Capítulo Único

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Para essa leitura, recomendo duas músicas:
° DE∆N - Foreign
° DE∆N - Here and Now

Enjoy

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     Um vento frio entrou pela janela. A primeira noite do inverno já tinha se iniciado há três horas. Os cheiros de cigarro e café quente se mesclavam e iam para o leste com a brisa gelada. A voz melodiosa de DE∆N ecoava pelo apartamento luxuoso​ bem localizado no centro daquela cidade que não dormia. As luzes piscavam lá embaixo, maravilhando a garota que apenas observava do quinto andar. Ela via a festa de rua que rolava e se imaginava lá; admirando os corpos se mexendo em sincronia com a música, sentindo o suor escorrer por seu corpo e as peles se roçarem. A música sensual ainda tocava e a garota de cabelos azuis sentia seu quadril rebolar automaticamente e seus lábios cantarolavam a música.

Na festa, uma pessoa observava a menina dançando com curiosidade. Ele era como a estrangeira, gostava de admirar a alegria e o movimento dos corpos simultaneamente. Seus pés batiam inquietos no chão, querendo percorrer a pista de dança ao invés de ficar sentado naquela espécie de camarote. Envolveu seus lábios no canudo e sugou a bebida alcoólica, sentindo-a descer ardendo sua garganta. Trajava um terno sofisticado demais para a festa e amaldiçoou seu amigo por isso, descansando o blazer ao seu lado. Seus dedos gelados passaram sua franja longa para trás, que atrapalhava sua visão, e naquele momento seus olhar cruzou-se com a do menina que tanto olhava. Ela sorriu-lhe tímida, ele sorriu-lhe abertamente. Chamou-a com a mão e ela olhou confusa. Sua mente entrava em guerra decidindo se iria ao encontro do asiático ou não. Sua consciência vagou nos prós e contras, nos perigos que poderia enfrentar e no arrependimento que poderia sentir. Por fim, tirou o moletom pesado que trajava e entrou no elevador arrumando o cropped escuro.

 Alguns diriam que foi coincidência, mas no momento que seus pés pisaram naquela área reservada, sua música favorita de DE∆N soou alto. O homem abandonou seu assento e segurou a mão da garota, que rumou à pista de dança. Era a primeira vez que se viam mas suas almas parecias ser velhas amigas. Seus corpos dançavam com uma harmonia que nunca tinham encontrado. As mãos grandes do nativo adornavam a cintura fina da azulada e seguiam todos os movimentos da mesma. Os lábios macios da garota passaram levemente pelo pescoço do moreno, deliciando-se com os pelos eriçados. Os lábios finos do garoto capturaram os outros, iniciando um beijo feroz.

 — Não estou procurando por amor. Quer continuar mesmo assim? — A estrangeira perguntou, em inglês. O garoto engoliu em seco antes de acenar com a cabeça.

   A garota beijou a tez bronzeada e puxou o homem da festa. Subiram aos beijos no elevador do prédio da azulada, tropeçando na porta do apartamento. As mãos atrapalhadas não sabiam se abriam a porta ou tocavam-se. A noite seria longa para os vizinhos; os gemidos ecoavam altos, junto ao barulhos de seus corpos. O asiático sentia-se extasiado, não sabia se sentia prazer pelo ato ou pelas feições da estrangeira. Os corpos se chocavam com força, sem dó. A garota arranhava o garoto tão intensamente que acumulava sangue em suas unhas longas. O nativo tinha certeza que a azulada não sentaria no outro dia pois fazia questão de deixar sua bunda nos mais bonitos tons de roxo.

Quando o sol esquentou seus corpos, ele sabia que sua alma estava apaixonada. Observou a garota dormir como um anjo ao seu lado e sentiu-se sortudo. Cobriu o corpo desnudo dela e foi até a cozinha preparar algo para comer. Arrumou-se e deixou a bandeja na mesa ao lado da cama. Escreveu seu nome e seu número num papel e abandonou o apartamento, sem mesmo perguntar o nome dela. Levou a esperança que ela iria ligar e também a tristeza de estar deixando-a, mesmo sabendo que ela não sentiria o mesmo ao acordar.

 A verdade é que eles nasceram para se encontrar apenas uma vez. E seria assim em todas as vidas.

—FIM—

Espero que tenham gostado, é a minha primeira história publicada aqui então, por favor, comentem e votem! Bye bye

Enjoy the Here and NowOnde histórias criam vida. Descubra agora