3- A Verdade é relativa?!

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Um questionamento comum ao estudioso do Espiritismo é quanto à verdade e sua possível relatividade. Ouvimos sobre o assunto e as opiniões são diversas, alguns acreditando que sim, outros opinando que não. Afinal, a verdade é relativa?

A resposta não é difícil, mas também não é tão simples de ser apresentada. Desde que procuremos em fontes seguras que possam nos esclarecer sobre o interessante assunto e aproveitemos o precioso recurso da reflexão, encontraremos o entendimento mais acertado sobre esse tema.

A verdade tem sido pauta de discussão desde que o homem entendeu-se com ser racional na busca de respostas para compreender a vida e suas manifestações. Filósofos, pensadores, educadores, cientistas, religiosos, humanistas têm procurado descobrir o real sentido do vocábulo verdade na senda intrincada da descoberta do conhecimento universal.O filósofo Rene Descartes, em seu clássico Discurso do Método1, chegou a elaborar uma metodologia para a busca do conhecimento verdadeiro. Nesse documento, o conhecido filósofo alcunhou a célebre frase: "Penso, logo existo."A razão da existência humana é encontrar a verdade. Mas, por cautela, os amigos espirituais já recomendaram na principal obra espírita:Importa que cada coisa venha a seu tempo.

 A verdade é como a luz: o homem precisa habituar-se a ela, pouco a pouco; do contrário, fica deslumbrado2. [...]Ao desenvolver criteriosamente o conteúdo acerca do caráter da revelação espírita, Kardec disserta: "A característica essencial de qualquer revelação tem que ser a verdade. Revelar um segredo é tornar conhecido um fato; se é falso, já não é um fato e, por consequência, não existe revelação3. [...]"Mais à frente, o Codificador prossegue aprofundando a questão:O que de novo ensinam aos homens, quer na ordem física, quer na ordem filosófica, são revelações. Se Deus suscita reveladores para as verdades científicas, pode, com mais forte razão, suscitá-los para as verdades morais, que constituem elementos essenciais do progresso. Tais são os filósofos cujas ideias atravessam os séculos4.Pastorino, em sua reconhecida sabedoria como filósofo do Evangelho, já no Plano Espiritual, nos ensina que

O conhecimento da Verdade liberta o ser humano das ilusões e impulsiona-o ao crescimento espiritual, multiplicando-lhe as motivações em favor da auto-iluminação, graças à qual torna-se mais fácil a ascensão aos páramos celestes5.

O conhecimento da verdade, então, é o destino de toda criatura que anseia pelo entendimento acerca das principais questões da vida, que vem preocupando o homem no decorrer do processo da evolução antropomórfica: de onde vim?; o que estou fazendo na Terra?; e para onde vou depois que partir daqui?

 São perguntas que as religiões, as ciências e as filosofias ao tentar resolvê-las ainda não lograram êxito. E para as quais o Espiritismo tem as elucidações precisas e satisfatórias ao espírito científico e racional que prepondera em nossa época.Para acessar essas informações, é imprescindível conhecer os fundamentos básicos do Espiritismo pela leitura e estudo das obras que compõem a Codificação Espírita. 

Luzes de esclarecimento e bálsamos de consolação são ofertados nesses preciosos livros e em outros complementares, advindos da psicografia de Zilda Gama, Yvonne Pereira, Chico Xavier, Divaldo Franco, entre tantos outros colaboradores do Cristo na evangelização da Humanidade terrena.*Em resposta ao questionamento formulado no início desse texto, esclarecemos que a verdade é absoluta. Gradativa é a revelação da verdade e relativa, a nossa capacidade de compreendê-la.

Assim, é natural que, ao encetarmos nossa evolução moral e intelectual, apresentaremos também melhores condições de entender e aceitar a verdade, integrando-nos, em definitivo, aos propósitos divinos que as palavras de Jesus traduzem com propriedade: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará"

Que é a Verdade?"Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz". Disse-lhe Pilatos: "Que é a verdade?" (João, 18:37).Decorridos dois mil anos, essa inquirição de Pilatos a Jesus ainda ressoa em nossa consciência.

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