A Decisão

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- Pai, eu me recuso a ir para esse lugar!

- Filha, eu realmente sinto muito, não queria que precisasse ser assim...

- Se não quer, porque esta insistindo tanto nisso?! - Grito.

- Eu... Eu vou te contar a verdade, mas você tem que me prometer que irá aceitar.

- Não irei prometer nada a você! Está querendo se livrar de mim...

- Sam! Sam, por favor. Eu sou seu pai!.

Meu pai caiu sentado no chão com lágrimas nos olhos. Sinto meu coração se quebrar então resolvo o ouvir.

- O que foi...?

Me sento de frente com ele.

- Nós seremos expulsos do apartamento, minha filha.

- O... O que?... - Pergunto num fiapo de voz.

- O dono do condomínio descobriu que a sua mãe está grávida, e disse que o limite por apartamento é de três pessoas.

Eu começo a chorar.

- Isso é tão injusto! Isso não pode estar acontecendo! - Praguejo.

- Ele disse que nós só poderemos ficar aqui, ou se alguém sair para ficar apenas três pessoas, ou se pagarmos o dobro do aluguel.

Aí eu caio aos prantos de vez. Choro até não poder mais e adormeço, ali mesmo no chão.

Meu pai em algum momento se levantou e saiu da sala, não antes de dizer "A decisão é sua".

Ando até o meu quarto apertado e me deito na cama para refletir.

Não há saída, eu terei que ir embora mesmo, se não fizer isso, a minha família não terá aonde morar.

Não saio do quarto o dia todo, nem para comer, e na manhã do dia seguinte ouço batidas na porta.

- Sam, filha... Abra a porta, por favor. - É a voz da minha mãe.

Resmungo e levanto da cama, mancando por ter ficado tanto tempo deitada.

Abro a porta e vejo o rosto aflito da minha mãe.

- Está tudo bem? - Pergunto preocupada.

- Sim, sim, meu amor. - Ela coloca a mão em meu rosto. - Mas você está bem com tudo isso? Não precisa aceitar se não quiser...

- Não! - Me espanto. - Não pense que eu irei deixar vocês sofrerem por um decisão minha, eu... Eu irei aceitar.

Minha mãe me abraça e começa a chorar.

- Obrigada, minha filha, muito obrigada!

***

Passa -se uma semana até terminarem com as burocracias do internato que eu irei.

O irmão do meu pai é um professor de lá então ele conseguiu um bolsa de estudos para mim para que eu pudesse estudar sem pagar neste lugar que em condições normais seria muito caro.

Ouço batidas na porta de nosso apartamento e eu mesma vou atender.

É o síndico.

- Vejo que vocês continuam aí. - Ele cruza os braços sobre a extensa barriga.

Engulo em seco.

- Eu já irei embora, não os expulse, por favor senhor.

- Vocês tem 24 horas, se amanhã eu vier aqui e essa casa continuar com vocês quatro, os quatro irão para a rua.

Sinto lágrimas nos meus olhos mas não as deixo cair.

- Tudo bem. - Assinto.

Assim que ele sai da minha visão, fecho a porta rapidamente e suspiro. Hoje meu tio virá me buscar para eu ir para o internato. Hoje é o meu último dia na minha casa.

***

- Está pronta, minha filha? - Papai sussurra segurando o meu rosto delicadamente.

Sinto uma lágrima escorrer mas ainda assim sorriu dizendo que sim.

- Nós te amamos tanto, meu bem. - Mamãe e papai me abraçam em conjunto.

- Eu também, demais!

- Nós iremos te ver em todos os feriados, querida, nunca ficará sozinha. Além disso, tem o seu primo Rafael lá.

Balanço a cabeça.

- Tchau, Laurinha. - Dou um beijo na barriga da minha mãe.

Por fim, seguro as malas de rodinhas e ando até o grande carro preto do meu tio que veio me buscar.

Antes de entrar, aceno para a minha família uma última vez, e por fim, o carro da a partida.

****

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⏰ Última atualização: May 22, 2017 ⏰

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