Capítulo 1

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Sempre adorei a água. Minha memória mais antiga é a de abrir os olhos na piscina do vizinho e ver o mundo através desse estado diferente de ser. Ninguém se surpreendeu quando implorei para ter aulas de natação aos três anos de idade- muito mais nova que os meus irmãos mais velhos e mais audazes.  Quando me viu voando do trampolim mais alto no verão antes de entrar para o jardim de infância, minha mãe ficou horrorizada, mas não surpresa.  Ela queria me proibir de ir à piscina por uma semana, mas meu pai teve uma idéia diferente: me colocar numa equipe de natação. 
  Após o acidente, meus instintos mudaram.  Mesmo as crianças menores sabem que não devem respirar embaixo d'agua, mas, de alguma forma,  minha mente rebelou-se tudo o que eu já sabia.
Pensei que fosse permanente.
   Pensei que o medo fosse para sempre.

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