■ ʟɪᴠʀᴏ 1
Melissa Lee sofre com um dom de ver espíritos e sua vida se resume em trabalhar num lugar para loucos, buscando ter a sanidade mental e morando com um pai que a rejeita.
Harry Styles é um rapaz que começa a fazer parte da vida de Melissa...
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A polícia rondava o bairro novamente, mesmo sendo uma noite de domingo coberta com neblina e ar úmido. Os habitantes da pequena e isolada cidade se sentiam receosos e amedrontados com o assassino à solta, não saíam mais de casa e provavelmente a delegacia estava recebendo uma enxurrada de denúncias falsas. De qualquer jeito, era impossível cometer um crime àquela hora. Nem mesmo Jack, o Estripador seria tão ousado a ponto de se arriscar assim, com patrulhas dando a volta pelo quarteirão. — Harry, não posso sair assim — avisei, olhando entre as cortinas da janela da sala —, a cada sete minutos eles passam por aqui. Eu não vou conseguir, vou me arriscar muito. — E ela deve estar agora mesmo pondo um xale de lã sobre os ombros, uma touca e um perfume barato — disse Harry, deitado no sofá com as mãos atrás do pescoço —, pronta para dar uma informação que pode levar você até a delegacia. — Mas… — Vamos lá, Melissa — ele me olhou, com sarcasmo —, a sua vizinha não passa de uma velha fofoqueira e solitária. O que mais pode fazer de útil para o mundo? — Será que você não poderia dar uma olhada lá? — perguntei, andando de um lado para o outro e sentindo o estômago se contorcer. — Ela não me parece apenas uma velha fofoqueira e solitária. Pelo menos não é o que eu acho. — Não posso entrar lá. — Por que não? — Ela protegeu a casa com alguma coisa, então não tenho permissão para entrar, a não ser que alguém peça para que eu entre e proteja a mim. — Viu? — falei, sem esperanças. — Mais um motivo para eu não ir. — Você pode entrar lá, Melissa — enfatizou ele, se levantando e se aproximando rapidamente —, mas eu não, porque não passo de uma energia solta no mundo. — Pra mim, você é mais do que uma energia solta pelo mundo — afirmei, lembrando de seu lindo sorriso e de Anne Styles, naquela lembrança triste da morte dela.
Harry sorriu com as minhas palavras, sendo sincero, algo que eu tive a oportunidade de ter apenas para mim. Em seguida, ele me deu um beijo nos lábios, apenas os tocou por um tempo e depois me olhou, deixando a natureza dos seus olhos brilharem perante o meu rosto. — Isso muda muito... — Muda o quê? — O laço que temos — respondeu, mas acabei não entendendo. Ele percebeu as rugas na minha testa, então se apressou em sorrir de novo para explicar: — Você me odiava, esqueceu? — Eu tinha motivos. — Sei disso... — Harry acariciou o meu rosto e pareceu ler os meus pensamentos. — Eu não sou mais capaz de fazer você sofrer, não consigo mais aguentar isso. — E eu prometo me esforçar para encontrar a verdade — suspirei, depois o beijei suavemente. Só que então o som de uma sirene soou lá fora, me fazendo sentir um frio na barriga novamente e soltar os lábios frios de Harry. — Você tem que se apressar — avisou, olhando através da janela. — Use isto... — Harry me entregou um frasco marrom junto com um lenço. — O que é? — perguntei, receosa. Primeiro achei que era veneno, mas depois lembrei dos filmes que assisti quando era mais nova. Aquilo que ele segurava fazia as pessoas desmaiarem. — Seu pai... — Olhei para ele e ligeiramente ele interrompeu a si mesmo. — Desculpe…, aquele homem que estava aqui — Harry se corrigiu — acabou sendo útil e eu encontrei isso nas coisas dele. É clorofórmio, então cuidado…