o nosso erro || l.t

21º Capítulo

Um monte de corpos disfarçados balançavam-se no grande salão. O meu olhar percorre cada centímetro do espaço quando decido avançar e aí uma rapariga vestida de’’ Jasmine ‘’, a princesa muçulmana da Disney, puxa-me para o centro onde se encontra o mais número de pessoas. Essa rapariga tinha o cabelo loiro preso num rabo-de-cavalo descaído e as suas vestimentas apenas deixavam-lhe à mostra a sua barriga, braços e a cara mas esta estava coberta com uma máscara que lhe tapava a parte à volta dos olhos azuis, que destacavam-se á distância.

 No início, hesito mas logo depois solto-me de todas as inibições e danço freneticamente como todos os outros ao sabor do remix de ‘’ Animals ‘’. Tanto eu como a rapariga desconhecia, dançávamos juntos um ao outro, a sintonia era a chave dos nossos corpos.

A dado momento, coloco as minha mãos na sua cintura e puxo-a para mim, colando, desta maneira, os nossos corpos quentes. O ambiente entre nós era único, ela fazia-me sentir de novo um adolescente, algo que sinto falta à desde um bom tempo.

Num impasse, ela coloca os seus braços à volta do meu pescoço e é ai, nesse preciso instante, que os nossos olhares cruzam-se e um sorriso tímido aparece nos lábios de ‘’ Jasmine’’. Dei-lhe o nome de ‘’Jasmine’’ porque não a conhecia e porque era assim que ela estava disfarçada.

Os meus braços abraçam, finalmente, a sua cintura e as nossas testas encontram-se. Nem eu, nem ela rejeitamos este movimento instantâneo.

# O que estou a fazer? # - penso mas desde logo rejeito este pensamento, deixando-me levar no momento.

Em questão de segundos, já estávamos ambos a dançar ao sabor de uma outra música e a trocarmos beijos.

Eu não sabia o que se estava a passar comigo, nunca fui do tipo de pessoa que traísse, nem nada do género mas hoje apenas não me consegui controlar. Eramos ambos como imens, tínhamos que nos tocar, beijarmo-nos, estarmos em pleno contacto físico.

As minhas mãos movimentavam-se nas suas costas e em direção ás suas ancas, apertando-as levemente durante o nosso beijo tão quente, tão… poderoso.

‘’ Oh meu deus ‘’ – ouço uma voz surpreendida mesmo a traz de mim e a tal rapariga pára logo o beijo, olhando para o rapaz que se encontrava atrás de mim e logo de seguida, voltei-me podendo encarrar o rapaz.

Este estava coberto com um logo pano negro com formatos de ossos pintados e também com estava com uma máscara que lhe cobria apenas um lado da cara. Desde logo tive a sensação de conhecer o rapaz. Pude reparar na densa barba que cobria-lhe o maxilar, na sua pele morena e olhos cor de avelã.

Aos poucos e poucos, um pequeno grupo de pessoas juntam-se ao rapaz surpresas com o que viram e de repente, aparece outro rapaz igualmente irreconhecível mas notava-se claramente o olhar estupefacto dele em cima de mim e de ‘’ Jasmine ‘’.

- Como é que foste possível? – começou o rapaz num tom de voz alto encarando a mim e a rapariga. Esta apenas abanava a cabeça em plena confusão e impotente de responder-lhe.

- Hm? responde! Perdes-te a língua? – continuou a pressionar a rapariga, aproximando-se, desta vez, dela. – Responde, sua vadia! Eu sabia que eras dessas. – agarrou no braço dela com imensa força e ‘’Jasmine ‘’ soltou um pequeno gemido de dor.

- Desculpa, eu não sei o que me deu… - esta voz foi-me parecida mas na altura não liguei muito e afasto-o dela, empurrando-o.

- Estás parvo, páh? – referia-me ao facto de ele estar a magoar-lhe.

O rapaz aproximou-se de mim e rapidamente mandou-me um murro à face, fazendo-me desequilibrar. Já não respondo por mim e mando-lhe outro.

Neste salão havia vozes que alimentavam a nossa luta mas também havia aquelas vozes que pediam para pararmos. A cero momento, alguém separa-me do tal rapaz e arrasta-me para fora do salão e certifica-se que ninguém nos segue.