Sem saída

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Mais um mês.

Durante todo esse tempo, a saudade havia voltado. Não poderiam negar que precisavam um do outro mais que nunca. Era impossível passar um dia inteiro sem lembrar de tudo o que tinham vivido juntos. Foi muito rápido, mas também foi devastador.

German estava jantando com Silvia em um dos melhores restaurantes da cidade. Decidira sair depois de um bom tempo, mas não antes da amiga fazer vários discursos de convencimento.

- Eu juro que não existem sobremesas melhores no mundo. - Silvia falou, deliciando-se com praticamente todo o cardápio do restaurante.

German havia se distraído muito enquanto jantava com ela e lembraria de agradecer depois.

Os últimos dias não tinham sido nada fáceis. Ele buscou, através de outras mulheres, o que encontrara em Angeles. Mas não tinha passado de nada além de beijos. Beijos sem paixão. E ele sentiu falta do pouco tempo em que descobrira o verdadeiro amor.

– Ah não. - Silvia murmurou, tirando-o de seus devaneios.

German não precisou perguntar o motivo daquela cara de preocupação de Silvia, pois olhar para a entrada do restaurante acabou lhe dando a resposta.

Angeles apareceu com um vestido preto que ia quase até os joelhos e possuía mangas longas. A peça era bastante colada em seu corpo, mas ainda assim era discreta. Ela também estava de salto alto e com o cabelo caindo sobre seus ombros.

Mas não estava sozinha. E German não pôde deixar de notar isso.

Ele sentiu um leve desconforto ao vê-la de mãos dadas com um cara que nem sabia quem era. O homem era um pouco mais novo que German e sussurrava coisas no ouvido de Angeles, que ria dos comentários.

– Você quer ir embora, German? Essa cidade é muito pequena. - Silvia colocou as mãos no rosto, frustrada em ter que lidar com seu amigo de novo.

Ele negou com a cabeça.

A mulher que possuía toda sua atenção agora tinha pedido licença ao seu acompanhante e se dirigiu até o banheiro feminino.

Olhou-se no espelho e respirou aliviada, ao ver que estava sozinha. Tinha visto German quando entrara e seu único desejo era de ir até ele e descontar toda sua frustração nele, de preferência em forma de tapas.

Suspirou mais uma vez com dificuldade, sentindo que se continuasse ali iria acabar chorando. Fechou os olhos e quando ouviu a porta do banheiro sendo fechada para indicar que alguém havia entrado, endireitou-se e virou seu corpo para sair. Mas foi surpreendida por um corpo forte que a prendeu onde estava, encurralando-a.

– O que você está fazendo aqui, German? - A voz dela saiu quase como um sussurro, deixando claro o quão nervosa estava.

Ele se aproximou mais ainda, apoiando as mãos na larga pia que agora servia de apoio para o corpo de Angeles, que estava trêmulo.

– Com quem você estava? - Ele perguntou com a boca próxima ao ouvido dela, fazendo-a arrepiar.

– Isso não te interessa. – Ela fechou os olhos.

Ficaram quietos, apenas desfrutando da presença um do outro. German sabia que estava ali por causa dos vários copos de whisky que havia tomado durante o jantar. Entrar em banheiros femininos não era algo que ele faria estando completamente sóbrio.

– Eu sinto sua falta. – Falou baixo sem olhar para ela.

E mais uma vez, Angeles se surpreendeu com ele. Semanas atrás, estava saindo da casa de German chorando, com a certeza de que estar com ele havia sido um erro. Prometera que nunca mais seria capaz de se deixar cair pelos encantos dele. Mas ela já estava entregue, naquele momento.

– Você não precisa sentir. - Levantou o rosto dele com uma mão e suspirou, olhando-o nos olhos.

E ele não aguentou mais. Encostou seu corpo no dela e capturou seus lábios, macios e úmidos. Quase pôde jurar que a escutou soltar um baixo gemido. Entendeu que ela queria mais e abriu sua boca aos poucos, juntando suas línguas, provocando uma sensação de prazer em ambos. Desceu as mãos até a cintura dela e sem muito esforço a colocou sentada na pia. Angeles abriu um pouco as pernas para que ele pudesse ficar no meio delas e seu vestido acabou subindo um pouco. Tê-lo ainda mais perto a possibilitou de colocar as mãos no cabelo dele, deslizando as unhas até sua nuca.

E ele não parou de beijá-la em momento algum. Sem avisar, puxou o corpo de Angeles mais para a ponta da pia, encostando suas cinturas e a fazendo parar o beijo e soltar um gemido baixo ao sentir o volume na calça de German contra sua calcinha.

Ele sorriu e desceu os beijos até o pescoço dela, aproveitando ainda mais aquela aproximação.

– German... - Sussurrou. – Aqui não.

Ele suspirou e se afastou, observando-a enquanto pensava no que fazer.

– Passe a noite comigo.

It Must Have Been LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora