KATRINA | DYBALA ✨

6: waün

"Agora estou sozinho, e minha alegria virou tristeza."
Justin Bieber - Where Até Ü Now

POVs Katrina √

Nunoa, Chile. - 15 anos antes.

Certa vez, no meu segundo ano letivo na escola, eu conheci um garotinho. Alexis era o seu nome. Acredito que aquele seja um dos nomes mais usados no Chile, mas, naquela época não era assim. Ou era... É confuso afirmar.

Eu o admirei de longe durante meses. Até que no segundo bimestre, Alexis e eu nos tornamos grandes amigos, e num destes dias ensolarados da América Latina, enquanto brincávamos no jardim da escola; Alexis encontrou uma rosa, arrancou-a de seu hábitat e deu para mim, seguido de um beijo na bochecha.

"Você quer ser minha namorada?" Ele perguntou, tímido.

Não havia como recusar aquilo. Alex era lindo e bondoso e estudioso, e, eu não tinha muitos amigos além dele e Rita.
Eu segurei a sua mão e voltamos para a escola juntos, de mãos dadas.

Naquele mesmo dia, ao anoitecer, meu pai viu a minha obsessão pela rosa e, perguntou quem havia me dado. Eu contei tudo a ele, que, à princípio sorriu, mas depois pegou a rosa de minha mão: "Está vendo essa bela rosa? Tão bonita e macia..." Assinto. "Mas ela não será assim para sempre." Ele diz. "Chegará um momento em que ela murchará e as pétalas cairão, levando consigo toda a sua beleza."

Fico momentaneamente confusa. "O quê quer dizer com isso?"

Ele umedece os lábios. "Tudo no início é lindo, Kat. Mas depois de um tempo, a beleza exterior se vai e a verdade aparece."

"Está me dizendo que Alexis não é quem eu penso?"

"Estou te dizendo para não confiar em garotos, Katrina." Suspira. "Cedo ou tarde eles se revelam em quem são e eu não quero que tenha um coração magoado aos sete anos, meu bem."

Dias depois, Alexis havia pedido Rita, a minha melhor amiga em namoro também. Disse que o seu pai falou que não teria problema ele ficar com duas amigas.
Meu pai estava certo.

Desde aquele dia, aquela época, eu não consigo confiar nas pessoas.
Minha fragilidade é perigosa, e o meu coração é como um pequeno vidro, fino, leve, capaz de ser quebrado com um toque sequer.

Seguro o telefone em minhas mãos e não sei exatamente o que fazer. É um pouco confuso dado ao fato de que eu nunca tive um iPhone antes.
Eu deveria ter suspeitado de já haver um chip nele. E deveria ter imaginado que ele era o responsável por isso.

Respiro fundo.

Eu não poderia nutrir afeto por alguém num curto prazo de tempo. Mas está acontecendo e estou com medo da fugacidade disso.

Você não acha que deveria estar com vergonha? Pergunta o meu inconsciente e eu não sei responder. Aquela ligação, no meio da madrugada, mudou tudo.

Eu não devo confiar nele. É um jogador de futebol, com um rosto angelical, uma conta bancária recheada, um sorriso lindo e um talento sobrenatural.
Idolatrado é o seu nome do meio.

Penso na quantidade de garotas que esse jogador já levou para a cama e suspiro, inspiro, e tento por em mente de que acima de tudo isso, ele é obcecado pela noiva falecida.