Eu quero falar de amor. Você, de carros. Eu quero falar do nosso futuro. Você não. Quero ter cumplicidade, presumo que você não queira.
Minhas cutículas se ressecam assim como envelheço a cada minuto que passa, lentamente. Seus cabelos já grisalhos com tão pouca idade um dia me inspiraram maturidade, quando mais tarde vi que foram apenas algumas pedras no meio do seu caminho. E não, isso tudo não te fez amadurecer, apenas te envelheceu.
Eu quero falar de coisas sérias, que importam e você apenas de ir à praia. Sua indiferença para com as minhas coisas me transtorna. E a verdade é que não quero mais você, que não me preenche mais com seu carinho e amor no meio da noite.
O nosso amor costumava ser intenso, hoje não tenho mais vontade alguma de você, que não me inspira mais. Sim, você costumava me inspirar. Tenho hoje por você algo próximo do nojo, te desprezo, meu ex-quase-amor.
Você não nasceu para me amar e nem me conquistar. Me ganhou no nosso primeiro beijo, já começamos errando aí. Quem você pensa que é pra me beijar e me ganhar assim dessa maneira? Onde estava quando precisei de você? Qual era a sua necessidade de controlar todos os meus passos? Meus tão pequenos e sutis passos numa cidade tão grande, passos esses tão insignificantes. O que te preocupava eu não sei, meu amor. Só sei agora que a sua presença pra mim incomoda, não me satisfaz mais. Portanto, me deixe em paz, meu querido. Suma. Não tenha mais pensamento impróprios comigo, não quero mais ser presente nem mesmo na sua memória. Será que assim, desse jeitinho, você consegue entender tudo isso?