1 capítulo

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Acordei cedo para poder estudar, já que minha mãe já tinha ido trabalhar. Dificilmente eu tenho tempo de conversar um pouco com ela, sempre está trabalhando,  e quando chega, esta cansada. Mas eu entendo,  sei que é para me manter em um colégio bom, enquanto ela trabalha,  eu estudo, não quero dar desgosto a ela,  além do meu sonho é ser uma grande médica.

***

Chego cedo no colégio, e vou para a sala de aula. Sento na primeira cadeira da fila, esperando o professor chegar,  e por enquanto começo a ler um livro, mas logo sou interrompida pela Sophia,  minha única colega,  não vou dizer amiga,  porque ela  não é tão chegada a mim, mas pelo menos fala comigo,  quando suas amigas não estão por perto.

Sophia: Oi Jully! Sempre estudando né?

- Oi Sophia, desta vez estou lendo.

Sophia:  Tanto faz! Vamos sair um pouco da sala. Já basta ficarmos aqui, ouvindo o professor falar coisas inúteis!   

- Não são coisas inúteis, mas mesmo assim, obrigada pelo convite. Mas estou bem aqui. 

Sophia:  Tá, você que sabe! Então,  eu vou indo.

Novamente fico sozinha, não tenho muitas amizades,  e pretendo não ter,  não quero me desviar dos estudos.

***

Prestei muita atenção nas aulas, como sempre. Na saída, a Carol, se esbarra em mim de propósito, sempre é isso!

Carol: Olha por onde anda, garota!!- fala saindo rindo com o resto de suas amigas.

Então,  lembra das amigas que eu falei que a Sophia, tinha?. Então,  são elas, mas a Sophia é diferente.

Sophia: Desculpa pela Carol, você sabe como ela é.

- Não tenha que se desculpar,  não foi você que se esbarrou em mim. Agora preciso ir.

***

Chego em casa,  e por minha sorte,  minha mãe não estava dormindo, pós eu estudo de tarde, e chego a noite.

- Mãe!!

Vívia: Oi Jully,  como foi o dia?

- Igual a todos os outros, e o seu? 

Vívia: Cansativo!!

Não contei a vocês, mas minha mãe trabalha de garçonete em um restaurante chique,  que por sinal,  ganha bem. Mas é todo investido em meu estudo, além dos outros gastos,  com alimentação, embasa, coelba,  e por aí vai.

Vívia: Vou descansar um pouco,  qualquer coisa me chama.

Eu apenas assenti,  e fui para meu quarto.

***

Acordo e percebo que minha mãe não foi para o trabalho,  o que era muito estranho.

- Aconteceu algo, mãe?

Vívia: Não,  esta tudo bem. Porque a pergunta?

- Esta óbvio,  você não foi para o trabalho. Eu sei que tem algum problema, e preciso que compartilhe comigo.

Vívia: Estou apenas não me sentindo bem!

- Melhoras!

***

Deu a hora de ir para o colégio,  mas eu não queria deixar a minha mãe sozinha,  eu sei que é besteira,  mas minha mãe não é dessas de deixar de fazer alguma coisa importante,  se não estiver acontecendo algo sério.

- Não vou para o colégio hoje- falei decidida

Vívia: Porque não?

- Vou ficar para cuidar de você.

Vívia: Já falei,  e vou repetir,  não é nada demais! Não precisa se preocupar.

- Mas...- ela me interrompeu

Vívia: Não tem mas nem menos,  você vai para o colégio.  Não estou pagando colégio caro,  para você faltar!

- Tá mãe!!!

***

Tomo um banho rápido,  coloco a farda do colégio,  que era uma saia preta,  que batia no joelho,  e uma blusa, azul fraco.  Você deve pensar que a roupa é horrível,  em mim, talvez.  Mas nas outras meninas patricinhas fica legal,  pós elas usam a saia mas curta.

***
Voltei do colégio preocupada com minha mãe. Procuro ela,  e a encontro dormindo, suspiro e vou para o meu quarto.

No dia seguinte,  minha mãe não foi para o trabalho,  e vi ela falando com alguém preocupada no telefone,  e quando me vê,  desliga.

- Porque está assim?

Vívia: O gerente de onde eu trabalho, me ligou. E falou que se eu não fosse hoje,  perderia o emprego. Pós está sem funcionários!

- Problema é dele!

Vívia: Como assim Jully?! Eu trabalho lá,  ele tem razão,  não posso ficar faltando,  só por causa de um mau star.

- Não é "Mau star"- falei fazendo ênfase.

Vívia: Se  eu perder esse emprego,  não vai ter como você continuar no colégio.  Eu tenho que ir! Agora se me dê licença,  preciso me arrumar.

- Não, mãe!  Será que você não entende?. Você não pode ir!  Se você piorar,  vai ser pior! E aí sim que você vai perder seu emprego... Além do que eu saiba,  não escolhemos se ficamos doente ou não,  o seu gerentizinho tem que entender!!

Vívia: Não vou perder meu emprego.  Você sabe muito bem como esta difícil em encontrar empregos por aí

- Mãe,  pensa comigo... Ele está precisando de funcionários,  certo?! Então ele mesmo querendo, não vai poder te demitir!

Vívia:  Eu já estou me sentindo bem!- ela sai se afastando um pouco,  mas logo se senta com a mão na cabeça

- Tá vendo? Você não está bem! Eu vou em seu lugar, pelo menos hoje. E sobre o colégio,  eu tiro notas muito boa, melhor,  ótimas! E isso não vai me prejudicar em nada.

Vívia: Tem certeza?! Não quero que se prejudique no colégio.

- Absoluta!

***

Coloquei uma calça,  e uma blusa preta. Já que a farda de minha mãe,  não daria em mim. Fui para o trabalho. Falei com o gerente e ele aceitou, já que eu tinha 16 anos, e ele não iria me contratar,  pós eu só estava ocupando o cargo de minha mãe, só por hoje.

Se o amor ainda tiver lugarOnde histórias criam vida. Descubra agora