Abdicação

13 1 0
                                    


Nas pedras sujas respira-se

O materialismo atemporal humano.

Odores de morte proliferam

Envolvidos por lixo urbano.

São os altares da civilização

Que rogam ajuda ao homem

Num cântico císnico inconsequente.


Mas o homem planta grandiosamente

O Futuro.

Colhe-O com avidez insustentável

E metamorfoseia o presente

Em confortabilidade ostentosa.


Espreme-se o espaço,

Chupa-se a terra,

Engole-se a água...

E, no calor do ouro,

Explodem as casas,

Espalham-se pedras

Ao sabor do tempo...


Voam perfumes de extinção

Com um travo de agouro...

AbdicaçãoWhere stories live. Discover now