02. A Fera Escamosa

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Harry não dormiu bem à noite após a discussão com Hermione. A menina maldita forçou Harry a realmente explorar seus sentimentos em relação a Rony, a si mesmo, a toda garota atraente que já conhecera, e quando não havia como escapar mais, para com Cedrico. O que ele descobriu foi um pouco perturbador. Ele gostava de meninas, elas eram legais e tudo mais. Algumas delas Harry admirava porque elas eram bonitas (Cho) ou inteligentes (Hermione). Mas o pensamento de dar uns amassos nelas apenas o deixava nervoso. Ele não era exatamente contra a ideia, mas ele não tinha qualquer desejo para faze-lo. E ele não tinha a menor ideia de como ele deveria agir se ele realmente queria beija-las. Esta falta de interesse que ele sempre teve, ele explicava com a sua idade um pouco imatura.

Sobre o Rony. Ele amava Rony, não havia nenhuma maneira de contornar isso. Mas ele não queria beija-lo também. Ele teria morrido por Rony, exceto nos dias como o último par de semanas, quando ele realmente só queira mata-lo com as próprias mãos. Não, isso não era verdade. Ele não queria matar Rony, ele queria que Rony fosse seu amigo, seu irmão-de-armas, seu companheiro novamente. Ele queria que Rony fosse seu irmão. Sem sexo, mas um monte de carinho.

Harry nunca teria pensado que ele poderia ser gay, até que Hermione o fez pensar. Ele gostava de alguns caras, com certeza. Mas de alguma forma gostar de outro menino e ser gay não tinha o mesmo sentido em sua mente consciente. Até agora. Ele pensou em Oliver, e reconheceu sua admiração por ele para o que era: a fantasia. ("Oh Capitão, Meu Capitão"). Ele pensou sobre Cedrico, seu cheiro doce e olhos risonhos, e com o sangue subindo para suas bochechas (e outra parte de seu corpo), de repente ele sabia que ele definitivamente queria dar uns amassos em Cedrico. Ele queria muito. E, com certeza ele também não tinha dúvida de que, quando chegasse a hora, ele saberia exatamente como beijar o bonitão filho da puta.

No dia seguinte depois da aula de encantos com os olhos turvos, Harry conseguiu falar com Hermione sozinho apenas algumas frases, antes do motim de almoço diário varre-los para o corredor.

"Eu tenho que falar com você", ele começou.

"Eu pensei que você estivesse," rebateu Hermione. "falando comigo, é claro."

"Sim, mas você sabe, sozinho." Disse Harry.

"Se você estivesse sozinho, você não poderia possivelmente falar comigo, agora, não é?"

"Pare de agir feito MacGonagall, Hermione! Isso é importante. Pode ser a coisa mais importante na minha vida. Lembra?"

"Ok me desculpe. Após o jantar no topo da Torre de Astronomia? Ninguém usa até que a noite chegue completamente."

"Perfeito."

Tanto no almoço e no jantar, Harry tentou olhar nos olhos de Cedrico mais uma vez. Mas ou ele foi muito azarado, ou Cedrico deliberadamente não estava olhando em qualquer lugar perto de sua direção. Harry não sabia o que fazer. Ele estava tão cheio com impulsos contraditórios que ele teve problemas para ficar parado e comer. Na verdade, ele comeu quase nada. Ele estava exultante porque pelo menos agora ele conhecia seu coração. Ele queria andar em linha reta para Cedrico e beija-lo na frente de toda a escola. Ele sabia que não poderia. Ele estava com medo de como Rony levaria a notícia e com raiva dele por ainda nem sequer falar com ele. Ele estava tentando desesperadamente descobrir uma boa maneira de dizer a Hagrid, Remus e Sirius. Por alguma razão, Harry tinha certeza que Dumbledore já sabia e que somente olharia para ele, com os olhos brilhando de orgulho, se ele alguma vez lhe dissesse.

No meio do jantar um pensamento horrível o atingiu. E se Cedrico fosse hetero?

Harry sentiu suas estranhas virar gelo. Ele não podia ser. Mas se Harry tinha lido sinais de flerte onde havia apenas amizade, quando eles estavam falando depois do acidente. Ele olhou para a mesa da Lufa-Lufa vendo Cedrico flertar descaradamente com uma menina! O gelo virou-se para algo muito mais vivo, contorcendo, coisa venenosa, como um animal escamoso dentro dele. "Esse cara é meu!" a coisa gritou, e Harry sentiu uma névoa vermelha erguendo-se sobre a sua visão. A raiva para aquelas estúpidas, meninas bonitas tentando tirar Cedrico dele era quase insuportável. Harry cerrou os dentes e fechou os olhos. Então, ele tomou uma respiração lenta e profunda. Uma, duas, três vezes. O monstro de olhos esmeralda parou. Harry manteve os olhos fechados e tentou relaxar mais. Seis, sete, oito, nove. O animal recuou um tanto lento e relutantemente, prometendo voltar, até que finalmente saiu.

O Garoto Que AmavaOnde histórias criam vida. Descubra agora