repete.

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Ink voltou a falar as mesmas coisas de ontem, se é que estamos em outro dia.

Nos levantamos novamente e fomos em direção a rua, o gato estava no muro novamente, ele pulou para o pintor mais uma vez.

“Eu gosto deles”

E o felino correu.

O caminhão apareceu.

E mais uma vez ele se foi.

Mas uma estranha forma avermelhada estava ao lado dele.

E eu sorri.

12:08

Mais uma vez tudo igual.

Vermelho.

12:08

Mais uma vez.

Vermelho

12:08

Mais uma vez.

Vermelho

12:08

Eu realmente não quero mais ver ele morrer. Aquela repetição infinita já estava me cansando, eu já havia decorado tudo o que ele fazia, mas que droga!

Mais uma vez lá estávamos, em um balanço em meio a Snowdin.

-Olá Ink – Eu falei antes que o mesmo repetice que estava atrasado.

-Ah oi… eu queria me desculpar po-

-Por se atrasar? Tudo bem.

-Sabe… Eu sempre gostei de você – Ink falou sentando no balanço ao meu lado.

-Como? - Aquilo era realmente novo.

-Sua história… Eu sei que todos te odeiam, mas eles nunca souberam o real motivo de você ser assim. Sua história, os resets, os genocídios, você ficar preso nos códigos e ser dominado por uma itensa raiva de tudo. Você não teve culpa, por isso estou realmente admirado por você ter feito esse pacto de paz, você quebrou esses erros que te consumiam. Eu sei como é se sentir só, antes eu nunca fui cheio de amigos, eu era apenas um rabisco de Au como outros, feito por um criador que desistiu fácil de mim. E eu destrui minha alma. E renasci sozinho, mas com o dom de fazer amigos que simplesmente só existem pelo tempo que o criador deles quiser. O único “amigo” que realmente tive foi você, algo que nunca poderia ser apagado.

Ele realmente falou isso? Ele realmente sabia como eu me sinto?

-Error está tudo bem? Falei alguma besteira? - O pintor me perguntou de certa forma, preocupado.

-Está tudo bem… é que ninguém nunca havia tentado me entender ou sentir o que eu sentia…

-É pra isso que serve os amigos não? - ele riu me dando um soco leve no braço. - Que tal irmos passear por essa Au, estou muito curioso sobre como ela é.

Nos levantamos.

Não acredito que ele realmente me entende. O meu pior inimigo… Ou amigo?

-Cuidado é perigoso! - Ouvi ele gritar. Essa não, o caminhão!

Corri atrás de Ink, mas já era tarde.

12:30

o caminhão o atropela.

-Droga! Droga! - Eu gritei socando o chão.

A estranha forma vermelha apareceu novamente, ela estava mais consistente, finalmente eu pude ver seu rosto, na verdade, o meu rosto. Aquele espirito avermelhado era eu, tinha olhos brancos e um sorriso assassino no rosto.

-Mais uma vez.- Ele falou.

E eu apaguei.

12:08

Dias e mais diasOnde histórias criam vida. Descubra agora