CAPÍTULO 1

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Se você acha que aqui vai encontrar um lindo romance, cuja ladainha escrita seja água com açúcar não leia o livro. Minha vida não é nem um romance, nem se assemelha. Contudo, se você quiser saber o que vai acontecer comigo -ou não tiver o que fazer-, é só adicionar o livro a sua biblioteca.

Sou Cassidy Natalie Jonestown ou Cassie, como você preferir. Estou no auge dos meus 24 anos , sai de casa com 16 anos, uma lástima -ou não. Desde cedo a minha vida não foi fácil, mas convenhamos, nunca é, a minha só conseguiu ser pior. Minha mãe sumiu (fugiu ou morreu, não sei ao certo) quando eu tinha apenas 7 anos. As poucas memórias que tenho dela são quase todas felizes, minha mãe sempre com um sorriso estampado no rosto, mas eu sabia o quanto ela sofria nas mãos do meu pai. Todas as vezes que meu pai aparecia em algum cômodo da casa onde estávamos, o olhar da minha mãe se entristecia, ela bem que tentava disfarçar mas eu a conhecia.

Me lembro da sua última noite em nossa casa. Eles estavam brigando naquela noite, no começo eu não entendia o que estava acontecendo, eu nunca os tinha visto brigar daquela forma. O casamento dos meus pais sempre fora muito conturbado, um casamento de fachada para que meu pai tivesse mais dinheiro e poder. Escutei a porta debaixo bater e achei terem acabado de brigar, minutos depois escutei passos no corredor, minha mãe entrou no meu quarto e pegou uma pequena mala que havia debaixo da minha cama foi em direção ao meu guarda-roupa e o abriu e começou a colocar quase todas as minhas pequenas roupinhas. Perguntei o porque e ela disse que íamos sair.

"Mamãe, vamos viajar?" perguntei querendo saber o motivo da pressa. Para onde iríamos sair uma hora daquelas?

"Querida, nós vamos pra casa." foi apenas o que ela disse.

Eu não entendia o que ela queria dizer sobre isso, pois já estávamos em casa, não estávamos? Ela começou a colocar as roupas na mala com mais rapidez. Ela tremia e chorava muito, eu não entendia. Não fiz mais nenhuma pergunta, quando ela terminou de fazer minha mala e fechou a mesma, mandou que me deitasse e eu o fiz, ela saiu do meu quarto e encostou a porta, eu voltei a dormir.

Ao acordar uma única vez naquela noite, quando meu pai me trouxe um copo de leite, mandou que eu tomasse todo o líquido do copo, quando o fiz comecei a ficar com muito sono e a última coisa que eu ouvi antes de apagar totalmente foi a voz doce ao longe me dizendo adeus. Depois desse dia minha vida se tornou um inferno, quando acordei de manhã e não a encontrei foi horrível, a primeira coisa que fiz foi procurar por meu pai. Fui ao seu escritório, quando entrei no cômodo onde ele estava o encontrei, aos amassos, com a minha ,até então, babá. Não ache que fui embora e fingi que não vi nada; muito pelo contrário fiquei encarando aquela cena.

Meu pai estava com a calça arriada nos joelhos junto com a cueca enquanto minha " babá " estava completamente nua em cima da mesa, ela gemia tão alto que acho que todos os empregados da casa a ouviram, ela mais parecia uma cadela no cio. Meu pai estava de costas pra mim mas havia um porta-retratos espelhado onde tinha como eles me verem e foi o que aconteceu.

Depois que eles me viram pararam na hora o que estavam fazendo. Meu pai brigou comigo e mandou me retirar do escritório, mas eu não sai antes que eu perguntasse porque ele estava traindo a minha mãe e onde estava a mesma, porque ninguém me dizia nada. Ele apenas disse que ela se foi.

Anos se passaram e hoje eu sou dona de uma das empresas mais bem conceituadas do mundo a JONESTOWN COMPANY. Desde que sai de casa nunca mais usei o sobrenome do homem que se dizia meu pai, uso apenas o sobrenome de solteira da minha mãe. Lutei muito pra chegar onde cheguei.

Sempre fui corajosa desde pequena, depois que minha mãe "sumiu" eu tive que me tornar uma pessoa fria pra aguentar tudo o que "ELE" fazia comigo por trás dos muros da grande mansão Carter. Depois que meu pai se casou com Leona, aquela minha "babá" que gemia parecendo uma cadela no cio.

Eu nunca me deixei levar por essa doença chamada amor, conheço muitas pessoas que dizem não viver sem amor, mas eu vivi minha vida praticamente sem, e estou aqui firme e forte. As pessoas se apaixonam porque são hipócritas, burras e gostam de sofrer. E eu não faço parte desse time e nem quero fazer.

No entanto, não quero me envolver com ninguém pelo mesmo motivo que eu fugi do pesadelo chamado casa, mas também porque nunca poderei dar o que eles querem.

Agora estou sendo obrigada a casar, se não irei a falência, porque os investidores me consideram incapacitada para o meu cargo. Só porque não tenho um homem ao meu lado e por ser muito jovem. A vontade que tenho é de mostrar a todos que uma mulher solteira pode sim fazer a diferença, mas para isso, preciso passar por inúmeros obstáculos. E irei passar.

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