35. Matteo

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Nos vestimos às pressas enquanto eu tinha Francesco na linha. Estava uma grande bagunça atrás dele, mas nada como música, era uma falação muito grande e alguns gritos e choro de uma voz feminina.

- Chê, eu não consigo te ouvir. Fala mais alto e com calma. - Pedi para ele, vendo o olhar apreensivo de Arabella no meu.

- Nós estamos indo com Perla para o hospital, Matteo! - Ele falava mais alto, por cima do barulho que se seguia atrás dele.

- O que aconteceu?! - Arregalei os olhos, tocando a mão de Arabella, procurando confortá-la mesmo que ela ainda não tivesse recebido a notícia.

- Ela está tendo contrações!

- Mas ela não pode. Está muito cedo. - Engoli em seco. - Estou indo atrás de vocês!

- Estamos indo naquele hospital do centro!

Eu desliguei sem dar uma resposta e me voltei para a minha garota:

- Bella, vamos sair daqui e eu te conto o que aconteceu no caminho, OK? - Questionei, temendo uma negativa da garota de personalidade forte pela qual eu havia me apaixonado.

- OK. - Aceitou pela primeira vez na vida e eu tomei sua mão, saindo daquela festa direto para um táxi.

Sabia que as garotas deveriam ter vindo de táxi e que o meu carro deveria estar nas mãos de Francesco ou Luigi ou Dante. Não, eu duvidava que fosse Dante. Ele deveria estar cuidando de sua garota, como um bom Bianucci faria.

Durante todo o caminho do táxi até o hospital, eu confortei Arabella depois de contar o que estava acontecendo. Nós temíamos pela prima grávida e nossos sobrinhos. Sentia Bella apertar meus dedos, olhar com insistência para os lados para ver se já estávamos próximos do hospital e eu me ocupava em abraçá-la, beijar seus cabelos.

Pareceu levar uma eternidade em meio àquele silêncio e agradeci aos céus quando o táxi estacionou, me permitindo pagar a corrida para sair. Arabella saiu como um jato e eu a encontrei na recepção, querendo informações. Na sala de espera, encontrei meus primos, mas não Perla ou Paola.

- Como assim vocês não tem informação? - Arabella estava próxima de gritar e eu a puxei pela cintura.

- Bella, vem aqui.

- Me solta que eu não sou nenhuma mulher das cavernas para você me carregar. - Reclamou, tentando afastar meu braço. A minha Bella estava de volta e eu quis rir, mas achei inapropriado.

- Está agindo como uma. - Parei em frente aos meus primos, que olhavam a cena com certo receio de se aproximarem da garota. - E aí?

- Elas entraram quase agora. - Dante começou e eu pude ver seus olhos avermelhados. Ele tinha chorado.

Toquei seu ombro, tentando passar conforto para ele, mas sabia que ele só estaria confortável se estivesse com sua garota nos braços.

- Já ligamos para as nossas famílias, eles estão vindo para cá. - Francesco continuou, parecendo um tanto receoso.

- Você enlouqueceu? Isso aqui vai virar uma guerra! - Arabella estourou com ele e eu voltei a puxá-la.

- Bella, calma. - Sussurrei em seu ouvido.

- Calma? Por que eu não posso ver a droga da minha prima? - Ela se afastou, olhando para mim.

- Eu não sei, meu amor.

- Meu amor? - Luigi franziu o cenho. - Vocês voltaram?

- Talvez. - Bella murmurou, cruzando os braços.

Entre Segredos e PizzasOnde histórias criam vida. Descubra agora