O Espelho

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_Você parece assustado! Não tenha medo. Sei que não esperava que isso acontecesse, mas é que já está na hora, sabe?

Max tentou se mexer, mas não conseguiu. Suas pernas estavam imóveis, seus braços estavam imóveis, sua cabeça estava imóvel. Tudo que podia sentir era medo, medo do que estava a sua frente.

_Era disso que tinha medo, não era? Porém, achava baboseira e que não aconteceria. Pois é, olha só você, todo apavorado e incapaz de se mover, chega ser até engraçado.

Ele se incomoda com o deboche, mas não pode fazer nada mais do que ouvir. "O que ele quer?" Max pensa pra si mesmo, e que por coincidência, ele responde.

_Você deve estar se perguntando, "O que está havendo?", mas a resposta é simples. Todas as manhãs e noites eu espero você vir trazer forças pra mim, sabe como?

Ouvindo as palavras, o fez obter pensamentos, sensações esperanças de que aquilo não fosse real. "Só pode ser coisa da minha mente!" Pensou novamente consigo mesmo, mas foi interrompido por ele que voltava a falar.

_Haha, fácil, a maneira como se expressa em minha frente, você sempre vem arrumar o cabelo ou escovar os dentes e acaba fazendo poses e caretas. Isso vem me alimentando, o modo de você agir, me deu forças para este momento.

Seu coração dispara, seu corpo começa a tremer, aquilo é real, seu medo de se olhar no espelho, e seu reflexo não ser mais o seu reflexo, se tornou real. Ele agora se encontra perdido, apavorado e impedido de se defender.

_Eu vou te levar agora, mas não tenha medo viu? Seus amigos e família nem irão suspeitar, eu agora sou você, e você agora é eu. Entendeu?

"Eternidade através do espelho? O que será de mim depois disso?". Max começa a se perguntar, e perguntar, mas vê que isso não irá ajudar em nada, está sem saída.

_De agora em diante, você será o reflexo... O meu reflexo.

Suas mão cumpridas com dedos longos saem do espelho e o puxa para dentro, enquanto sai do mesmo lugar um outro ele. "Eu preciso sair daqui".

Ao longo do tempo, Max pode ver a sua vida se passando, o cara que finge ser ele, aproveita a sua vida, enquanto ele está trancado e sem condições de sair.

_Está tramando algo? -Perguntou o monstro que finge ser Max. Ele o observou por instantes, sua roupa toda ensanguentada, suas mãos sujas e machucadas. Nesse momento, Max pode ver com o olhar dele o que ele fez. "Meus amigos.... Não..." sussurrou Max, com raiva e sede de vingança.

_Não foi eu, foi você HAHAHA

Gargalhou o monstro que estava em sua frente, debochando por causa de sua aparência. Nessa hora, sua mãe entrou no banheiro furiosa e apavorada por causa da roupa toda manchada. Ele tenta evitar que ela chame a atenção desse mostro, faz de tudo para que ela perceba que aquele não era seu filho, mas ela não percebe. Para ela, Max é apenas um reflexo.

Ele olha para sua mãe com o olhar de psicopata, olha novamente para Max e sorri. Ele abre a porta, convida sua mãe para sair enquanto tira a faca do bolso. Desesperado, Max tenta gritar, soca o espelho na intenção de quebra-lo, mas não consegue. "Mãe..." tudo que pode fazer agora é chorar.

Instantes depois ele volta, dessa vez com a língua de sua mãe em mãos, e com uma notícia para dar.

_A polícia está atrás de você, e acho injusto eu ter que pagar pelos seus erros. Não queria sua liberdade de volta? Então tome.

Em um piscar de olhos, Max está de volta, no seu banheiro, só que todo ensanguentado, com a língua de sua mãe em suas mãos. Ele entra em pânico e opta por uma saída, o suicídio, mas antes que possa fazer isso, a polícia chega, arromba sua casa e o impede.

_O assassino foi pego. Repito, o assassino foi pego! Não precisa de reforços, ele não reagiu nem nada. Estou levando ele para a viatura e indo direto para a delegacia.

"Maldito espelho..."

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_Por que eu estou aqui? Eu não sou louco! Por que eu estou em manicômio???

_Por favor Sr. Max, peço para que se acalme.

_Me acalmar? Aqui não é o meu lugar!!

A doutora olha sua ficha. Parece julgar-lo com o olhar dela, até que ela vai embora. "Eu não sou louco...". Ele sussurra.

Max senta na cama e se curva para baixo, olhando para o chão. Enquanto mantém a cabeça baixa, ele percebe que há alguém entrando no quarto. "Ah... É só a enfermeira". Ele olha bem, e não é uma simples enfermeira, há algo de errado com a moça, algo assustador.

_Doutora...?

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Ficha do paciente;

Paciente: Maxwell ■■■■■■
Idade: 21
Data de nascimento:■■/■■/96

O paciente apresenta esquizofrenia, tem fortes delírios e paranóias. Ele tomava remédios controlados, mas parou recentemente, fazendo com que tivesse seus surtos e matasse todos que era próximo.

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