Houses and Potions

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Troye's POV:

Finalmente sentados na sala precisa, Dan Howell começa a falar.
— Os ingredientes que Franta pegou podem ser usados em uma poção do morto vivo, mas ainda sobram dois ingredientes. — um silêncio pairou como se ele buscasse em sua memória — Raiz de Venomous Tentacula e galho de um Salgueiro Lutador.
— O que ele vai fazer com isso? — Lester perguntou.
Não havia resposta e o silêncio parecia ecoar pela sala imensa. Segurei a mão de Tyler em conforto, ele parecia cada vez mais preocupado e temeroso, mas não dizia nada.
— Eu posso ir até a seção restrita, ver se acho mais alguma coisa. — Dan proferiu em tom de consolo e Tyler ergueu a cabeça, como se seu amigo tivesse lhe mostrado o último flash de esperança do mundo.
— Você não deveria ir sozinho. — sugeri — Phil? Você pode ir com ele?
Os olhos de ambos os rapazes de arregalaram por um instante. Howell tentou falar, mas parecia não ter palavras, Lester por outro lado sorriu amarelo e acenou a cabeça.
Estava decidido, então. Dan e Phil iriam a seção restrita da biblioteca para tentar descobrir o que Connor estava planejando com os dois últimos ingredientes e eu passaria a noite no dormitório da Grifinória, tentando consolar Tyler.

O silêncio pairava sobre o quarto. Os outros rapazes já estavam dormindo quando chegamos e fizemos o possível para não acorda-los.
Tyler havia me emprestado seus maiores pijamas, mas eles ainda se mostravam curtos em meus braços e pernas. Ele usava uma camiseta azul com listras verticais e nenhuma calça.
— Isso aí são leõezinhos na sua cueca? — ri assim que deitamos em sua cama.
— Talvez... — ele sorriu, mas seus olhos ainda estavam tristes. — O que você está fazendo olhando pra minha cueca de qualquer forma?
— Cueca? Que cueca? — sussurrei, fingido tentar disfarçar.
Ele sorriu, era um pouco mais verdadeiro.
Apalpei embaixo das cobertas no escuro buscando sua mão e segurei-a com firmeza. Ele moveu seu rosto para perto do meu e encostou sua testa na minha e seu nariz no meu. Eu sorri.
Passei minha mão livre sobre seu peito, seu pescoço e sua bochecha, repousando-a em sua nuca e permitindo que meus dedos brincassem e acariciassem seu cabelo. Ele sorriu.
Tyler plantou um beijo delicado sobre meus lábios e voltou a posição anterior.
— Obrigado. — ele sussurrou.
— Por que? — perguntei.
Mas ele havia fechado os olhos, então, sorrindo, eu fiz o mesmo. Buscando relaxar. Buscando esquecer a potencial ameaça que dormia na cama ao lado. Buscando acalmar meu coração, que pulsava intensamente com o contato com o rapaz que eu gostava.
Assim buscando e buscando e buscando eu relaxei e deixei o sono me tomar, adormecendo pela primeira de muitas vezes na mesma cama que Tyler Oakley, grifinório, baixinho, gay... e um dia, meu namorado.

Phil's POV:

A seção restrita era mais assustadora do que havia antecipado e era um alívio estar de volta à minha sala comunal.
Enquanto sentava no chão ao lado de Dan Howell, uma série de perguntas voavam em minha cabeça como pomos de ouro e as palavras nos livros que havíamos pego flutuavam em frente aos meus olhos desconexas.
— Se você é tão bom em poções, por que não está no clube do Slughorn? — essa não era uma das tais perguntas.
Antes de responder Dan me lançou um olhar de lateral, como se quisesse me mandar ficar quieto.
— Quanto menos tempo eu puder passar com a aquele bando de sangue puro racista,  melhor. — O silêncio pairou por alguns instantes — Você achou alguma coisa?
— Não. — Silêncio — Por que você me odeia tanto? — Essa era uma das perguntas.
— O incidente da coruja, expresso de Hogwarts, primeiro ano. — Ele bufou — E... hum... eu não, é... — ele hesitou, como tomasse coragem — eu não te odeio.
A frase saiu tão baixa que eu mal pude ouvi -la, mas imediatamente sorri e como se fosse ensaiado, ele sorriu de volta.
— Ah — eu disse.
— É — ele respondeu.
O silêncio pairou sobre nós, sendo interrompido apenas por um ecoante tic todo vez que o ponteiro das horas se movia no relógio.

— Se continuarmos assim é melhor você achar uma poção para me ressuscitar, porque eu vou, literalmente, morrer de exaustão. — Eu ri.
Mas o rosto de Dan tomou uma expressão seria, uma mistura de medo e satisfação. Sem hesitar o rapaz abriu sua mala, tirando dela livro atrás de livro,  penas, tinteiros... levei um instante para notar que a bolsa tinha um feitiço que lhe dava fundo infinito, mas não tive tempo para questiona-lo, pois em alguns segundos ele abriu um novo livro sobre a mesa. Sua capa era de couro, as páginas velhas e rabicdas com anotações e desenhos.

— Meus pais gostam de ir a travessa do tranco quando me levam para comprar os matérias do ano letivo — Dan folheava o livro. — Eu costumo ficar na livraria enquanto eles passeiam por lá, é um lugarzinho bem estranho se você me perguntar. Nao que a livraria seja cheia de arco-íris, mas as obras são interessantes, comprei este aqui no nosso primeiro ano. "Os Segredos das Poções Escolares".
Ele mostra outros lados das poções que aprendemos na escola. E se não estou errado, ao acionar dois ingredientes a poção do Morto Vivo, é possível criar uma poção que ressuscita criaturas mágicas. ão bruxos, apenas animais! — ele parou em uma página que se lia:

"Poção do Morto Vivo e Seus Segredos"

— Aqui, — ele limpou a garganta — "... com duas raízes de Venemous Tentacula e um galho de cinco centímetros de um Salgueiro Lutador é possível usar a poção do Morto Vivo para ressuscitar criaturas como hipogrifos, pixies e outras perigosas demais para serem nomeadas aqui. Para trazer a criatura de volta a vida..." blá, blá, blá... É, nós precisamos avisar Tyler e Troye.
— Amanhã, — bocejei — está tarde.
— Nessa caso, vou voltar para as masmorras... Tchau.
Dan começou a levantar-se enquanto falava e, como reflexo, segurei seu braço. Ele se voltou para mim e eu o soltei, engoli seco, achei que fosse lançar um feitiço sobre mim.
— Desculpa. — indaguei, o ar abandonou mainha garganta por um momento — Está tarde... você... hmm podeficarsequiser.
Me recusei a olha-lo nos olhos tendo me arrependido da oferta antes de termina-la ~o que o levaria a querer ficar?~ E eu estava certo.
— Não se preocupe. — Silêncio — Além disso acho que seus amigos não vão gostar de ter um sonserino em sua sala comunal ou dormitório.
— Não está com medo de cruzar com Filtch ou Madame Nora? De ser visto? De tomar uma detenção?
— Relaxa Lester, duvido que eu seja pego, mas achei bonitinho que você tenha se preocupado. — Caçoou indo em direção a porta.

Assim que os barris voltaram a seus lugares e me vi sozinho na sala comunal, deixei meu corpo cair sobre o sofá.
A voz de Dan me chamando de bonitinho ecoou pela minha cabeça, meu estômago se contraiu, tive um impulso incontrolável de sorrir e o fiz, então, com um aceno de varinha, apaguei a lareira, de forma que única luz na sala fosse a lua quase cheia do lado de fora, mas o meu rosto continuava quente e meu estômago apertado. Eu mal podia esperar para ver Dan na manhã seguinte.

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