숨가쁜

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— Você vai voltar mesmo para o Canadá, Mark? — Jisung perguntou, atravessando o corredor da escola como um trovão e com uma expressão furiosa. — Como não me contou?

Chen Le tocou delicadamente o ombro de Jisung, mas o mesmo se desfez do toque, afastando-se dele.

— Podem nos deixar a sós? — Mark, que estava escorado no armário, pediu para os amigos.

Chen Le hesitou por alguns segundos, mas Jeno o puxou pelo braço. Jae Min olhou para os dois, depois entrou na sala de aula com os amigos.

— O que estava pensando quando escondeu isso de mim? — Jisung atirou.

— Olha, Jisung...

— Você poderia ter me contado, droga! — bateu agressivamente no armário ao lado de Mark. — Eu estive com você em todos os momentos e você simplesmente ignora isso e esconde tudo de mim?

— Eu não escondo tudo de você, Park Ji Sung! — Mark Lee o empurrou pelo peito, fazendo-o cambalear para trás e parar no centro do corredor vazio.

— Então por que escondeu que iria se mudar e me abandonar, caramba?! — estava quase chorando.

— Eu não queria te ver sofrer, Jisung. — explicou-se Mark. — Olha só como você está alterado!

— Eu não estou alterado! — defendeu-se. — Eu apenas quero a verdade!

— Eu vou me mudar para o Canadá, Jisung. E talvez eu só volte para a Coréia quando eu estiver adulto. É isso! Satisfeito?

Jisung sentou-se no chão, deixando as lágrimas descerem num choro infantil e doloroso.

Perder Mark para a América seria um inferno para ele. Como poderia viver? Como aguentaria o resto da escola sem ter Mark ao seu lado? Sem tê-lo para guiar a sua vida e nem para te manter em pé em todos os momentos? Como poderia viver sem Mark?

— Não chore, Jisung. Não chore... — Mark se agachou e abraçou Jisung.

Ficaram assim por alguns minutos, esperando o choro momentâneo de Jisung passar. Depois ele se levantou, e Lee Min Hyung fez o mesmo.

— Apenas não se esqueça de mim, Mark. — pediu.

— Nunca. — o garoto garantiu.

Jisung se afastou dele e foi caminhando pelo corredor, meio zonzo, como um zumbi. Daí se lembrou de algo, algo que poderia marcar aquele dia para sempre e em toda a sua vida, caso o não encontrasse mais.

Virou-se bruscamente e voltou até Mark.

— O que est...

Interrompeu a fala dele com um beijo, o empurrando até a fileira de armários e tirando o gorro que Mark usava. Colou seu corpo no de Mark e segurou o seu rosto com ambas as mãos. O mesmo retribuiu e sentiu a excitação do momento percorrer o seu corpo.

Jisung o pressionava contra o armário, e inclinou a cabeça para o lado, a fim de melhor explorar aquele beijo. Nunca antes tinha feito isso com Mark e tampouco com um garoto. E ele tinha se mostrado bom naquilo, e Mark era bem experiente.

Os estalos eram altos, e aquele beijo não tinha fim. E eles não queriam que tivesse, não queriam abandonar um ao outro.

E as mãos de Mark encontravam o couro cabeludo de Jisung e o acariciava. E eles interrompiam o beijo por por poucos segundos para recuperar o ar e depois estavam se provando outra vez. Jisung não sabia o quanto um contato de línguas poderia fazer em uma pessoa. E agora ele sabia e não queria parar aquilo de jeito nenhum.

As mãos de Mark desceram e envolveram o corpo de Jisung. Mas quando o jovem Park dava indícios de terminar aquele beijo, Lee Min Hyung recomeçava, pressionando a mão nas suas costas e retirando as chances de Jisung não retribuir.

Jisung percebeu que Mark deveria ir (já que teve de sair no meio da aula por conta da viagem) e afastou os seus lábios dos dele. Distribuiu beijos em sua face e sussurrou para o mesmo:

— Eu te amo, Mark. Adeus.

Dito isso, soltou o rosto de Mark e deu um passo para trás. Lee Min Hyung pegou a mochila que estava no chão e olhou uma última vez para Jisung, antes de se virar e caminhar pelo corredor sem fôlego algum para tal.

Guardou mentalmente aquela sensação na mente e desejou poder voltar ali e beijar Jisung até ficar sem ar, sem seu fôlego e sem a sua vida. Valeria à pena.

Jisung assistiu-o ir, até que o mesmo dobrou o corredor e sumiu da vista do rapaz. Derrotado, era a vez de Jisung se escorar pelo armário e sentar-se no chão, tentando recuperar o fôlego que ficara sem, depois daquele episódio.

Olhou para o lado, para o gorro de Mark no chão e o pegou. Levou ao nariz e sentiu o cheiro doce do seu cabelo. Pediu mentalmente para que tudo não passasse de um sonho, que Mark iria voltar e ficar com ele para sempre.

Mas já estava feito: Mark se fora e a última lembrança dele seria de como o fez ficar sem fôlego.

Sem fôlego...

Breathless ✖️ MarksungOnde histórias criam vida. Descubra agora