Haleb - A aventura mais louca de amor

Capítulo 2

Hanna ia caminhando para escola depois de ter uma briga com sua mãe logo pela manhã.

Andava vivendo em um mundo confuso, ainda mais depois da separação de seus pais. Desde então vivia de forma avoada, sem ligar para as coisas ao seu redor, deixando suas amizades um pouco de lado, o com isso seus sentimentos também, as notas na escola despencaram como se tivessem medo de altura, Hanna estava colecionando mágoas, de todos os lados, e não estava mais sabendo lidar com nada, ficou tão vazio tudo, que ela simplesmente não fazia mais questão de manter tudo como era antes, a decepção destruiu seus planos, seus sonhos, e todos os seus desejos.

— Buh!
— Aaai, que susto garoto, você tem algum tipo de problema né? Só pode. Você não pode ser normal!
— Ah que isso, nem foi pra tanto moçinha.
— Foi sim, imagina se eu tenho problemas no coração? Tava morta agora!
— Haha! Incrível, você é assim mal-humorada todos os dias ou só hoje?
— Com você? Todos dias!
— Que isso Hanna, vamos tomar um sorvete pra ver se isso muda!
— Caleb, você esta me chamando pra sair?
— Entenda como quiser, apenas quero ver um sorriso nesse rosto lindo, que vive emburrado pro meu lado, ainda não consigo entender a descriminação.
— Então não me leve pra tomar um sorvete, traga o sorvete para mim! E isso não chega nem perto de algum tipo de descriminação.
— É sério? Vai negar um sorvete? To pagando!
— É mesmo? Que diferença, da licença que eu estou atrasada!

Hanna seguiu seu caminho que verdadeiramente era um pouco longe e ao chegar na escola seguiu sua rotina, o que ela não contava era que Caleb era mais rapido, afinal estava de carro, e então teve uma surpresa.

Ao abrir seu armário encontrou um pote de sorvete e um bilhete.

"Agora ta me devendo um sorriso, aguarde que eu pegarei,
— um beijo, Caleb"

Hanna pegou o sorvete e apenas sorriu, mas cortou o sorriso quando Aria apareceu.

— Huuuuuum, que sorrisinho é esse?
— Nada Aria, não posso sorrir mais?
— Pode, fico até feliz, mas tem tempo que não te vejo assim!
— Ah! Nada de mais.

Hanna saiu virando as costas pra Aria, deixando a melhor amiga bastante curiosa.

Hanna seguiu sua rotina como de costume, e foi para casa.

                                 ☆
— Ooi gatinha!

Surge uma voz do nada, mas Hanna conhecia essa voz, e ela ficou gelada, olhou para trás bem assustada, pois não ouvia essa voz a 3 anos.

— Ta fazendo o que aqui? Pensei que estivesse...
— Preso? — ele a interrompeu.
— Sim, Nathan, afinal era assim que eu queria você! Trancado em uma jaula, animais como você merecem morrer trancado numa solitária.
— Não comece com suas provocações Han, não esqueça do que sou capaz.

Ao falar isso Natan agarrou Hanna pelo pescoço e a empurrou contra os armários e disse.

— Por sua causa passei os piores anos da minha vida naquele lugar, Não pense que vc ficará livre de pagar por isso, ta achando que esse rostinho bonito vai escapar? — ele riu bem alto com ar de deboche. — Tadinha!
— Natan, me solte agora, você não tem mais esse "poder" sobre mim, aliás nunca teve, a menos que você...
— Que eu o que? Ta pensando que eu tenho medo de você? Ah querida! Não se preocupe eu cuidarei muito bem de você.

Natan tinha sido namorado de Hanna a 2 anos atrás, um namoro que durou 1 ano e meio, Han era apaixonada por ele, e não via que seu ciúme era possessivo. Hanna nunca imaginou que ele poderia matar alguém movido pelo ciúme, mas foi exatamente isso que aconteceu.

Depois de seis meses de  relacionamento com Natan, Hanna reparou em uma certa mudança, na verdade em uma briga com ele, se decepcionou.

— Você ta achando que você é quem dando mole pra esse cara? Você ta maluca?
— Quem ta maluco aqui é você, não dei mole pra ninguém, qual é a necessidade de você agredir alguém da forma que o agrediu? O menino só me deu o copo que a Aria tava quase deixando cair, você tem algum tipo de problema?
— Para de show, eu vi você de risinhos com ele.
— Ele está pegando minha melhor amiga, é claro que eu vou sorrir.
— Hanna entra no carro, agora!

Ela entrou mas continuou na discussão.

— Você ainda acha que está na razão né? Incrível como você não ver o quanto está agindo errado!
— Era só o que me faltava, você dizer que eu estou errado porque eu bati no filho da puta que estava dando em cima da minha mulher.
— Primeiro, eu não sou sua mulher, segundo ele não estava dando em cima de mim, terceiro você não pode agredir as pessoas dessa maneira Nathan.
— Posso sim, e se você continuar dizendo o que eu posso ou não fazer, você será a próxima.
— Agora eu virei seu saco de pancadas? Isso não é mais um relacionamento? Virou luta de box? Em qual momento? Não me lembro de ter assinado esse contrato.

Hanna não acreditou na ameaça, e isso custou caro.

No dia 18 de janeiro de 2015, no dia da briga, Hanna levou seu primeiro tapa. Antes tivesse acabado ali, mas Nathan era abusivo, dissimulado, louco, psicopata, e Hanna descobriu isso tarde demais.

— Por que você me bateu? Está maluco? 
— Maluca é você, se não calar a boca vou fazer muito pior.

Hanna não ficou quieta e isso gerou consequências.

Na mesma noite, Natan estuprou Hanna e a torturou e isso durou 1 ano, Hanna aguentou tudo calada, Nathan havia ameaçado sua família, seus amigos, caso ela contasse ele mataria todos, até que um dia ele pegou pesado demais  a deixou inconsciente, o que ele não contava era que Hanna estava farta dessa situação e contou a Aria onde estava, disse a amiga que se demorasse muito que era para ela ligar para polícia, o que a salvou, Nathan foi pego naquela noite, em flagrante, pegando assim 25 anos de prisão.

— Terminaremos nossa conversa depois, afinal temos muitas contas para acertar — Nathan disse e proseguiu.

Aria estava perto e viu tudo, e chamou a policia na hora, que acabou o prendendo novamente, mas Hanna ainda estava em choque, ela sabia do que ele era capaz, e se ele fugiu uma vez, porque não sairia de novo? Porque não a procuraria, Hanna se manteve na defensiva. Afinal eram muitos problemas para uma menina de 19 anos.