True Nightmares

Prólogo:

Estava andando pela estação procurando algo que pudesse me entreter enquanto meu trem não chegava, mas o movimento estava silencioso demais para aquela estação. Sentia um clímax estranho e perigoso em minha volta. Os seguranças que antes ficavam conversando em seus respectivos postos perto dos pilares ao lado das escadas haviam sumido, e tudo que eu via era apenas um casal apaixonado em um dos bancos de espera, um jovem em seus 20 anos de idade, aflito e tentando fazer ligações sem sucesso com uma criança que aparentava ser algum tipo de irmão mais novo ou quem sabe um filho, que brincava com um cachorro de rua; um cara estranho de capuz encostado na parede em que estava colado um pôster da mais nova banda de sucesso: "os skyboys", onde um grupo de 4 adolescentes aparentemente bonitos cantavam músicas no estilo pop music e que estavam batendo o recorde de visualizações em menos tempo no YouTube; um grupo de três garotas e dois garotos aparentemente universitários, dois homens adultos que não aparentavam ser colegas sentados em outro banco fazendo cara feia um para o outro e...

-Bu! – Alguém chegou por trás de mim quando eu menos esperava, fazendo meu corpo reagir através de um salto e um longo calafrio, tomado em seguida pelo sentimento de medo por ser alguém pelo qual podia me roubar ou algo do tipo.

-Olha, eu juro que eu estou sem meu celular, mas se quiser, pode pegar meus documentos! – Virei com meus olhos fechados, tirando do meu bolso uma carteira velha onde havia apenas uma nota de dois reais e meus documentos de identificação.

-Você é bobo assim ou fez algum tipo de curso? – Ao abrir meus olhos que antes estavam tomados pelo susto e medo, em seguida passaram a serem coloridos por uma cor inexplicável junto com a dilatação da minha pupila surpresa. Era uma linda moça de olhos azuis e cabelos longos e loiros, tão clichê que chegava a ser irresistível não se apaixonar de primeira vista.

-Ah... – Demorei um tempo para processar o que estava acontecendo. Quando me dei conta, meu rosto estava tomado pela coloração avermelhada. – Eu... eu..

-Você é gago? – Ela tirou sarro de mim colocando uma de suas mãos que estava coberta pela manga de seu moletom azul marinho tampando seu sorriso. Foi uma cena bem sexy para mim, me perdoem.

-Eu só fui pego de surpresa! – Cocei a cabeça na tentativa de se livrar da situação, disfarçando.

-Sei... – Ela sorriu de leve ao ver aquele fingimento. Em seguida, deixou o assunto de lado e seguiu falando. – De todo jeito, você também está com essa sensação estranha de que há algo errado por aqui?

Por um lado me senti menos mal por saber que eu não era o único que estava tendo aquele tipo de pensamento no momento, porém não gostava nem um pouco daquela situação.

-A iluminação está fraca, algumas lâmpadas estão até piscando, não há nenhum segurança presente em seus respectivos postos e quanto ao trem... – Puxei a manga de minha camisa para ver o meu relógio. – Está atrasado uns 15 minutos sendo que ele nunca ultrapassou a marca dos 28 segundos desde que eu comecei a pegar esta rota.

-Sim... – A garota dos olhos claros se movia inquietamente, analisando cada detalhe do local. Agora que eu estava encarando com menos pressão o rosto daquela garota, pude perceber um leve borrado em seu rímel nos dois olhos. – Tive um longo dia hoje, não vejo a hora de voltar para minha casa.

-Talvez devêssemos subir as escadas para ver se aconteceu alguma coisa? – Sugeri algo que não fosse ficar parado esperando que o pior acontecesse.

Ela assentiu, com uma expressão meio pálida. No caminho, tentei quebrar o gelo perguntando sobre sua identidade, mas a única coisa que consegui lhe arrancar foi seu nome: Luna.