Virei o jogo
Nem todas as cartas estão na mesa.
A ilusionista me presenteia
com a chave das correntes
amaldiçoadas com a benção
do jovem caráter contista.
Eles me pedem para continuar a escrever.
As peças precisam dos meus dedos.
Suas memórias não se
encontram mais na fonte da realização.
Tudo para.
Um transe constante
Durante a transa pulsante.
A falsa rima imaginada
Se esconde nas florestas do
mítico Rei.
A enigmática duquesa avança
para estagnar a insatisfação.
O nobre obscuro retoma suas
profundezas com uma nova
luz.
Correntes esparsas.
A ilusionista recusa a moeda e
rouba minha frieza.
Seu sussurro alega a presença
silenciosa do mistério.
A arte particular de seu jogo de pernas impõe mais um adiamento da vontade de ler Julio Cortazar.
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Portas ao Vento
PoesíaSucessão de pensamentos e poemas aleatórios sobre o vazio interior, decepção e fuga. Escritos por Neone Huurre, entre os anos de 2013 e 2014.