o'clock;; único

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Sendo dois jovens sem futuro certo, todos sempre nos diziam que não precisávamos ter pressa, e que a vida poderia ser vivida um passo de cada vez. Mas isso é algo fácil de se dizer, quando já nos deixavam cientes de que um caminho havia sido escolhido para nós desde o nascimento.

Bom, eu e Jimin não quisemos seguir por essa trilha. Demos os nossos próprios passos, sem a certeza de que estávamos no caminho que nos levaria até onde pretendíamos ir. Mas desde que estivéssemos juntos, penso que tudo ficaria bem, mesmo se o mundo inteiro desmoronasse sobre as nossas próprias cabeças.

Eu sempre, e eu disse sempre, fui como um coelhinho assustado, que recuava à menor chance de perigo. Já Jimin era corajoso como um caçador, mesmo que tivesse o rosto de um anjo esculpido em sua face.

Era ele quem me dizia palavras doces quando eu chorava encolhido no meu canto, e era a sua voz que me fazia continuar caminhando em nossos terrenos rochosos. Era ele quem chorava comigo, e quem ria junto a mim.

Desde sempre Jimin fora uma fonte de inspiração para meus textos. E, sendo eu um escritor amador e amante, ter algo que me ajudasse a manter meus rascunhos sempre gordos em ideias era maravilhosamente bom. Mas, era ainda melhor ter Park Jimin ao meu lado.

Como autor e como pessoa, eu sempre funcionei melhor à noite, talvez por ter junto comigo o silêncio, a lua e o meu amor. Durante a ausência de som a minha mente começava a borbulhar em pensamentos, e apenas Jimin conseguia entender o quão embaralhadas as minhas reflexões poderiam ser, quando estimuladas pela cafeína e pela madrugada.

Talvez seja por isso que eu comecei a criar o costume de escrever meus poemas e contos às 4 da manhã, quando a lua inicia o seu processo de melancolia por ter de dar lugar ao sol em apenas algumas horas.

E, em uma dessas madrugadas, eu me coloquei a escrever algo sobre Jimin.

Eu teci frases que descreviam o modo como ele chorava silenciosamente suas belas canções, embebidas no breu noturno. Falei sobre o jeito que a sua respiração falhava ao contemplar a beleza do sol, e como a sua perfeição poderia ser comparada à suave luz azul encontrada no fundo dos oceanos e na silhueta da lua.

Mas foi ao comentar sobre o grande astro prateado que rodeia a nossa Terra, que eu percebi. Sem me dar conta disso, eu havia feito uma carta à própria lua.

Mas Jimin sempre fora a minha lua, de qualquer maneira. Movendo as minhas marés como um Deus, mudando os meus ventos e fazendo de mim o melhor que eu poderia ser. Jimin, com suas lágrimas salgadas de oceano, me fez ser quem eu sou hoje. E eu devo à ele não só a verídica lua, como também todos os astros da galáxia para agradecê-lo.

*****

Oneshot muito pessoal, feita para Ana, a única pessoa que entende a minha fascinação pela lua. @jeonyah

Mesmo que eu seja a sua lua e você seja o meu sol, eu não consegui evitar as analogias.

Eu te amo.

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Ah, e para você que ainda está lendo, muito obrigada. Espero que tenha gostado. ♡

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