Capitulo 37- O adeus

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      Elisa havia fechado os olhos. Parecia um anjo.
       Terry caiu em lágrimas. Não podia crer que matou sua esposa, a sua companheira de tantos anos. Largando a arma ele agarrou o corpo sem vida dela o abraçando contra o seu corpo. Seus sentimentos o  flagelavam pela idiotice que havia feito.

     Elisa não tinha culpa de nada. Ela não merecia pagar pelos erros dos outros. Já não bastava tudo que ela enfrentou, a dor da violação. Aquilo era muito injusto para uma pessoa tão pura e boa. Isso é uma injustiça.

     —Sabe,as vezes eu queria saber o que minha mãe viu em um trouxa igual à você, Terry Peterson.
    O homem saí do transe e olha na direção que  a voz de Charlie vinha. Pôde vê-lo em pé na sua frente segurando o revólver que por descuido ele havia largado.

     Frieza! Isso apenas que vagava no menino. Ao contrário de  seu padrasto que estava com os seus olhos inchados, Charlie não derramou nenhuma lágrima sequer. Absolutamente nada. Mas o ódio estava claro em sua face.

   —Por mais que tente você não é capaz de matar.
    —Por que acha isso?
  —Você é um fracassado! Se não consegue nem ter amigos imagina matar alguém.

   —Sinto muito, mas está totalmente enganado,você não me conhece. Vá por mim,te matar é como pisar em um inseto.—Afirma puxando o gatilho. —Sabe, foi um alívio saber que não carrego o seu sangue nojento! Adeus " pai".

     Soltando o gatilho o som do tiro ecou. A bala parou em pleno coração de Terry. Sua queda foi instantânea, deitado ao lado de sua esposa seus sangues se encontravam formando uma poça de sangue.Ver aquela cena foi como estar liberto, finalmente Charlie sentia um pouco de paz,um de seus maiores opressores estava morto. Nunca mais teria que ouvir a voz irritante de seu pai,ou melhor, seu padrasto.
     Por mais que não fosse apropriado, mesmo sabendo que sua mãe estava morta, ele sentia uma alegria inexplicável,uma euforia nunca sentida antes. Um sorriso travesso tomou posse de seus lábios,tristeza não vagava mais em  seu ser, o adeus não foi fácil, uma parte de sua vida havia ido embora,querendo ou não ambo teria que tomar novas atitudes e novos rumos.
 
    Naquela noite tão fria Jason enterrou o triste e solitário Charlie. Deixando ambo totalmente adormecido em seu interior.O protegendo de toda dor,pois afinal, ele havia prometido ajudar seu companheiro, custasse o que custasse.

     O silêncio foi quebrado pelos gritos da mãe de Terry. Olhando pro lado ele pode ver a velha na porta com as mãos sobre a face horrorizada ao ver seu filho e nora mortos no chão, ao lado dela estava Chris, assim como sua vó ele também estava transtornado com a cena vista.

      Correndo em direção aos corpos a idosa abraça o corpo morto de seu único filho, as lágrimas salgadas molhavam o rosto dele. Amba rogava pragas ao garoto assim que percebeu que ele havia feito tudo aquilo:

     —Maldito! Como ousou fazer isso com o meu filho? Eu te odeio seu bastardo,imundo!Tomara que morra seu…

     Antes que pudesse completar teve seu miolos estourados pelo tiro certeiro em sua testa , caindo no chão junto ao seu filho.
    
     —Ela fica melhor assim não é Chris? —Indaga fitando seu irmão.—Na verdade eu nunca suportei essa velha, tentava agrada-la mas a vaca nunca me dava bola … por isso acredito que fiz a coisa certa!

     —Você enlouqueceu, como pôde fazer isso? Nossa mãe não merecia, você não tinha o direito!
      —A culpa não é minha se ela morreu para me salvar. Mas para mostrar que não sou ingrato irei aproveitar a vida que ela me concedeu.

     — O que aconteceu com você? Esse não é Charlie que eu conheço.
     —Acertou! Esse não é o Charlie que você conhece, e sim um melhor, o Jason! Você pode ficar ao meu lado,ou se juntar ao seu pai. Você decide.
     —Entenda que não será fácil,você será preso!
     —Não serei não! Apenas confie em mim e faça o que digo!—Ele se aproxima de seu irmão o abraçando pelos ombros. —Eu irei ficar ao seu lado maninho!

      Os olhos de Christian estavam marejados. Sentia uma imensa dor, ver seus pais mortos não era o pior, o que mais  o atormentava era ver o quanto seu irmão havia mudado.
     Olhar para seus olhos e ver uma insanidade misturada com um vazio devorante. Mesmo que pareça loucura ele não podia abandonar seu irmão, ambos tinham apenas  a sí mesmos neste mundo vago e frio. Esse era o seu dever,cuidar de seu irmão mais novo, mesmo sabendo que ele é um assassino.   

     —Eu confio em você meu pequeno! Nunca te abandonarei!

     Apenas pronunciou isso antes de desmaiar por causa da pancada que levou de seu irmão.

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     —Hey… Chris? Você tá bem?

    Abrindo os olhos com dificuldade Chris encara uma luz branca,apertando os olhos sua visão vai ficando mais nítida, percebe assim que estava em um quarto completamente branco, procurando mais detalhes viu que estava em um hospital. Olhou para o lado e viu Charlie sentado na beirada da cama.

    Seus cabelos estavam bagunçados,e assim como ele estava com uma camisola de hospital, tinha alguns curativos em seu rosto, um de seus olhos estavam em um tom roxeado,poderia ver claramente que ele tinha levado uma boa surra.

     —Por que estamos aqui?

     —Depois que os policiais chegaram lá em casa e  nos viram fomos trazidos para cá.
     —Policiais?! Como pode dizer isso tão calmo? Eles não fizeram nada de mal a você? — Indaga assustado.

     —E o que eles poderiam fazer? Não encontraram os bandidos que assaltaram nossa casa.
      —O que? Que bandidos?

      — Ah Chris, você não sabe não é? Esqueci de te avisar,nossa casa foi invadida por alguns mascarados armados. Fizeram atrocidades com a nossa família, além de matar nossos pais e a velha nojenta agrediram à mim e você.

     —Acreditaram no quê você disse?

     —Claro! Eu armei tudo perfeitamente, ninguém além de mim e você sabe a verdade, certo?

     —Certo!—Chris dá um sorriso fraco,porém aliviado.—E então, o que faremos agora?

      —Vamos recomeçar,tudo dará certo,acredite em mim!

      Isso foi um novo começo. A partir daquele dia os laços de ambos estavam mais fortalecido, presos pelo amor incondicional de irmãos.

     Poderia ser loucura apoiar Charlie, mas Christian sentia que deveria fazer isso,sabia que seu irmão precisava de alguém para ficar do seu lado,e esse alguém era ele mesmo.

Amor psicopataOnde histórias criam vida. Descubra agora