Prólogo

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O carro do uber chega. Eu estou atrasado. Meu celular toca. É o motorista. Eu saio correndo, entro no carro, bato a porta. Ao dar boa noite ao motorista já percebo que a noite dele é tudo, menos boa. Meus atrasos não são frequentes mas parece que nada estava dando certo hoje, aquele típico dia em que você "acorda com o pé esquerdo".

Chegando na Rua Augusta, meu telefone toca: "Connor, você já está chegando?" Este era meu amigo Paulo ligando, Connor sou eu.

"Oi, Paulo. Já cheguei, estou procurando por vocês."

"A gente já entrou, não deu pra guardar lugar na fila" dou uma olhada no tamanho da fila da boate e entro em desespero. Além de enfrentar uma fila enorme, eu ia ter que fazê-lo sozinho. Que dia...

"Tudo bem, encontro vocês aí dentro" desligo.

Maldita hora em que resolvi que deveria acordar hoje. Tudo dando errado e eu só quero minha cama, um beck e boa música. Mas eu já estou aqui, então a preguiça de voltar pra casa é maior do que a de enfrentar a fila. Isso sem contar que se eu for embora, o Paulo vai me matar, é aniversário dele e como de costume, vamos comemorar em uma balada qualquer.

Vou descendo a rua, acompanhando a fila, rezando pra encontrar algum conhecido, nada. Chego no fim da fila e logo depois de mim chega um garoto, uns 23 anos, por volta de 1,70 de altura, cabelo loiro escuro, barba rala, olhos verdes, e um sorriso extremamente perfeito. "Mano, mas que fila gigante, parece que a coisa vai estar boa hoje hein" Ele diz. Eu olho, achando que ele estava falando comigo, quando vou responder noto uma moça do seu lado, ela tem cabelos rosa, um pouco mais baixa que seu amigo, e um tom brincalhão em sua voz "parece que sim, graças a deus".

Volto meu foco pra seja o que for que eu estava focado antes, mas não consigo parar de pensar em quanto tempo vai demorar pra eu entrar nessa boate. Pego meu maço de cigarros, tiro um beck que bolei antes de sair de casa, muito mal bolado por sinal, devido ao meu atraso, encosto na parede e acendo. Cada tragada é como se eu estivesse respirando paciência e bom humor, definitivamente era isso que me faltava hoje. Logo percebo o interesse da moça que acompanha o menino do sorriso bonito e então ofereço a ela o beck "você quer?". Ela aceita, com certo receio.

Logo depois da primeira tragada ela da um enorme sorriso, solta a fumaça, e pronto. Mágica feita. Eu não estava mais sozinho na fila. "Como é seu nome?" Ela me pergunta.

"Connor, e o de vocês?"

"O meu é Tati e o dele é Fernando." Ela me devolve o beck e eu ofereço a Fernando, que nega, e eu simplesmente fumo mais.

"Vocês vêm bastante aqui?" Eu estou desesperado pra ter assunto e o tempo na fila passar voando.

"O Fer tá vindo pela primeira vez. Não é muito a vibe dele, mas eu já vim algumas vezes"

"Qual sua vibe, Fer?" Sou bem curioso.

Ele responde com certa dúvida na voz "eu nem sabia que esse lugar não era minha vibe. Pra onde você me trouxe Tati?"

"Relaxa, você vai gostar"

Logo deixamos de ser estranhos e sem ver o tempo passar estamos quase entrando na casa. Peço a eles os números de telefone pra que eu mantenha contato. Ligo pro Paulo me encontrar lá dentro. Chegando lá dentro encontro o Paulo e percebo que ele já bebeu mais do que o suficiente pra fazer coisas que ele não se lembraria e, se lembrasse, se arrependeria. A boate está extremamente cheia e começo a ficar muito irritado com toda a situação, pra piorar Paulo começa a passar mal e tenho que ficar tomando conta. Eu realmente não devia ter saído de casa hoje. Chamo um carro que logo chega, levo Paulo pra casa dele e depois vou pra minha. Entro, deito na cama direto e logo pego no sono.

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⏰ Última atualização: May 30, 2017 ⏰

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