Luba narrando.
M: O que?-Olhou para os lados procurando algo além de nós- O que estão fazendo aqui?
T: Você vai levar a gente?
M: Eu não acredito nisso. –Jogou o cabelo para trás.
L: O que está acontecendo aqui? tu trabalha pra uma...
Mauro tapou minha boca com as mãos. T3ddy segurou seu pulso com agressividade. Mauro tirou a mão.
M: Entrem e fiquem quietos.
Nós entramos. Mauro começou a falar com alguém em uma nova ligação.
T3ddy sentou no banco, confortável.
T: Tem suco ai?
Mauro fez sinal de silêncio e uma careta.
T: Eu só to perguntando se...-Falou com uma voz rouca.
Mauro o interrompeu balançando todo o corpo irritado, eu segurei a risada.
Ele apontou para uma mini geladeira com agressividade.
T3ddy sussurrou bem baixinho "obrigado" com especificas articulações.
Desci os olhos para sua calça caída e abri um sorriso sem perceber.
Ele nos trouxe suco de maracujá e sentou do meu lado.
Mauro desligou o celular e foi em direção ao banco do motorista. Colocamos os fones para conversar perante o barulho.
L: Acha que pode fazer alguma coisa por nós? Eles levaram o Davi.
M: Davi? Quem é Davi?
T: Eu.
T3ddy revirou os olhos.
M: Você é o Davi?. -Pegou a xícara de café- Mas você está aqui.
Dei um soco leve em seu ombro e seu café pingou em sua roupa, ainda que fossem mínimas gotas, ele aparentou sentir muita dor.
T: Davi é o nosso filho, babaca.
Ele cuspiu o que ainda sobrava de café no vidro, tapando a visão.
M: Um filho? –Sorriu.
Sorri.
T: Sim.
M: Oras, meus cumprimentos.–Falou tirando as mãos do volante para um abraço.
T3ddy não percebeu o risco e foi distraído recebe-lo.
Pulei para o volante, quase caindo no colo de T3ddy. Senti a pressão da gravidade, nós estávamos caindo.
M: Ah não, esse não é o T3ddy que eu conheço, o que você se tornou?
T: Alguém com um motivo pra viver. –Riu brevemente.
Eu tentava levantar o helicóptero desesperado.
Mauro riu.
M: Por isso você está aqui, eu entendo. -Colocou a caneca de café em cima pires que agora se encontrava em minhas costas.
T: E o que você se tornou?
M: Eu sempre fui esse cara, sempre tive meu lado obscuro.
T: Aah, o sinistrão chegou! –Balançou as mãos para o alto.
L: CALEM A BOCA, NÓS ESTAMOS CAINDO!
Mauro, assustado, pegou o volante.
M: Isso não é brinquedo pra você.
Franzi a testa sem entender como ele conseguia ser tão idiota.
L: Essa era sua pessoa de confiança. –Falei recuando para meu banco.
Senti um leve toque antes de sentar.
T: Ah amor-Subiu as mãos para meus braços e ajeitou a manga da minha camisa - meus amigos são todos drogados ou criminosos-Olhou para Mauro-Achei que ele não fosse.
Mordi os lábios ao sentir seus dedos entrarem por baixo do tecido.
Quando ele pareceu satisfeito com o resultado depositou um beijo no meu ombro.
L: Tá perdoado.
Ele sorriu.
M: Eu gostaria de ajudar mas eu não posso agir contra eles, não são a gangue mais poderosa mas matam pessoas, e não hesitariam em matar um bebê.
T: A questão é: Você é fraco, e nós vamos fazer isso muito bem sem você.
M: Quer saber? Chega. -Apontou a arma para a cabeça de T3ddy
Segurei sua mão por cautela.
M: Não duvidem que eu seja capaz de atirar, vocês precisam entregar o dinheiro vivos, mas não necessariamente inteiros.
Revirei os olhos para a janela e fiquei quieto.
T3ddy acabou dormindo no meu colo.
M: Aqui, chegaram. –Abriu a porta e nos empurrou. -Boa sorte com o filhote.
Eu o encarava com nojo, e nem reparei as mochilas que ele havia jogado no chão.
T: O que caralhos tem aqui?
M: Bombas.
L: O que? Por que?
M: Estou brincando idiotas-Sorriu- provavelmente armas e rastreadores. Mas não duvido que tenha bombas.
T: Ok, obrigado pelo serviço. –Chutou a porta com força, fazendo-a fechar.
Estávamos na velha rua, andamos mais um pouco para procurar o local do acidente. Como já esperado os carros não estavam mais lá.
Minhas mãos estavam na cintura.
Joguei o cabelo para trás, lentamente, pensativo.
L: Não podemos ir pra delegacia-Respirei fundo -Mas sabemos que o carro tá lá.
Parei de encarar o chão e olhei para T3ddy, que machucava os lábios de tão forte que mordia.
L: Para. Me ajuda a pensar em outra forma de conseguir o dinheiro.
T: Sabe de uma coisa? –Se aproximou dos meus lábios.
L: Não. –Falei encarando sua boca.
Eu me aproximei para beijá-lo mas ele buscou meu ouvido.
Demorou mas disse:
T: Eu tenho um plano.
Sorri e mordi os lábios com força.
L: Eu imaginava.
Ele deu uma risada aguda e curta.
T: Vamos roubar um banco.
Recuei.
L: O que? Nós tínhamos combinado mudar vida.
T: Nós não podemos fazer isso trabalhando, uma semana não é suficiente.
L: Não...Quer dizer, eu achei que pudéssemos conseguir de outra maneira.
Ergui as pontas da sobrancelha, preocupado. E respirei fundo.
T: Não...-Falou com uma voz suave.
Ele me abraçou. Meu medo foi preenchido por segurança.
T: Olha, nós não temos muita escolha, é a última vez, e é pelo Davi.
Respirei fundo.
Eu não respondi, queria continuar ali, ele era a única coisa que me acalmava, e me fazia sentir forte, apesar da situação. Seu abraço me trazia conforto e paz, era difícil sair.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Eu tenho um plano - L3ddy
FanficSentados na beira daquele prédio, de frente ao pôr do Sol, eu perguntei se ele queria voltar. Ele quis ficar e aceitou viver o risco de que sua vida poderia ser destruída à qualquer momento, ele gostava de estar comigo, e prometeu não desistir de mi...