Por Onde Andei

Bruna - Como você pôde fazer uma coisa dessas?

─ Como você pôde fazer uma coisa dessas, Altair? - Joguei as flores no chão.

─ Deixa de ser arisca, gata! - Apesar da minha raiva, ele nem ligava. Estava acostumado a ter tudo que queria. Simplesmente me abraçava mais forte e beijava o meu pescoço. Eu o empurrava.

─ Bruna! - Daniela me olhava com olhos de censura. Correspondi aos beijos. Eu sabia o que estava em jogo tanto quanto ela.

Ele me levou para o seu camarim. O agente dele atendia ao telefone feito um louco, a minha fazia a mesma coisa. Altair me segurava pela cintura e sorria cumprimentando o pessoal da banda que veio falar conosco. Eu só pensava em Kadu. Segurei minhas lágrimas, eu tinha que parecer feliz.

Na verdade, implorei com os olhos para que ele me resgatasse daquela situação. Se ele gostasse mesmo de mim... Nem vi por onde foi.

Meu Deus! Que tolice! Eu estou apaixonada por aquele garoto. Não. Não. Não. Não posso. Abracei Altair com força. Ele sorriu.

Eu não nasci para me apaixonar. Eu não posso. Relacionamentos não funcionam. Principalmente o amor. Esse negócio enfraquece, faz perder a razão. Eu não quero. Não vou me apaixonar. Está decidido.

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