Capítulo 22 *VERDADES*PART 2

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EU era uma jovem de 19 anos, estava fazendo faculdade de gastronomia, era uma jovem comum da minha idade que saia com os amigos, trabalhava pra pagar a mensalidade da minha faculdade e por aí vai, meu nome é Anastácia mas todos me chamam de Ana. 
EU havia a pouco tempo saído do meu emprego, não estava sabendo equilibrar trabalho e faculdade, eu já não prestava tanta atenção nas aulas, e não tinha o mesmo desempenho no emprego, então tive que pedir a demissão e tentar procurar um trabalho que me Possibilitasse ter mais tempo para estudar.
Passei semanas procurando, com isso deixei de pagar grande parte da mensalidade, um dia de pouco sol sentei em um banco na praça, abaixei a cabeça e fiquei lá chorando baixo, sobre meu currículo só caiam as salgadas lágrimas que não paravam de transbordar dos meus olhos inchados. 
Um estranho senta do meu lado, e me pergunta oque estava acontecendo. 
Anastácia :
-oque está acontecendo, é que minha vida está uma droga, nada está dando certo. 
Ao olhar para o estranho que eu havia acabado de dizer aquilo, como resposta vaga para a pergunta dele, vejo que ele era muito bonito,poderia dizer lindo, aparentava ter por volta de 28 anos, tinha olhos castanhos bastante marcantes, cabelos pretos e uma pele parda,sua boca era levemente carnuda, eu devo ter ficado alguns segundos apreciando aquele ser, até que saio do meu transe. 
Anastácia :
-me desculpe ter falado daquela forma,é respondido sua pergunta de forma tão vaga, prazer meu nome é Anastácia,pode me chamar de Ana. 
Gustavo :
-tudo bem, na verdade achei até estranho você não ter dito que isso não é da minha conta, afinal sou um estranho, mas meu nome é Gustavo. 
Ficamos ali conversando sobre minha vida, eu não parava de falar, eu não Sabia porque, mas eu sentia mais confiança nele do que em minha própria melhor amiga ou em minha mãe, eu sei que parece loucura eu me abrir assim tão rápido pra um cara que conheço a menos de uma hora. 
Começou a chover forte, então Gustavo me ofereceu a casa dele, já que estava perto e eu não iria ficar esperando no ponto de ônibus tomando chuva, decidi aceitar, a casa dele era perto na verdade era em um prédio logo a frente da praça onde havíamos nos conhecido, provavelmente ao levar o lixo pra fora ou até mesmo só ter saído por acaso, acabou me vendo naquele estado e decidiu saber oque estava acontecendo, talvez foi a melhor é única coisa que aconteceu de bom naquele dia. 
Fomos até o apartamento que ficava no quarto andar, ele me mostrou onde era o banheiro e me deu uma blusa grande dele e toalha, disse que eu poderia ficar a vontade,me avisou para deixar a roupa molhada na frente da porta do banheiro para ele colocar na secadora. 
Entro no Box deixo a água escorrer sobre meu corpo ainda frio, molho meu cabelo e passo um creme que estava no chão junto a outros shampoos e cremes, me seco e me olho no espelho, eu até que poderia dizer que era bonita, eu era branca com leves sardas na bochecha,olhos verdes, tinha o cabelo castanho claro, quase um loiro, tinha um corpo com bastante curvas, um boca fina e pelo que diziam um belo sorriso. 
Ao sair do banheiro minhas roupas molhadas não estavam mais onde eu havia deixado, Gustavo já deveria ter colocado pra secar, deixo a toalha estendida numa cadeira, e me sento, sim, eu só estava com a blusa de Gustavo, sem sutiã e nem sequer calcinha. 
Gustavo ao me ver sentada na cadeira para e fica paralisado, fica me olhando como se eu fosse uma bela miragem. 
Gustavo :
-você está linda, e me desculpe mas não tenho roupas femininas. 
Anastácia :
-meu Deus, eu estou com a cara inchada de tanto chorar isso sim, e tudo bem, eu agradeço muito por você ter me oferecido sua casa. 
Ele faz panquecas para comer, suco e me serve várias outras coisas gostosas, ele me fez rir com suas palhaçadas, me contou pouco sobre ele, como o mesmo havia dito, não havia muito oque saber, ele era mais um cara, que trabalhava no que gostava, morava sozinho, e esse era seu propósito de vida e ele havia realizado, era tudo que podia querer. 
Anastácia :
-mas você não pensa em se apaixonar, casar, ter uma família? 
Gustavo :
-digamos que isso não se encaixe no meu perfil sabe. 
EU acabei dormindo lá, afinal não parava de chover, no dia seguinte trocamos números de telefone, e marcamos de nós encontrar de novo, fui para a minha casa, no correio logo que cheguei havia uma carta de confirmação, era para ajudante de chef de cozinha, logo troquei de roupa e fui direto conhecer o lugar, era o emprego perfeito, eu só trabalharia sexta, sábado e domingo, e seria de manhã até a tarde, assim a semana inteira eu poderia estudar normalmente e a noite ir para a faculdade descansada, trabalhando só na sexta não me mataria, eu já ficaria a semana inteira com tempo suficiente. 
EU e Gustavo voltamos a nos encontrar, com isso veio o primeiro beijo, nossa primeira vez juntos, um ano se passou, terminei a faculdade, consegui uma promoção no emprego para sub-chef, tudo estava perfeito, mas para mim ainda faltava uma coisa, eu queria o amor de Gustavo. 
Logo depois que nosso envolvimento ultrapassou apenas beijos e amassos no apartamento dele, ele me alertou que não estava me iludindo e nem mesmo que queria me machucar, que não era bom com coisas de amor, e nem mesmo que sabia se poderia ser recíproco o sentimento por mim, então não era para eu criar falsas expectativas. 
Depois desse um ano, eu não havia me relacionado com ninguém mais é acho que nem ele, meu aniversário se passa e então resolvo propor a ele uma coisa séria, eu queria realmente fazê-lo feliz, eu iria correr atrás do seu amor. 
Anastácia :
-Gustavo, quero conversar com você. 
Gustavo :
-diga meu amor. 
Anastácia :
-eu acho, que, oque a gente tem já está bem sério, e eu, eu te amo, e quero tentar um namoro com você, mesmo que oque você sinta não seja recíproco eu quero tentar, quero te conquistar da mesma forma que você me conquistou. Gustavo :
-você sabe oque eu havia dito no começou disso tudo era que eu não sou bom para isso, eu te avisei, que se você quisesse poderia sair se sentisse que não Daria certo, você concordou e decidimos seguir, você aceitou oque eu te falei sobre mim Ana. 
Anastácia :
-eu sei, eu sei, mas eu posso tentar, eu corro atrás, sério, vamos tentar, eu quero te fazer mais feliz ainda, e quero tentar isso com você. 
Gustavo :
-eu realmente te avisei, e não dá, não mesmo acho melhor acabar isso por aqui. 
EU olho incrédula pra ele, e ele sequer mostra qualquer tipo de reação, tinha uma posição fria, ele estava mesmo terminando isso, eu sei que fui alertada dês de o começo, mas, eu realmente o amava, saio de lá chorando, vou para a minha casa, eu não morava com ninguém, então eu poderia chorar e gritar o quanto quisesse, a única pessoa que realmente sabia sobre tudo oque estava acontecendo na minha vida era Gustavo, então eu não tinha nem como procurar sequer alguém para me abrir, eu já não conseguia viver sem ele. 
No dia seguinte vou até o apartamento dele, talvez ele estivesse com a cabeça fria e poderíamos conversar melhor. 
Chegando lá encontro a recepcionista que já me conhece, dou bom dia e ela também retribui com um sorriso, mas pede para que eu espere. 
Recepcionista :
-senhorita Ana, o senhor Gustavo mandou lhe entregar isso. 
Ela me dá um bilhete branco, tinha o cheiro dele, e vinha com uma rosa vermelha junta ao laço que abria o bilhete enrolado.

"MINHA QUERIDA ANA, TUDO OQUE VIVEMOS, NADA DAQUILO FOI MENTIRA, DA MESMA FORMA QUE VOCÊ SE ENTREGOU PARA MIM, NAQUELA NOITE QUE RÍAMOS E AO NÓS OLHARMOS VIMOS QUE UM NECESSITAVA DO OUTRO, EU TAMBÉM ME ENTREGUEI A VOCÊ, MAS NÃO DA MESMA FORMA, ESPERO QUE ME PERDOE UM DIA, NÃO SEI SE ISSO IRÁ REPARA O ERRO MAS GOSTARIA DE TE DEIXAR SEGURA, COLOQUEI UMA PROPRIEDADE MINHA EM SEU NOME, E ESSE APARTAMENTO TAMBÉM, UMA CONTA COM UMA QUANTIA QUE TE DARÁ UMA VIDA CONFORME EM SEM PREOCUPAÇÕES FUTURAS, ESPERO QUE SEJA FELIZ, E ENCONTRE ALGUÉM QUE LHE MEREÇA. "

li aquilo, mas não me vinha nenhum sentimento, tristeza,mágoa,ódio, nada, a recepcionista me entregou os documentos já assinados por Gustavo e me deu as chaves e contados de onde eu deveria ir, o número da conta de senhas, tudo oque ele havia deixado para mim, numa esperança de que talvez todas aquelas coisas matérias iriam reparar a dor causada por ele, quem nem a herança mais numerosa da terra poderia preencher. 
Três meses se passaram, eu fui morar no apartamento que Gustavo havia deixado pra mim, não toquei no dinheiro do banco, continuei a trabalhar tentando seguir uma vida normal. 
Havia algo de estranho na verdade naqueles dois meses, mas pra mim poderia ser só mais um vez que minha menstruação atrasou, eu estava na casa de minha mãe, estamos conversando e de repente sinto um enjôo forte e um tontura que me faz desmaiar. 
Acordo no hospital, ter um médico com uma pasta a minha frente, minha mãe está ao meu lado segurando a minha mão, o médico vê que eu acordo e liga a TV que está ao meu lado e pega um aparelho branco. 
Médico :
-parabéns Anastácia, você é a mais nova mamãe. 
Minha mãe olha pra mim como se já soubesse, o médico deveria ter contado a ela antes de eu acordar, ela sabia do meu caso com Gustavo, sabia que eu e ele havíamos terminado oque ela é todos achavam que era um namoro, mas não sabia que ele havia me deixado bens e nem mesmo que havia sumido sem dar explicação. 
O médico passa o aparelho em minha barriga, era um grãozinho tão pequeno, começo a chorar, não era de tristeza ou desespero por meu próprio filho nascer sem um pai, ou até mesmo porque as pessoas naquela época não toleram mães solteiras, mas chorei de alegria, Gustavo havia deixado em mim, coisa boa, eu não me sentia feliz em ter as coisas que ele me deixou, mas agora sim, me sentia grata por ele ter me concedido esse ser que crescia na minha barriga. 
Com mais alguns meses soube que era uma menina, então descido colocar o nome de Melissa,não tinha um motivo especial, mas seria o nome que minha mãe colocaria se meu pai antes de morrer não tivesse pedido para ser Anastácia, eu não conheci meu pai,ele morreu quando minha mãe descobriu que estava grávida, mas ao contrário de mim, ela tinha se casado com um comandante de respeito, então ela foi aceitada pela sociedade como uma pobre viúva que pelo triste acaso da vida perdeu seu marido, e teve de criar sua filha sozinha. 
Minha filha nasceu, ruiva, branca, puxou tudo em mim, menos os olhos, era linda, ao longo que foi crescendo sempre chamou a atenção de todos por sua beleza, parecia uma figura angelical todos diziam, eu me casei de novo depois de algum tempo, ela soube que seu pai estava vivo em algum lugar, mas preferia o padrasto que dês de pequena chamava de pai, Marcelo realmente era um pai maravilhoso para Melissa mas muitas coisas aconteceram e achei melhor me separar dele, decisão que fez Melissa sofrer muito, casei de novo e Melissa foi morar com o pai, três longos anos passaram e vi que estava errado aquilo, eu estava perdendo minha filha, acabei meu relacionamento com meu novo namorado, e voltei a morar com minha filha e nunca mais ouvi sequer falar de Gustavo, mas como a vida é cheia de coincidências me interessei por Guilherme, que por não sei que motivos me lembrava muito Gustavo. 

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