O começo

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          E mais um dia como qualquer outro, se inicia novamente, meus olhos vermelhos, de tanto chorar pela madrugada. Meus dias se tornaram um preto e branco atordoante, desde que me mudei, para Los Angeles. Tudo mudou, eu era feliz, ERA. Não sou mais a mesma, a muito tempo, nem eu me reconheço mais, para falar a verdade.
        Levantei da cama, esfregando meus olhos, andando em direção ao banheiro. Ao chegar no mesmo, adentrei fechando a porta atrás de mim, encarando meus olhos, estavam inchados, bom, qual a novidade? Levei a mão até a torneira então a girando, vendo a água caindo, levei as mãos a pia, abaixando meu rosto, o lavei, logo voltei a postura normal e sequei as maos e o rosto. Peguei a escova de dente e coloquei pasta, fazendo movimentos circulares em meus dentes. Apos lavar minha boca, ajeitei meu cabelo e me encarei uma ultima vez.
—Eu me odeio.—Murmurei baixo.
Sai do banheiro e fui ao meu quarto, indo ao pequeno armário, escolhendo uma calca jeans rasgada e um moletom preto, apos um tênis e deu. Peguei a bolsa com meus materiais e sai do quarto, indo até a cozinha, deixei a mochila em uma cadeira e fui arrumar o café da manha. Estava frio, como sempre. Ao terminar de preparar todas as coisas, coloquei na mesa, logo vendo minha mae chegar no comodo.
       —Bom dia!—Eu falei, mas ela me ignorou, me olhando com a feição fechada.
       Abaixei meu olhar, me sentando em minha cadeira e pegando um pedaço do bolo, o comendo devagar, estava sem ânimo. Em minutos terminei de comer, peguei minha bolsa e sai de casa, sem falar mais nada. Enquanto andava, observava as pessoas que estavam na rua, todas sorridentes, mas, nunca se sabe o que tem por trás deles, eu mais que ninguém, sei disso.
        —Olha ai, a vadia.—Um garoto falou, reconheci sua voz na hora, Jeremy.
        —Como foi a noite de hoje? Deu pra mais quem?—Daniel, escutei seus risos.
       Ignorei, continuando a andar, podia sentir uma imensa vontade de chorar, mas, não choraria na frente de ninguém, principalmente, na frente deles. Ao chegar na escola, ja podia ouvir os murmúrios dos alunos, me encaravam enquanto riam de algo. Não sabia o que havia de errado dessa vez. Caminhei para a sala, me sentando ao fundo. Peguei os materiais, os colocando sobre a mesa, abri o caderno começando a fazer "rabiscos" nele, podiam parecer meus sentimentos, mas se eu os explicasse o que eu sinto, seria como explicar cores para um cego.

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