A Cold Night

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Já haviam se passado três semanas desde que Harry, Rony e Hermione haviam chegado ao Largo Grimmauld, fugidos do casamento. Após uma longa conversa e discussão, resolveram que seria melhor que fossem dormir nos quartos finalmente. Não era bom que ficassem esparramados de qualquer jeito na sala de estar. Qualquer um que entrasse, poderia os matar. Mesmo que com o alarme de dumbledore, não era suficiente. Haviam muitos quartos na casa dos Black, no máximo 10, e cada um ficou com um. Harry, como já esperado, ficou com o de Sirius que ficava no final do corredor extenso e negro. Hermione aos poucos foi ajeitando a casa, e agora já estava bem mais arrumada e aconchegante. Limpou os quartos com um aceno de varinha e ascendeu velas. Agora não havia-se mais lençóis empoeirados e teias de aranha por todos os lados. Rony ficara com o quarto ao lado , e hermione no defronte. Passaram orelhas extensivas por debaixo das portas, para que caso alguém precisasse de ajuda, seria só chamar e os outros dois ouviriam. Fora que Hermione redobrara fortemente os feitiços de proteção pela casa toda, e por fora da casa também, impedindo que qualquer um que não fosse convidado, penetrasse na casa. Era suficiente agora. O alarme de dumbledore, feitiços fortes de proteção, orelhas extensivas e Monstro, o elfo, para os alertar de intrusos. Em uma noite específica, estava muito frio, e Hermione não conseguia pregar os olhos. A garota estava deitada de barriga para cima, com os braços sobre a barriga, abraçando levemente um pequeno travesseiro, como uma criança assustada. Olhava para o teto escuro e negro, onde pairava uma vela apagada, e via-se a luz do luar entrar pela fresta da janela, que estava quase coberta por completo por uma cortina cor de azul marinho. Apesar de seus olhos estarem abertos, sua mente estava vagando por um lugar bem distante dali. Naquela mesma tarde, Rony e Harry correram grave perigo. O novo ministro da magia, havia dado ordens a seus capatazes, para que identificassem as varinhas de todos os funcionários do ministério. E Rony e Harry não haviam ido novamente embaixo da capa de invisibilidade, pois estavam experimentando como seria irem disfarçados de outra pessoa até lá. Pegaram cabelos de pessoas comuns, e tomaram um pouco de poção poli suco. Tiveram que sair ás pressas de lá, e informaram que alguns dos guardas, evidentemente perceberam que eles estavam fugindo. Hermione sentiu seu coração congelar, ao pensar no que poderia ter acontecido aos dois caso fossem pegos. Principalmente Rony. O rapaz que estava no quarto bem a frente do seu, e que em todos os dias implicava constantemente com ela, pelo simples e difícil fato, de que ela não possuía ingredientes suficientes para lhes preparar uma refeição melhor. Ele parecia não enxergar nada quando estava com fome. Não percebia que ela não tinha culpa de tudo aquilo, que ela nunca fora ensinada a cozinhar, e que nem ao menos tinha ingredientes para preparar refeições. Não via os esforços que a garota fazia para que os três ficassem bem. E principalmente, não via o quanto ela sofria por ele. Seu coração já não aguentava mais toda aquela tortura. Por quê Rony era assim? Tão imaturo e cruel com ela? Não percebia seus olhares sobre ele? Não se deu conta de que ela quase morrera quando ele estivera com a nojenta de Lílá Brown? Por que era tão grosso com ela e do nada ficava tão amável e depois voltava a tratá-la tão mal? Qual era o problema dele com ela? Por que era tão indeciso. A garota estava completamente perdida em seus devaneios, sentindo seu coração acelerar cada vez mais sempre que se lembrava dos momentos em que o garoto havia sido tao amável com ela. Como há algumas semanas em que dormiram de mãos dadas, e ela pensara que provavelmente em breve ele iria se "declarar" para ela, finalmente. Mas nada acontecera e Rony ficou cada vez mais afastado de si. Parecia que sempre que se aproximavam, ele sentia medo e fugia dela. Ela estava cansada disso. Não se sabe da onde, nem como, mas naquele momento, uma coragem absurda cresceu dentro de corpo, assim como o desejo incontrolável de saber qual seria a resposta dele para todas essas perguntas.
Ela se levantou de um salto, e respirou fundo, puxando todo o ar dentro de si. Ela deveria mesmo fazer isso? E se ele risse dela, ou achasse tudo isso anormal? Será que responderia, ou ficaria extremamente envergonhado como sempre e arrumaria um motivo para brigar com ela? E se a resposta fosse Não? Ela precisava saber. Estaria se apressando? Ela precisava saber, definitivamente, seu peito não aguentava mais. Sua cabeça não lhe deixava em paz nunca mais desde que descobrira seus sentimentos verdadeiros por ele, e percebera que ele estava confuso sobre estes sentimentos dentro dele também. Não podia esperar mais, mesmo que ainda fosse cedo demais. Estava uma guerra para começar, já haviam se tornado procurados. Muita gente queria matá-los. Não dava para ver Rony morrer, ou morrer, sem saber a resposta. Então decidiu que sim. Se aproximou do guarda-roupas e retirou seu casaco, se cobrindo com ele. Respirou fundo novamente, e tomou um gole de água que estava sobre o criado mudo. Sentiu sua pele se arrepiar, imaginando como seria. Temerosa, se aproximou da porta, e lentamente, girou a maçaneta, tomando todo o cuidado do mundo para não fazer barulho. Notou que da orelha extensiva vinha um alto som de Ronco, e logo tomou conta de que era Harry. Rony mal roncava, e quando roncava não dava para se escutar tão alto assim. Assim que a porta fora aberta, saiu para o corredor, notando que a porta de Rony continuava intacta como ela havia deixado ao sair de lá e dar-lhe boa noite. Fechou a porta atrás de si, e olhou por todo o longo corredor, com medo de dar de cara com algo ou alguma coisa, o escuro a assustava muito. Sentindo seu corpo se arrepiar de medo de ser surpreendida por algo, correu em direção a porta de Rony e entrou rapidamente, sem se importar desta vez com o barulho, ou que ele a pegasse entrando em seu quarto. Fechou a porta rapidamente, e se encostou de costas sobre ela, como alguém que foge de algo e consegue se esconder. Seu peito subia e descia rapidamente. Para seu espanto, e também surpresa, Rony estava acordado, sentado na cama. Evidentemente assustado, com a varinha em punho apontada para ela, seu peito subia e descia como o dela, e ele estava muito surpreso e extremamente preocupado. Puxando o ar e se acalmando, o garoto finalmente falou, a olhando ainda assustado:
—Pelos céus! Você quase me mata de susto. O que aconteceu?? Por que estava correndo?? Por que está assim? - Ele a olhava preocupado. - Alguém invadiu a casa??? - Perguntou espantado.
Hermione respirou fundo, tentando controlar a respiração e o fôlego, e finalmente soltou uma leve gargalhada, e o olhou nos olhos, respondendo:
—Não... calma... eu... ai eu sou uma idiota. - Ria ela, olhando para todos os lados menos para Rony. - Fica tranquilo Rony... ninguém invadiu e estou bem. É que eu estava vindo para seu quarto, e... bem, eu morro de medo de escuro. Fiquei com medo de dar de cara com alguma coisa e morri de medo.... - Bobeou ela dando um leve tapa na testa, ainda sorridente.
Rony ficou evidentemente surpreso, e com uma rúbia de dúvidas em suas expressões. Olhou Hermione um pouco atordoado,e perguntou parecendo querer se esconder da garota:
—Você não é um comensal desfarçado de Hermione é? - Disse ele com aquela careta horrorizada que fazia quando estava com medo.
—Não! Como pode pensar isso Rony?? Calma... sou eu a mione... - Tentou explicar-se ela, se aproximando.
Para sua surpresa e receio, Rony apontou a varinha e se afastou se tacando para o outro lado da cama, mas nada disse, apenas a encarou.
—Ande! Me pergunte algo que somente eu saberia. - Pediu Hermione delicadamente, sorrindo meiga.
Rony ficou um pouco pensativo por alguns instantes e então soltou:
—Hum... - Pareceu pensativo, a olhando de baixo a cima, só então notando como ela estava vestida. - O que Hermione me disse na noite em que nós dois brigamos no baile de inverno no 4º ano? - Perguntou ele certeiro.
Hermione abaixou a cabeça e sorriu, intimidando-se um pouco. Por que justo aquela pergunta Rony lhe fizera? Isso era uma memória que ele guardava a sete chaves? Sorriu com o pensamento e a lembrança de como foram imaturos naquele baile, e penetrou os olhos azuis do garoto com os seus, e sussurrou, se aproximando aos poucos da cama dele, meiga:
—Da próxima vez, crie coragem e me convide antes que outra pessoa me chame. E não como última opção! - Disse ela imitando o mesmo tom de voz que fizera no baile, quando mencionara a frase.
Rony piscou algumas vezes, parecendo aliviado, e também envergonhado pela pergunta que fizera. Finalmente abaixou a varinha, e a colocou na cômoda ao lado da cama, sorrindo timidamente:
—Desculpe... eu tinha que me certificar que era você... - Explicou-se ele passando timidamente as mãos pelo rosto.
—Eu sei, não se preocupe, eu faria o mesmo... e por quê justo essa pergunta? - Soltou Hermione sem pensar duas vezes.
Rony a olhara espantado, parecendo procurar rapidamente por uma resposta falsa, e soltou gaguejando:
—Err... bem... foi a única que me veio na cabeça na hora... bom, quem esqueceria essa frase. - Sorriu ele voltando a se sentar na cama, tentando esconder o rosto agora corado.
—É.... sim... tem razão. - Disse ela também se sentando na cama, na outra beirada. - Foi uma baita surpresa pra mim, mas eu reparei que você... que você não esqueceu disso. - Sussurrou ela por final, agora corando levemente também.
—Como assim? - Perguntou o garoto a olhando intrigado.
—Bem... no casamento do seu irmão você viu o Krum, e me convidou pra dançar antes dele, Rony. - Comentou ela, explicando.
Rony novamente abaixou os olhos, agora parecendo ainda mais corado e incomodado pela presença dela, colocou as mãos no rosto, fingindo estar com sono e disse:
—É... mas é porque ele não serve pra você Hermione... eu não gosto desse cara... você sabe.. que ... que eu considero ele um inimigo... ele é da Durmstrang.. você sabe Mione.
Hermione sorriu ao ouvir uma das maiores mentiras de Rony, e também abaixou a cabela, tomando forças para pronunciar:
—E quem serve para mim Rony? - Sussurrou ela, lançando seu olhar diretamente no de Rony, que se levantou ao mesmo tempo em que ouviu a frase. - O certo não seria eu decidir quem serve ou não serve para mim?
O garoto pareceu novamente sem resposta e engoliu em seco, fixando seu olhar no da garota:
—É. Você tem razão... e eu não sou seu pai pra decidir quem é bom ou não pra você, herm.. - Gaguejou ele, coçando levemente a cabeça.
—Rony... - Sussurrou Hermione abaixando a cabeça, e apertando forte as próprias mãos.
Rony pareceu agora extremamente atento a ela, parecendo ansiar pelo que ela iria dizer. Talvez na esperança de que ela dissesse que o certo para ela não era o Krum. Mas Hermione ficou calada, com uma expressão de medo. Rony não disse nada, nem tentou forçar Hermione a dizer o restante da frase, pareceu entender que a garota precisava respirar para dizer o que ia dizer. Então ela novamente olhou pra ele, e pareceu muito envergonhada. Novamente abaixou os olhos e disse:
—Se eu fosse escolher quem é bom o suficiente para mim... seria... - A garota apertou os olhos, parecendo tomar a mais profunda de sua coragem grifinória.
—Seria quem? - Perguntou Rony penetrando Hermione com seu olhar.
—Ah... - Hermione respirou fundo, e olhou para ele sorrindo meiga e chateada. - Deixa pra lá.
Se sentiu uma tremenda idiota por ter deixado passar este momento. Ela estava ali, a sós com ele, e ele parecia querer ouvir o que ela tinha a dizer finalmente, mas sua coragem a abandonou. Ela não conseguira dizer. Rony ficou igualmente chateado, e suspirou parecendo querer dar um soco na parede, mas retribuiu o olhar e o sorriso, e sussurrou:
—Bem... o que você quer? - Perguntou ele.
—O quê? - perguntou Hermione desentendida.
—Ué... você veio no meu quarto... até agora não te perguntei pra que.... sabe a conversa foi surgindo... o que veio fazer aqui Hermione? - Rony parecia certeiro e determinado a fazê-la falar pelo menos uma simples coisa.
Hermione ficou em silêncio, e coçou a nuca, olhando em direção a porta do quarto de Rony. Olhou nos olhos azuis de Rony e perguntou parecendo querer chorar:
—Você não tem nenhum palpite Rony? - Ela o olhava tão esperançosa, que Rony jurou que ela esperava que ele a beijasse naquele exato momento.
Ele pareceu pensativo e ela notou que suas orelhas estavam ficando cor de pimentão, então ele falou:
—Na verdade nenhum... você quem tem que me dizer Hermione...
Hermione pareceu muito chateada, e novamente sorriu para ele, meigamente, apertando ainda mais suas pequenas mãos.
—Ér... não era nada em especial... só queria me certificar de que estava tudo bem por aqui... e com você... - mentiu ela.
Rony reparou que os olhos da garota estavam segurando as mais profundas de suas lágrimas e assim que ela abaixou o rosto, uma de suas lágrimas escorreram. Extremamente desesperada, a garota a enxugou, voltando a olhar para o ruivo atenta, para ver se ele tinha visto que ela agora chorava. E sim, Rony havia percebido.
—Hermione... o que foi? Eu estou bem... não tem porque se preocupar. Fique tranquila. - Rony tentou acalmá-la.
Rony não chegava nem a dez metros de Hermione quando estavam sozinhos, mas vela assim tão triste, fez com que ele reunisse seu carisma e coragem e se aproximasse da garota. Ficou a poucos centímetros dela, e se atreveu a passar as mãos levemente pelas costas e cabelo dela, na intenção de acalmá-la.
—Não é isso Rony... - Disse ela enxugando as lágrimas que teimavam em cair. - É que.. você... eu...
Rony olhou atento para ela, percebendo que ela estava a um triz de desembuchar de uma vez por todas o que tinha intalado na garganta. Por que ele não coperaria? Nunca tinham chegado neste nível, era agora. Ele seria novamente imbecil para deixar ela escapar de seus dedos?
—Olha... mione... de verdade... se você tem alguma coisa pra me dizer... - sussurrou ele, agora mantendo as mãos afastada dela. - se tem algo pra me dizer... pode dizer... eu... eu quero ouvir. - incentivou ele.
Hermione finalmente cessou as lágrimas. Ela conseguira o que queria. Rony estava sensível, e atento a ela como nunca. Ele a queria ouvir, e estava coperando para que se aproximassem. Ficou séria, e enxugou o rosto, se recompondo. Olhou para as próprias mãos e sussurrou para Rony:
—Na verdade eu queria te fazer uma pergunta Rony. - Falou finalmente.
—Pode perguntar... eu irei te responder... - Disse ele curioso.
—é sobre uma coisa que... que não me sai da cabeça.... e eu preciso saber... - Continuou ela, apertando os próprios cotovelos.
—E o que é? - Perguntou ele agora ainda mais intrigado.
Hermione desta vez olhou firme nos olhos dele, perfurando seus olhos azuis tanto como jamais havia feito. Seu rosto ficou sério, e ela cruzou os braços. Rony apesar de pego de surpresa, manteve o olhar, e se manteve firme, pronto para ouvi-la. Então finalmente Hermione perguntou:
—Por que você namorou com Lilá?
Rony não sabia onde enfiar o rosto. Por que ela tinha que tocar neste assunto? O que iria dizer? Ela tinha ficado muito abalada com isso, ele sabia, e ela nem tentou esconder, não conseguia esconder. Ele havia perfurado o coração dela e se sentia muito culpado por isso. Fez uma expressão de tortura emocional sobre si mesmo, e repulsa por algo, e abaixou a cabeça, apertando o rosto com as mãos, evitando encarar a morena.
—Rony eu quero a verdade. Me diz... por quê?
Rony sentiu seu sangue ferver. Por que ela o deixava tão nervoso?
— Por que você quer saber Hermione? Isso é pessoal... não é da sua conta. - Disse ele grosseiro, implorando para que ela saísse do quarto brava com ele e esse assunto cessasse.
Mas Hermione apesar de chateada pela grosseria do rapaz, continuou firme. Ela já tinha chegado até ali, não iria embora sem a resposta.
—Rony... por favor... só me diga isso. - Pediu ela tentando se aproximar dele, que se afastou. - Ronald. - Disse ela firme. - Eu vim até aqui... você sabe que isso é difícil. Estou aqui com você... eu estou aqui... me diga. Mas me diga a verdade.
—E daí que você está aqui? - Continuou ele grosseiro agora se levantando e andando de um lado para o outro. - Não quero falar com você sobre isso Hermione... é melhor não...
Hermione abaixou a cabeça, e parece tão magoada quanto quando o viu com Lilá. Passou as mãos sobre os olhos, tentando conter todas as lágrimas que voltavam a cair. Rony se sentiu o maior idiota do mundo. Ela tinha razão. Ela tinha tomado uma iniciativa. Ela estava ali. Mas não! Ele tinha que ser sempre um legume insensível. O que ele ganhava escondendo seus sentimentos? Hermione levou o rosto, que estava repleto de lágrimas por todos os lados, e o olhou nos olhos, impiedosa:
—Não importa pra você eu estar aqui? - Perguntou ela.
—Não! - Continuou Rony. - Nem sei o que você veio fazer aqui! Você sempre fica no meu pé! Não sei porque se preocupa tanto comigo! Você é muito mandona, devia cuidar mais da sua própria vida! Você já pensou em arrumar um namorado? Isto resolve!!! - Ele foi totalmente impiedoso com ela, e olhou para todos os lugares menos para a garota arrasada na beirada de sua cama.
—Você... não vai me dizer a verdade? Não vai me dizer por que namorou a Lilá Brown Ronald? - Perguntou ela ficando de pé de frente para ele, parecendo muito nervosa.
Rony teve certeza que iam discutir. E já que havia começado, deveria terminar.
—Já disse que não! Você não tem nada a ver com isso Hermione. - Disse ele cruel. - Você não tem nada a ver com a minha vida e muito menos com a minha vida amorosa!
Ele parou de frente para ela, olhando-a com a maior cara de bravo que conseguiu fingir. Mas por dentro seu peito estava se corroendo. Ele jurava que ela iria gritar com ele, e discutir como sempre. Mas para sua surpresa e também desgosto, Hermione mordeu o lábio inferior, e derramou tantas lágrimas que ele jurou nunca se perdoar. A garota deu uma última olhada para ele, como alguém que tenta confirmar que aquilo ia ficar assim mesmo, e nada disse, apenas seguiu em direção à porta e girou a maçaneta. Ela não abriu a porta de imediato, ficou parada como alguém que se força a fazer algo. Antes de sair, disse sem olhar para ele:
—Sabe Rony... eu tinha vindo aqui para te dizer que ... que se fosse escolher alguém... seria você. Mas sabe.... - Disse ela agora virando-se com o olhar mais cruel e decepcionado do mundo, de alguém que tem ódio e revolta. - Eu me enganei. E fique tranquilo Ronald Weasley. Eu irei te deixar em paz. E não espere, porque eu nunca mais, ouça bem, o que aconteceu aqui hoje nunca mais vai acontecer Ronald. Eu nunca mais irei entrar no seu quarto para tentar te amar...
Rony ficou parado feito uma estátua. Agora quem estava sem fala era ele. Que tipo de idiota imbecil ele era? Hermione virou-se impiedosa e saiu do quarto, batendo a porta atrás dela, com força. Rony pulou com o estrondo, e só agora percebera que os roncos de Harry haviam cessado há muito tempo. Sentiu vergonha e culpa pelo amigo ter ouvido tudo aquilo. O que iria fazer agora? Hermione jamais o perdoaria. Deu um soco forte na parede e soltou um grunido e sem se preocupar que Hermione ou Harry ouvisse, gritou:
—Seu idiota!!! Ogro, ridículo Ronald Weasley!! Mas que droga!
Após descontar toda sua raiva na parede da casa dos black e rasgar o papel de parede com sua força, bateu a cabeça na parede e chorou como nunca. Ele sabia que Hermione e com certeza Harry estava ouvindo tudo aquilo. Sentiu esperança de que Hermione voltasse e o consolasse, percebendo que ele estava arrependido, mas isto não aconteceu. Aos poucos parou o choro, ao perceber que outro choro se ouvia. O choro de Hermione.

Rony e Hermione PalavrasWhere stories live. Discover now