A primeira Incumbência

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  Naquele dia eu estava muito furiosa com a escola e o resto do mundo. Tinha reprovado em 3 matérias consecutivas. Era uma sexta feira fria, céu nublado, Trovões e relâmpagos. Parecia que eu não era a única furiosa. Não consegui dormir assustada com o barulho, um tipo de estrondo sônico atordoante.

Levantei curiosa com esse estrondo, parecia que um raio tinha acertado em cheio uma arvore ou rede elétrica. Chegando perto da janela observei que não era uma arvore ou uma rede elétrica que fora atingida. Não mesmo. Vi uma espécie de esfera, uma esfera flutuante. 

olhei duas vezes ou mais não acreditando no que tinha visto. Mas era verdade, estava ali e para variar estava diante dos meus olhos. Peguei meu agasalho e desci as escadas em um alvoroço instigante.

Desci com bastante cuidado ou poderia acordar tia Sandra e uma das regras de tia Sandra é não acorda-la.

Descendo com bastante cuidado as escadas, olhei através da janela de vidro do lado da porta da sala que a esfera brilhante ainda estava lá, estava dando voltas e voltas curtas no quintal da casa do senhor e senhora medley. Dois velhinhos bastante simpáticos. 

Quando eu era pequena, chamava os de vovôs e eles gostavam disso e me tratava como uma verdadeira netinha talvez seja por causa de Arthur o verdadeiro neto deles. 

Eu e Arthur crescemos juntos na mesma rua e só tínhamos um ao outro para se divertir pois não conseguíamos brincar com outra criança do nosso bairro. Não conseguíamos justamente por que queríamos citar as regras das brincadeiras que nós mesmo criávamos  e as outras crianças não gostava delas e nem de Arthur.

Arthur sem sorte, sem amigos e sem os dois dedos da mão direita. 

Houve um outro garoto que fizemos amizade, o Avner. De família judaica. Ele foi o único amiguinho que tivemos e que obedecia nossas regras e não perguntava sobre a falta dos dedos de Arthur.

Vi aquela esfera e pensei logo se alguém mais estaria vendo aquilo. Desejei que Avner e principalmente Arthur estivesse olhando aquele fenômeno. Enfiei a mão no bolso tentando encontrar meu celular

- Droga, me perdoe por isso meninos. – eu realmente estava triste.

Não acreditariam em mim se ninguém mais além de mim ter presenciado a esfera. Peguei as chaves e abri a porta da sala com cuidado. Ruas vazia, pensei por alguns segundo se isso seria coisa da minha mente mas caramba parecia tao real, as sensações, medo traçado com curiosidade. A chuva forte caindo sobre mim. 

O frio glacial.

Atravessei a rua com os olhos vidrado na esfera.

- Isso so pode ser brincadeira. – falei

Já sei exatamente o que esta acontecendo aqui. É obvio, estou sonhando. Estou tendo um sonho lucido. Mas e se não for ? -indaguei

Pulei o portão da família madley e fiquei diante da esfera. E eu estava pasma. Totalmente assombrada com algo que em todo os meus 16 anos nunca já registrado. 

Diante dela, parecia que estava sugando minha energia. Fiquei paralisada sem reação e muito menos sem ação. Totalmente fixa ao chão. Relâmpagos e trovoes caiam fazendo estrondos altos e iluminando o céu. depois desse dia uma Incumbência  me foi dada.

Quando meus dedos triscaram naquela esfera foi como uma colisão de dois mundos entre o passado e o futuro se unindo  em minha mente como um quebra cabeça, como um encaixe perfeito e complexo  me mostrando devastação e caos a um futuro distante.   Era como se o futuro dependia de mim e dois garotos. 

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