vida e amor eram apenas uma farsa, seus sentimentos tinham sidos trocados por uma aposta idiota, tudo dele havia sido jogado fora.

         Abaixando a cabeça ele deixa que suas lágrimas aumentem, a zombaria, tudo não fazia mais sentido. Mãos passam pelos seus fios levantando sua cabeça cruzando seus olhos com os de Andy que sorria de orelha à orelha.     Olhar para aquele olhos foi doloroso, uma mistura de tristeza, decepção e ódio o corrompeu.
       Não pode se conter e por impulso, certamente por influência de seu demônio, agarra os cabelos dela deixando seu rostos próximos,ele rouba um beijo dela,mas não um beijo qualquer, Charlie morde o lábio inferior dela o puxando e fazendo um terrível corte. Ela grita de dor, empurra ele o derrubando no chão, os outros assistem essa cena assustados.

       —Seu desgraçado! Por que fez isso hein? —Grita dando um tapa em seu rosto. Ele apenas lambe os lábios secando o sangue e fica em silêncio. —Você não perde por esperar, eu tenho uma surpresa para você querido!

       Andy se afasta, depois de alguns segundos volta com um frasco transparente nas mãos. Sorri ironicamente ao seu "amado" e abri o frasco jogando em cima dos braços dele.

       O líquido escorregadio penetrou nas feridas dele,pelo cheiro e ardência provocada ele percebe que era álcool.

       A merda do álcool foi penetrando mais fazendo os cortes fundos arderem intensamente. Porém ele não demostrou nenhuma dor,ficou imóvel descontando sua dor nos punhos fechados os apertando mais e mais.

      Pode ver a expressão de decepção dela, antes que fizesse mais alguma coisa o professor entra na sala. Todos se sentam rapidamente, Andy esconde seus lábios com as mãos enquanto uma de suas amigas procura algum pano para secar o sangue.

       O professor vê Charlie no chão, imediatamente fita os braços do jovem,mas antes que fizesse ou falasse qualquer coisa o garoto sai da sala transtornado.

     
        Qual  rumo sua vida tinha tomado? O que fazer?

       —Então, o que irá fazer suicida? —Ele ouve seu querido amigo lhe perguntar.

      —Não sei ... Mas preciso de sua ajuda meu amigo! Eles pisaram em mim,pois então verão meu outro lado, o demônio em mim!

        Jason sorri aprovando a atitude do companheiro.

       —Não se preocupe! Eu te protegerei,apenas relaxe e deixe o resto comigo!

         A parceria havia sido feita.
          O ódio e decepção juntos em uma  doce e amarga vingança.  

Amor psicopataOnde histórias criam vida. Descubra agora