>CAPÍTULO 1<

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Atualmente...

Acordo e vejo que já é noite, meus pensamentos não me deixam agir, estou com medo sozinho e distante de casa. Preciso ver se minha mãe está viva, não posso perde-lá, eu não suportaria.

Decido sair do banheiro para ver o que havia acontecido.

Saio silenciosamente e atento a qualquer ruído, ando passos lentos até uma pilastra que há entre as entradas principais, olho para fora e a visão que tenho é apavorante, haviam muitos corpos estraçalhados ao longo da rodovia, entro em estado de choque e fico imóvel por alguns minutos. Um som me tira do transe e procuro pra saber de onde veio, era uma mulher aparentemente com seus 50 anos procurando abrigo, ela vinha em direção ao shopping, mas foi interrompida por um laser vermelho que caiu do céu exatamente em sua cabeça. O barulho foi ensurdecedor e desintegrou a mulher totalmente, a pobre mulher agora havia virado pó. Percebi que não poderia sair andando desprotegido porque estávamos sendo vigiados e mortos por algo que não víamos ou conhecíamos. Penso comigo mesmo, se aqui é um shopping, deve ter alguma sala de segurança e lá pode ter algum tipo de arma para minha proteção. Eu estava certo, rodei por todo o shopping e achei a sala no final de um corredor do segundo andar, abro a porta e vejo que havia um sistema de monitoramento por câmeras, pensei em me instalar ali por algum tempo tendo em vista que no shopping havia uma praça de alimentação e banheiros nos andares.

Procuro por alguma arma e encontro um cassetete, que parecia um taco de beisebol e pego uma cadeira de rodinhas que havia na sala. Vou até a praça de alimentação que fica no mesmo andar e procuro por algo pra comer, vejo que o Busway estava com energia e vou até o estabelecimento fazer um sanduíche, e outro reserva caso sinta fome durante a madrugada. Volto para a sala de segurança e me instalo na cadeira durante a noite.

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Nave Zagorneh - Órbita do planeta Terra

-Senhor, nosso cão de estudo regressou a nave, os resultados são satisfatórios. -Kraig fala para seu chefe e recebe um sorriso apavorante de Wright.

-Mande o relatório para minha sala imediatamente.

-Entendido.

Relatório do ataque experimental no planeta azul…

Nosso cachorro Starn estabeleceu contato com os seres primitivos trinta minutos após enviarmos sua cápsula até uma de suas cidades, a cápsula caiu sobre uma espécie de massa cinzenta que sustentava alguns veículos que não saiam do solo. Os seres rapidamente começaram a correr, porém nosso cachorro foi mais ágil e exterminou todos que encontrou em seu caminho, analisando o que foi digerido descobrimos que eles são feitos de carne e alguns componentes que mantem sua estabilidade para viver, porém quanto que sua proteção não foram encontrados armas que sejam ameaças para nosso povo.

                                                                   Justorn - Analista de substâncias desconhecidas.

Wright sorriu e ordenou que seu exército se preparasse para o contato oficial, a ordem era exterminar qualquer ser que entrasse em seu caminho e tentasse impedilos.

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Shopping de roupas - Duque de Caxias - Planeta Terra

Acordo e percebo que já é de manhã olho nos monitores e não há sinal de movimentação. Planejo um plano de ir até minha mãe para ver se ela ainda está viva. Saio logo após comer o sanduiche reserva que havia feito na noite anterior e levo comigo o cassetete que peguei na sala de segurança. Como eu sabia que não poderia sair pela frente por causa do laser, procuro algum lugar que saia em algum matagal, acho uma porta aos fundos dos shopping, ela está trancada, mas quebro o cadeado com o cassetete, o som ecoou pelo corredor, mas nada preocupante, saio e corro direto para uma espécie de sítio que havia nos fundos, pego meu celular e vejo no gps pra que direção ir, ando pelo matagal por alguns minutos até que chego novamente ao arco metropolitano. Eu não podia simplesmente atravessar a pista porque seria atingido pelo laser, então, procuro por algum duto que passasse por debaixo da rodovia. Encontro um bem estreito, mas era a única opção, me arrasto pelo tubo e paro na saída pois não lugar tampado para que eu não seja identificado pelo laser. Penso em uma ideia nada higiênica. Retiro minha blusa da escola e esfrego no lodo que havia no tubo para que ela se parecesse com a terra do chão, coloco sobre minha cabeça e saio do tubo na expectativa de continuar vivo.

Meu plano parece ter funcionado, pois ainda estou vivo.

Uma longa caminhada me aguardava pela frente, faltavam cerca de 7 quilometros até minha casa, isso sem contar os obstáculos por meio do matagal.

No meio do caminho paro pra descansar próximo de um vila isolada, acho que é o bairro do sase. Não era novidade não ter ninguém por lá, o ataque foi um genocídio total, entro em qualquer casa pra beber água, ela foi muito bem vinda mesmo estando quente.

Não perco tempo e volto a caminhada, já havia andado por cerca de duas horas e ainda tinha mais duas pela frente.

Já deviam ser 13:00, mais tardar 14:00 quando cheguei a Xerém, coloquei novamente minha blusa branca que já estava marrom de lodo sobre a cabeça e sigo até minha rua, o cenário não era muito diferente do da rodovia, haviam corpos por todos os lados , quando cheguei a minha rua, temi pelo que vi, meus vizinhos alguns esmagados, outros estraçalhados no meio da rua, rua em que haviam festividades sempre, hoje era só morte. Mais a frente já perto de minha casa, encontro Arthur morto no chão. Arthur que cresceu comigo nesta rua hoje morto por aquela criatura horrenda.

Não me contive, ajoelhei ao lado de seu corpo e chorei de soluçar por minutos.

Quando voltei a si segui até minha casa temendo pelo pior, a porta estava aberta, então entro rapidamente.

O cheiro das panquecas de minha mãe que fazia com todo carinho pra mim já não estava mais lá.

Chamo por minha mãe, mas não tenho resposta, procuro por todos os cômodos.

Ao chegar em seu quarto, meu estômago embrulha com o que vi, minha mãe estava no chão já sem vida com um buraco em seu abdômen, banhada em seu próprio sangue. Volto a chorar novamente, dessa vez por horas até que durmo sobre seu corpo.

Acordo coberto de sangue e meu unico pensamento agora é vingar a morte de minha mãe e encontrar Elisa.

Essa momento me faz lembrar de uma música que eu gosto muito, Trem Bala da Ana Villela, quando ela vem em minha mente, volto a chorar relembrando os bons momentos que tive com minha mãe.

"Segura teu filho no colo
Sorria e abraça teus pais
Enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir".

Cronor - A invasãoOnde histórias criam vida. Descubra agora