Capítulo 13

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Luba narrando.

M: O que?-Olhou para os lados procurando algo além de nós- O que estão fazendo aqui?

T: Você vai levar a gente?

M: Eu não acredito nisso. –Jogou o cabelo para trás.

L: O que está acontecendo aqui? tu trabalha pra uma...

Mauro tapou minha boca com as mãos. T3ddy segurou seu pulso com agressividade. Mauro tirou a mão.

M: Entrem e fiquem quietos.

Nós entramos. Mauro começou a falar com alguém em uma nova ligação.

T3ddy sentou no banco, confortável.

T: Tem suco ai?

Mauro fez sinal de silêncio e uma careta.

T: Eu só to perguntando se...-Falou com uma voz rouca.

Mauro o interrompeu balançando todo o corpo irritado, eu segurei a risada.

Ele apontou para uma mini geladeira com agressividade.

T3ddy sussurrou bem baixinho "obrigado" com especificas articulações.

Desci os olhos para sua calça caída e abri um sorriso sem perceber.

Ele nos trouxe suco de maracujá e sentou do meu lado.

Mauro desligou o celular e foi em direção ao banco do motorista. Colocamos os fones para conversar perante o barulho.

L: Acha que pode fazer alguma coisa por nós? Eles levaram o Davi.

M: Davi? Quem é Davi?

T: Eu.

T3ddy revirou os olhos.

M: Você é o Davi?. -Pegou a xícara de café- Mas você está aqui.

Dei um soco leve em seu ombro e seu café pingou em sua roupa, ainda que fossem mínimas gotas, ele aparentou sentir muita dor.

T: Davi é o nosso filho, babaca.

Ele cuspiu o que ainda sobrava de café no vidro, tapando a visão.

M: Um filho? –Sorriu.

Sorri.

T: Sim.

M: Oras, meus cumprimentos.–Falou tirando as mãos do volante para um abraço.

T3ddy não percebeu o risco e foi distraído recebe-lo.

Pulei para o volante, quase caindo no colo de T3ddy. Senti a pressão da gravidade, nós estávamos caindo.

M: Ah não, esse não é o T3ddy que eu conheço, o que você se tornou?

T: Alguém com um motivo pra viver. –Riu brevemente.

Eu tentava levantar o helicóptero desesperado.

Mauro riu.

M: Por isso você está aqui, eu entendo. -Colocou a caneca de café em cima pires que agora se encontrava em minhas costas.

T: E o que você se tornou?

M: Eu sempre fui esse cara, sempre tive meu lado obscuro.

T: Aah, o sinistrão chegou! –Balançou as mãos para o alto.

L: CALEM A BOCA, NÓS ESTAMOS CAINDO!

Mauro, assustado, pegou o volante.

M: Isso não é brinquedo pra você.

Franzi a testa sem entender como ele conseguia ser tão idiota.

L: Essa era sua pessoa de confiança. –Falei recuando para meu banco.

Senti um leve toque antes de sentar.

T: Ah amor-Subiu as mãos para meus braços e ajeitou a manga da minha camisa - meus amigos são todos drogados ou criminosos-Olhou para Mauro-Achei que ele não fosse.

Mordi os lábios ao sentir seus dedos entrarem por baixo do tecido.

Quando ele pareceu satisfeito com o resultado depositou um beijo no meu ombro.

L: Tá perdoado.

Ele sorriu.

M: Eu gostaria de ajudar mas eu não posso agir contra eles, não são a gangue mais poderosa mas matam pessoas, e não hesitariam em matar um bebê.

T: A questão é: Você é fraco, e nós vamos fazer isso muito bem sem você.

M: Quer saber? Chega. -Apontou a arma para a cabeça de T3ddy

Segurei sua mão por cautela.

M: Não duvidem que eu seja capaz de atirar, vocês precisam entregar o dinheiro vivos, mas não necessariamente inteiros.

Revirei os olhos para a janela e fiquei quieto.

T3ddy acabou dormindo no meu colo.

M: Aqui, chegaram. –Abriu a porta e nos empurrou. -Boa sorte com o filhote.

Eu o encarava com nojo, e nem reparei as mochilas que ele havia jogado no chão.

T: O que caralhos tem aqui?

M: Bombas.

L: O que? Por que?

M: Estou brincando idiotas-Sorriu- provavelmente armas e rastreadores. Mas não duvido que tenha bombas.

T: Ok, obrigado pelo serviço. –Chutou a porta com força, fazendo-a fechar.

Estávamos na velha rua, andamos mais um pouco para procurar o local do acidente. Como já esperado os carros não estavam mais lá.

Minhas mãos estavam na cintura.

Joguei o cabelo para trás, lentamente, pensativo.

L: Não podemos ir pra delegacia-Respirei fundo -Mas sabemos que o carro tá lá.

Parei de encarar o chão e olhei para T3ddy, que machucava os lábios de tão forte que mordia.

L: Para. Me ajuda a pensar em outra forma de conseguir o dinheiro.

T: Sabe de uma coisa? –Se aproximou dos meus lábios.

L: Não. –Falei encarando sua boca.

Eu me aproximei para beijá-lo mas ele buscou meu ouvido.

Demorou mas disse:

T: Eu tenho um plano.

Sorri e mordi os lábios com força.

L: Eu imaginava.

Ele deu uma risada aguda e curta.

T: Vamos roubar um banco.

Recuei.

L: O que? Nós tínhamos combinado mudar vida.

T: Nós não podemos fazer isso trabalhando, uma semana não é suficiente.

L: Não...Quer dizer, eu achei que pudéssemos conseguir de outra maneira.

Ergui as pontas da sobrancelha, preocupado. E respirei fundo.

T: Não...-Falou com uma voz suave.

Ele me abraçou. Meu medo foi preenchido por segurança.

T: Olha, nós não temos muita escolha, é a última vez, e é pelo Davi.

Respirei fundo.

Eu não respondi, queria continuar ali, ele era a única coisa que me acalmava, e me fazia sentir forte, apesar da situação. Seu abraço me trazia conforto e paz, era difícil sair.

Eu tenho um plano - L3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora