A Princesinha do Morro

08//"a comida do vizinho sempre é melhor"

O sinal toca, hora de ir para casa, finalmente, não aguentava mais essa aula chata de química.

Saio da escola acompanhada da Emy, quando chego na saída travo, o que ele está fazendo aqui? O Luan estava parado ao lado de uma moto com um cigarro nos lábios, quando ele me viu sorriu.

- tchau Isa.- Emy se despede e saí em direção oposta a minha, provavelmente ela não viu ele.

Algumas meninas passam por ele e sorriem, piscam um dos olhos, e umas só olham e sussurram uma com as outras. Reviro os olhos e vou até ele.

- o que faz aqui?- coloquei as mãos na cintura.

- acho que começamos pelo pé errado, então descobrir onde você estuda e vim aqui para a gente conversarmos civilizadamente.- ele falou tudo com um sorriso.

- desculpe, tenho que ir para casa.- sorrio falso.

- tudo bem, pode subir, eu te levo.- subiu na moto.

- eu não vou subir nisso.- fiz uma careta.

- por que? Tem medo?- perguntou com um sorriso zombeteiro.

- claro que não.- revirei os olhos.- ando de moto desde que me entendo por gente.

- então sobe.

- o problema não é a moto, é o piloto.- faço um coque no cabelo mas ele desmancha. Suspiro frustada.

- não se preocupe Isabela.- jogou o cigarro no chão.- eu não vou te sequestrar.

- tenho minhas dúvidas.- ajeitei minha mochila nas costas.- bem, já vou indo.- dou de costas e começo a andar.

- vai Isabela, uma carona não vai te matar.- ele vem empurrando a moto com um dos pés.- eu vou ter que fazer mais o que para você aceitar?

- tá bom, mas não quer dizer que somos amigos ou algo do tipo.- subi na garupa derrotada.- quer que eu vá te ensinando o caminho?

- não precisa, todo mundo sabe onde o comandante do morro mora.- ligou a moto.- se segura.- e começou a pilotar muito rápido.

Me agarro com muita força na sua cintura, o vento bagunça todo o meu cabelo, esse garoto é louco, ele podia ir mais devagar, eu agradeceria muito.

Quando finalmente chegamos na frente da minha casa suspiro aliviada, nem acredito que cheguei aqui viva, obrigado Deus.

- garoto, você é louco?- desci da moto

- um pouco, por quê?- se fez de desentendido

- affe, não sei porque aceitei sua carona, de qualquer jeito obrigado.- me virei para entrar em casa.

- nem um beijinho de agradecimento?- me virei e caminhei até ele.

- claro querido.- passei os braços pelo seu pescoço.- obrigado.- beijei sua bochecha e me virei de novo.

- assim não vale Isabela, poderia ter vindo um pouquinho mais para o lado.- reclamou.

- eu não sei que tipo garota você acha que eu sou, mas não sou essas fáceis que você costuma ficar, se quer realmente algo comigo vai ter que fazer melhor.- lhe lancei um sorriso sacana e fechei a porta.

...

Me sentei na mesa junto com o meu pai e minha mãe, a partir do momento que eu cheguei na cozinha meu pai me olhou furioso.

- oi filha.- minha mãe falou sorrindo.

- oi mamãe.- comecei a me servir.

- viram você hoje chegando com um cara numa moto.- meu pai falou com raiva. Me engasguei. Fofoqueiros.- quem era ele Isabela?- me encarou furioso.

- é só um amigo pai.- falei calma.

- é só um amigo?- perguntou incrédulo.- não se faça de boba Isabela, na sua idade eu dava carona para garotas para ficar com elas.

- é mesmo?- minha mãe se intrometeu.

- foi antes de você amor.- acariciou a mão dela.- eu não quero ver você mais com nenhum garoto, estamos entendido?- perguntou severo.

- por que não pai? Isso é machismo sabia? Se fosse um garoto eu tenho certeza que o senhor não ia se importar, mas como eu sou uma garota é cheio de mimimi, eu vou sair com quantos garotos eu quiser, e eu já falei que ele é só um amigo, que saco.- me levantei furiosa subindo as escadas.

- EI, VOLTA AQUI MOCINHA - meu pai gritou.

- não Felipe, ela está com raiva, não é bom falar com ela agora.- escutei minha mãe falar.

Entrei no meu quarto, bati a porta e me joguei na minha cama. Meu coração ainda palpitava pela raiva e adrenalina, nunca na minha vida havia levantado meu tom do voz para os meus pais.

Eu ainda não sei porque defendi o Luan, mesmo que indiretamente eu o defendi, eu não devo me importar com esse garoto, ele chegou a pouco tempo e já está bagunçando a minha vida, já está decidido, eu vou me afastar dele.

Pego meu celular e conecto o fone de ouvido, coloco em Paris do The Chainsmokers, coloco para repetir e fecho os olhos aproveitando aquela oitava maravilha. Não sei quantas vezes escuto aquela música, mas sou atrapalhada quando alguém bate na porta.

- entra.- murmuro tirando o fone.

- podemos conversar?- papai perguntou.

- a mamãe te forçou a vim aqui né?

- mais ou menos, eu queria me desculpar pela maneira que eu falei com você, e eu vou tentar ser menos ciumento com você, mas eu só vou tentar, posso não conseguir.- colocou os braços atrás da costa.- então, me desculpa?

- claro pai, me desculpa por ter elevado o tom de voz, e mãe, pode sair de trás da porta.- falei sorrindo.

- eu só estava passando, nem escutei nada.- saiu de trás da porta.

- claro mãe, super acredito em você.

...

Pego o meu notebook e resolvo entrar na minha conta do Facebook, já faz tempo que não entro lá, não sou muito chegada nessas coisas.

Vejo minhas solicitações de amizade, reviro os olhos quando vejo que o Luan me mandou uma, melhor falando, o Luan Bittencourt, que sobrenome engraçado né?

Fecho o notebook e resolvo ver se tem algo para comer, embora eu não esteja com fome, mas eu não tenho nada melhor para fazer.

- tio Bruno, o que o senhor faz aqui?- perguntei surpresa quando vi meu tio saindo com vários sanduíches da cozinha.

- sabe, eu não tinha nada para fazer, a Geovana está no consultório, o Rafa sumiu, teu pai tá ocupado, então resolvi vim aqui comer e assistir.- falou simples.

- e por que o senhor não foi comer na sua casa?- franzi o cenho.

- sabe o que dizem, a comida do vizinho sempre é melhor.

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Oi coalas, tudo bom com vocês?

Repararam que eu sempre falo a mesmo coisa? Aí aí, como eu sou sem criatividade hein...

Só vim aqui exibir um sentimento: eu quero pizza.

Quem quiser mandar pelo SEDEX tô aceitando :3

Até amanhã, bjundas para vocês ;*