Capítulo 5

41.6K 3.8K 391
                                    

- Casamento? Que casamento? -perguntei. - do  que ele está falando papai?
  Ninguém me respondeu, apenas Ian achou graça da situação e sussurrou:
- Parece que Dorian realmente gostou de você!-sussurrou Ian.
- cale-se!-respondi.
   Meu pai finalmente olhou pra mim juntamente de todos da família.
- você irá se casar minha filha! -disse minha mãe.
- não, não vou! Eu nem tive um baile de debutante. Como vou casar?-questionei.
- você não precisa de baile. Já tem um noivo! -disse o Senhor Seymour.
- ah não. Nem pensar. Não vou me casar com o Dorian. Eu...
- O QUÊ? - perguntou meu pai.
   O Senhor Seymour sorriu com minha reação.
- não posso me casar com ele. Acabei de o conhecer!- reclamei.
   Meus olhos estavam cheios de água. Eu estava lutando contra as minhas lágrimas, eu não queria chorar ali, mas também não queria me casar com um completo estranho. Eu sonho em casar por amor...
- pode parar!-disse Dorian. - Sinto muito em te decepcionar senhorita, mas não é comigo que vai casar. É com meu irmãozinho ali, Ian...
   Meus olhos imediatamente se encontraram com os de Ian. Vi o sorriso de satisfação dele se tornar uma carranca. Ele odiou a ideia assim como eu.
- desculpe, mas acho que não entendi direito! -disse Ian sombrio.
- é simples meu querido. - disse o Senhor Seymour. - Eu e meu amigo Alberto, fizemos um arranjo. Uniriamos nossas famílias e nossos negócios através do casamento de vocês dois. Ela foi prometida a você antes mesmo dela nascer.
- Ela é minha noiva? -perguntou ele indignado. - Esse tempo todo ela era minha prometia? Não posso acreditar... Ela nem é tão bonita!
   Eu não conseguia mais conter minhas lágrimas e nem meu ódio.
- EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊS FIZERAM ISSO COMIGO! -gritei.
- Helena, fale baixo. Mostre a educação que te dei!-disse minha mãe.
- ENTÃO FOI PRA ISSO? TODA EDUCAÇÃO, TODO ESMERO... PRA ME VENDER? ME USAR NOS NEGÓCIOS? ACASO SOU UMA MERCADORIA? - gritei e chorei ao mesmo tempo.
- Helena, me respete. Depois falamos sobre isso!-disse meu pai.
- NÃO É JUSTO, NÃO VOU SER ENTREGUE COMO MERCADORIA SÓ PRA TE FAZER PROSPERAR! NÃO VOU ME CASAR!
- CALE-SE HELENA! -gritou meu pai.
   Eu estava furiosa, meu corpo convulsionava enquanto eu chorava. Capitei o olhar divertido de Dorian e o olhar de decepção e raiva de Ian.
- não quero e não vou me casar!-falei decidida.
   Meu pai me deu um tapa na cara. O tapa foi tão forte que o estalo parecia com algo se quebrando. A dor foi instantânea, a ardência... A vergonha...
   O tapa me fez cair no chão, meu pai nunca havia me batido... A surpresa do golpe me fez parar de chorar apesar de sentir muita dor eu só podia encarar meu pai do chão com a mão no meu rosto que latejava. Eu estava até um pouco tonta.
   Vi minha mãe tapar a boca e lágrimas escorrerem. Louise estava chorando silenciosamente e meu pai estava me encarando vermelho de tão furioso.
- VOCÊ É MINHA FILHA. MINHA PROPRIEDADE. EU FAÇO O QUE EU QUISER COM VOCÊ. E VOCÊ VAI CASAR COM ELE QUERENDO OU NÃO! ENTÃO VOCÊ SERÁ PROPRIEDADE DELE, PARA ELE FAZER O QUE QUISER E NÃO PODE FAZER NADA A RESPEITO, PORQUE VOCÊ É MULHER, E MULHERES OBEDECEM E NÃO QUESTIONAM.
   Meu pai estava gritado descontrolado, ele me pegou pelo braço e me puxou do chão me jogando na direção de minha mãe que me parou antes que eu caísse novamente.
- Eleonor, leve a garota para o quarto e comece a arrumar as coisas dela para a viagem. - disse meu pai.
   Minha mãe me pegou e me arrastou escadaria acima enquanto eu fitava o olhar triste da Senhora Seymour e os olhares surpreendidos dos irmãos.
   No topo da escada pude ouvir ainda fragmentos de conversas do meu pai:
-peço perdão por essa cena terrível. Ela nunca fez isso, garanto que não fará com o marido. Se fizer ele ja viu como resolver um ataque feminino.
- Eu disse que era para você ter contado antes Alberto, meu filho sabia que tinha uma noiva desde os doze anos. Contei cedo para evitar o que acabamos de presenciar. Demorou para ele se conformar, mas agora ele ja é consciente das suas obrigações como homem de família nobre.
- ela não precisava saber, só tem que obedecer. Nem entendo a surpresa dela, ela sabe que são os pais que aprovam os noivos. Mas enfim, ela simplesmente vai ter que obedecer, ela não tem querer.
- entendo. Mas a fase de negação logo vai passar. Afinal não será nenhum sacrifício para ela, meu filho é um belo rapaz, ela não encontraria melhor... E ela bem... Ela servirá...
- então ainda temos o arranjo?
- claro. Amanhã a carruagem virá busca-la. A viagem é longa e prefiro ir com a família para eles se acostumarem com a ideia. Ela irá para nossa casa aprender os hábitos e gostos do meu filho, vamos marcar o baile de noivado em seguida casamento. Faremos disso o mais breve possível.
- claro que sim Ferdinando.

Casamento Arranjado [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora