Férias Loucas

02.

Quando eu era pequena, tinha ciúmes de meus irmãos. E isso é desde o tempo que eu morava na barriga de minha mãe.
Mamãe e papai contaram que uma vez foram ao obstetra realizar uma consulta, e quando viram na ultrassonografia​ eu e minha irmã estávamos tipo "brigando" o que foi bizarro...muito bizarro.
Eu sempre tive uma certa cisma com meus irmãos, porquê, cada um deles tinham-ainda tem- uma ligação muito forte com nossos pais.
Por exemplo: Diogo e papai sempre assistiam aos jogos juntos. Mamãe e Lisa gostam de cozinhar.

Bom, eu....sei lá.

Era complicado viver como se você não fosse "nada" só estar ali por ter que estar. Os eventos anuais eram os mais complicados, Lena sempre foi aqui mais chamava a atenção. É difícil você ter que ser meio que uma... Sombra de sua irmã gêmea.

E, bom, com o bebê eu fiquei muito insegura, era como se um membro a mais na família eu seria cada vez mais esquecida.

Torço meus dedos ansiosa.

Ansiedade sempre foi um problema.

Algumas pessoas achavam que era um clichê meu. Achavam que eu não sofria ansiedade que eu só queria "atenção" como se eu dependesse disso.

Mordo o lábio inferior.

A ideia de termos um integrante a mais na família me deixa receosa.

Balanço a cabeça com um sinal negativo.

-Marcus !

O problema de morar em uma casa enorme com primos e irmãos é você não poder ter um momento seu sequer!
-Cala a boca caralho, eu tô tentando me concentrar no meu momento bad!
Eu gritei fechando a porta com força.

O problema é que Marcus ainda estava com raiva de Emily, e pra descontar com a "ficada" de Emily, naquele dia na festa.
Marcus foi a uma boate sozinho, voltou pra casa em estado crítico de tanta vodka! E estava falando com as paredes.
 
                         *********

Umas 16 horas resolvemos ir ao supermercado para abastecer  a dispensa.

No carro iria Marcus no volante, ao seu lado Kevin, e no banco de trás: eu, Emily, Vanessa, Lisa, Jack e claro, o bebê.
Mas gastamos tempo porquê ficamos 30 minutos observando Marcus e Emily discutindo e graças a Diogo- que estava indo em direção ao seu carro para ir a faculdade-  que apareceu e deu um sermão:
-Calem a boca!
Ele falou de um modo tão estressado e grosso, que todos nós nos calamos no mesmo instante.
- Você-apontou para Marcus- e você -apontou para Emily- se resolvam logo, porque, ninguém mais aguenta tanta discussão!
Silêncio extremo.

Então Diogo saiu, Marcus  deu a partida e finalmente saímos de casa.
Já estávamos perto do supermercado, mas o sinal fechou e tivemos que esperar uma galera passar.
-Ai meu Deus.
Eu disse quando vi em um outdoor o filme que tanto esperei, que já está na pré-estreia.
-Finalmente esse filme saiu.
Emily disse.
-Graças a Deus, já não aguentava mais tanto suspense.
Lisa expôs.
-Vai ser muito legal.
Jack disse.
Então o silêncio voltou novamente até que Marcus se pronunciou.
-Oh delícia.
Ele disse, tirando seus óculos e eu fui mais pra frente para ver a o que ele se referia.
-Oh lá em casa.
Kevin disse em seguida.
-Vocês estão chamando aquela senhora que ta usando uma bengala de gostosa?
Jack perguntou.
-Não, Jack, na frente da senhora, aquela morena gostosa.
Marcus disse.
-É o que Marcus?
Emily exclamou tão alto que aquele som agudo irritou meu psicológico.

E lá vamos nós de novo.

-Eu não entendo seu ciúmes.
Marcus provocou.
-Você não entende? Seu corno, descarado, vendedor de gaia!
Emily começou desferir tapas em Marcus.
Pela cara, no olho, puxava o cabelo...
E eu já estava com receio porque Emily segurava o bebê.
Até que Marcus pareceu se irritar:
-Pare com isso Emily!
Tão alto que eu fiquei com medo.
-Você...
Marcus nem deixou Emily termina e disse:
-Não temos nada Emily! O que eu senti por você foi passageiro, não me enche!