11//"nós temos muito o que conversar mocinha"

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Eu e Emy estávamos descendo indo em direção a minha casa, o professor de química tinha passado um trabalho e resolvemos fazer logo para ficarmos livres.

- a gente pode usar bolas de gude...- estava sugerindo mas parei de falar quando vi Luan encostado num muro fumando um cigarro.

- aquele não é o garoto que estava te encarando na boca?- Emy perguntou.

Ainda não tinha contado a Emy que tinha visto ele depois disso, na verdade eu meio que me esqueci.

- é ele sim.- fiz uma careta.- vamos por outra rua.- toquei no braço dela.

- por que?- perguntou confusa.

Luan nos viu e sorriu vindo em nossa direção com todo aquele estilo dele, revirei os olhos para mim mesma por achar que ele estava lindo naquela roupa, eu não tenho que achar ele lindo, eu não posso achar ele lindo.

- aí meu Deus, ele está vindo para cá.- Emy sussurrou.

- oi Isa, que prazer te encontrar, eu diria que é o destino.- tirou o cigarro da boca que pelo cheiro acho que é de maconha.

- não posso dizer o mesmo.- sorrio falsamente.- e por favor, apaga esse cigarro, odeio esse cheiro - ele jogou o cigarro no chão e pisou.

- não vai me apresentar para sua amiga Isa?- olhou pra Emy.

- Luan, essa é Emily minha melhor amiga, Emily, esse é Luan...- ele me interrompe.

- o namorado dela.- beijou a mão da Emy. Revirei os olhos.- Isa, por que não me falou que tinha amigas tão bonita?

- obrigado.- Emy puxou a mão dela me lançando um olhar de "vamos conversar seriamente".

- bem, temos que ir, Luan foi um desprazer te encontrar.- puxei Emy.

- espera, vocês vão aonde?- começou a seguir a gente.

- para casa oras.- respondi óbvia.

- é, vamos fazer um trabalho de química.- belisquei ela. Ele não tem que saber da minha vida.- aí.- passou a mão no local.

- se quiser eu posso ajudar vocês.- parei e encarei ele.

- você?- arqueei uma sombrancelha.

- sim, vocês devem está no segundo ou terceiro ano, eu já estou na universidade, provavelmente já vi o que vocês vão fazer.

- segundo ano, e nã...- Emy me interrompeu.

- ele pode nos ajudar Isa.- fuzilei ela com o olhar.- por favor, nós duas sabemos que somos péssimas em química e que estamos ferrada nessa matéria, deixa ele ajudar.- implorou.

- tá bom.- falei derrotada.

...

Abri a porta do meu quarto e eles dois entraram, Luan olhou cada parte dele enquanto Emy já estava esparramada na cama toda aberta.

- sua casa é muito bonita.- se sentou na minha cama.- e seu quarto é bem organizado.

- ela tem toque.- Emy falou.- chega a ser irritante.

- achei que você era minha amiga.- coloquei a minha mochila na cadeira da escrivaninha.

- sou sincera também.- se ajeitou na cama.- vamos começar a fazer.

- eu queria tomar um banho, mas com essa coisa aqui.- olhei para ele.

- ah, pode tomar seu banho, não tem problema.- sorriu malicioso.

- babaca.- resmunguei.

- que você ama.

- só nos seus sonhos.- revidei.

- parem vocês dois.- Emy falou com tédio.- acho que vou ficar de vela aqui.

- vamos fazer logo esse trabalho.- fui para o closet pegar os materiais necessários.

Começamos o trabalho e incrivelmente o Luan realmente sabia de tudo, quem diria que ele tem um cérebro hein. O celular de Emy toca e ela atende.

- alô... Na casa da Isa... Fazendo um trabalho... Ok, já estou indo.- desligou.- Isa, desculpa, meu pai mandou eu ir para casa, vocês podem terminar sem mim?- suspirei.

- ok Emy, a gente termina sem você.

- obrigada.- beijou minha bochecha.- tchau gente.- se levantou, pegou sua mochila e saiu.

- é impressão minha ou você não gosta muito do pai dela?- Luan olha para mim.

- eu não gosto muito do pai dela.- continuei escrevendo.- e ele não gosta de mim.

- como alguém pode não gostar de você?

- sei lá.- dei de ombros.- eu não gosto do jeito que ele trata ela, com essa possessividade, o meu pai é ciumento só que o dela exagera, e ela nem se importa, eu sei que ele sempre fez de tudo por ela, trabalhou duro para lhe dar do bom e do melhor e ela
ver ele como um herói, mas às vezes essa super proteção fica sufocante.

- entendo.- voltou a fazer o que estava fazendo.

Meia hora depois terminamos o trabalho, ficou muito bom e tinha até coisas que a gente nem tinha visto ainda, me levantei e me estiquei fazendo alguns ossos estalar.

- você quer comer alguma coisa?- perguntei ao Luan.

Eu tenho que ser gentil, o garoto ficou aqui me ajudando com um trabalho que nem era obrigação dele, no mínimo eu tenho que oferecer alguma coisa.

- na verdade eu quero sim.- se levantou.- tô morrendo de fome.

- então vamos descer para comer alguma coisa, também tô com fome.

Saímos do quarto e descemos as escadas indo em direção a cozinha, quando chegamos na sala me deparei com meu pai, tio Bruno e o Rafa entrando em casa, foi só eles colocarem o olho no Luan para ficarem vermelho de raiva.

- o que esse garoto está fazendo aqui?- meu pai perguntou furioso.

- nada pai, só estávamos no meu quarto...- tio Bruno me interrompeu.

- no seu quarto? É agora que eu vou matar esse garoto.- tentou ir para cima dele mas eu entrei no meio.

-calma gente, não foi nada demais, ele só estava me ajudando num trabalho.- tentei acalmar a situação.

- e por que vocês estavam no quarto Isabela?- meu pai perguntou ainda furioso.- poderiam ter feito aqui na sala, na cozinha, no meio da rua, mas por que na porra do quarto?

- a Emy também estava pai, só que ela teve que ir embora.- falei calma.

- eu não acredito que mesmo depois de ele ter tentado te agarrar você ainda anda com ele.- e quando penso que não podia piorar o Rafael abre a boca.

- Rafael.- lhe repreendo incrédula.

- o que?- tio Bruno e meu pai falaram ao mesmo tempo.

- quero nem saber, eu vou matar esse garoto.- tio Bruno tentou ir mais uma vez para cima do Luan.

- você não tem cérebro garoto? Tentou agarrar logo minha filha? É pedir para morrer.- tirou o seu revólver da cintura.

- chega.- falei irritada.- o Luan é só o meu amigo e tudo foi só um mal entendido, nem ousem tocar nele, estão me ouvindo?

- e eu não tentei agarrar ela.- pela primeira vez Luan se manifestou.- não se preocupe Felipe, eu não tenho nada com sua filha, ainda.- lançou um sorriso cínico e saiu.

Filho da puta, depois de eu defender ele, ele vem provocar o meu pai, era para eu ter deixado eles baterem nele mesmo, quem sabe o ego dele não diminuía um pouco.

- nós temos muito o que conversar mocinha.- meu pai falou e todos os três me encararam.

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Oi coalas, como vão?

Luan consegue ser tão idiota às vezes que eu não sei se amo ele ou se mato, só que acho que essa babaquice toda é para disfarçar o medo que ele sente pelo Felipe u.u

Até amanhã, bjundas pra vocês ;*

A Princesinha do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora