36 • Adrenalina

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Odeio ter de dizer isto, mas o Gabriel tinha razão. Este sítio é mesmo assustador. A viagem acabou de começar e eu quase já saltei do banco 3 vezes.

Enormes lagartos peganhentos começaram a trepar pelo nosso banco e eu agarrei-me ao Gabriel com todas as minhas forças, olhando apavorada para eles.

Gabriel - Calma, eu vou tirar... eww, são mesmo nojentos.

Os restantes lagartos desapareceram antes de ele lhes tocar e uma forte luz vermelha iluminou todo o espaço. Imensas teias de aranha eram vistas por todo o lado, juntamente com aranhas gigantes a passear pelas paredes do túnel.

Ainda com o coração bastante acelarado, reparei que ainda estava agarrada ao Gabriel, mas não me importei. A companhia dele faz-me sentir protegida e segura. Até quase já nem sinto medo. Quase.

A viagem finalmente chegou ao fim e eu saí dali com a certeza de que, depois daquilo, sou capaz de enfrentar qualquer obstáculo.

Gabriel - Que tal agora experimentarmos algo mais calmo?

Eu - Carrinhos de choque?

Gabriel - O teu significado de calmo é um pouco estranho... mas vamos a isso!

Ele deu-me a mão para me ajudar a entrar no carrinho e eu senti-me como se pudesse ficar assim para sempre. A mão dele na minha transmite-me uma calma única, tal como apenas o Diogo sabia fazer.

Porque é que estou a pensar nele? Ele deve estar a divertir-se imenso com a nova amiga, por isso eu tenho de fazer o mesmo e esquecê-lo!

Se alguém pudesse ouvir os meus pensamentos, concluía que estou com ciúmes, mas isso não é verdade. Eu estou é com raiva de ter sido trocada.

Sem me dar conta, o tempo passou num instante. Depois de andar nos carrinhos de choque, andámos nas montanhas russas, nos simuladores e ainda comprámos cachorros quentes e gelados para o jantar. Quando saímos do parque já era de noite e, felizmente, conseguimos entrar na colónia sem sermos vistos.

Fomos para o dormitório do Gabriel e deitámo-nos na cama dele, ainda ofegantes da corrida para escapar aos seguranças.

Gabriel - Foi por pouco.

Eu - Pois foi. Obrigada por tudo. Diverti-me imenso hoje.

Gabriel - Ainda bem que gostaste, mas o dia ainda não acabou. A noite ainda é uma criança...

Nesse momento, apercebi-me que estávamos realmente próximos, naquela divisão escura, apenas iluminada por um minúsculo candeeiro de mesa. A proposta é bastante tentadora, mas eu não posso continuar mais tempo perto deste rapaz. Ele está a fazer-me sentir coisas boas que eu não devia estar a sentir. Todo o meu corpo está a fervilhar neste momento.

Eu - Desculpa, mas estou mesmo cansada. Vou para o meu dormitório. Até amanhã.

Mal meti um pé no corredor, senti um peso enorme a esmagar-me o peito e uma força a puxar-me para trás, a pedir-me para me aproximar novamente do Gabriel. Porque é que me sinto culpada de ir embora?

Dirigi-me até ao meu dormitório e quando dobrei a esquina vi a porta já aberta. Ouvi várias vozes a vir daquele local e aproximei-me rapidamente para ver o que se passava.

Monitora - Bianca!! Onde raio é que andaste este tempo todo??

Borboleta Lutadora (✔)Onde histórias criam vida. Descubra agora