caindo em um universo paralelo

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CAPÍTULO 1

Que o país estava crise todos nós sabíamos, não se falava em outra coisa nas mídias. Dezesseis milhões de desempregados e eu era uma delas. Eu tentava me esforçava muito, mas eu sempre acabava ouvindo a mesma resposta que eu não fazia o perfil da empresa. Ou não  tinhabo perfil da empresa, em outras palavras não  era magra o suficiente, nem loira ou qualquer outro estereótipo de secretária.

Nos últimos seis meses sobrevivi trabalhando de freelancer, como garçonete em eventos. Não pagava muito, mas eu não tinha muita escolha.

Acordei naquela manhã mas era como se eu não estivesse dormido, não conseguia dormir pensando nos juros das faturas atrasadas. Peguei o notebook e fui para a sala. Abri o e-mail torcendo para ter uma resposta.

- Alguma novidade?. Perguntou minha mãe

Não. Disse olhando para a caixa de e-mails vazia.

Minha mãe era aposentada trabalhou muitos anos em uma empresa, mas foi afastada por causa dos problemas de saúde. O dinheiro que vinha para ela não era muito, pra não dizer nada.

- Vou para a casa da dona Margarida, e de lá vou visitar a dona Joana. Qualquer coisa sabe onde me encontrar.

- Tá bom mãe.

- Não esquece de pegar Daniel, deixei macarrão pronto para i almoço.

- Minha mãe estava fazendo bicos, passando e lavando roupas dos vizinhos.

- Não se preocupe filha uma hora aparece alguma coisa. Ela diz tentando me consolar.

- Passei a tarde toda procurando emprego na internet, mandei uns vinte currículos. Me cadastrei em quatro agências. O dia passou rápido e logo deu a hora de buscar Daniel. A escola ficava a um quarteirão.

Logo que Daniel me viu,  veio correndo.

- Tia! Ele me abraça

- Achei que não vinha mais.

- Oi meu amor estava esperando o portão abrir.

- O que aconteceu? Pergunto preocupada quando vejo os olhos dele marejados.

- Os meninos falaram da mamãe. Começamos a caminhar indo para a casa.

- O que falaram da sua mãe?. Pergunto tentando esconder a raiva.

- O quê é trambiqueira tia?  Meu coração se aperta

- Chamaram a sua mãe disso?

- E também ficaram rindo. Daniel diz choroso

- Olha meu amor. Digo me abaixando.

- Não ligue para esses meninos, eu e a vovó estamos aqui te amamos e cuidamos de você.

- Eu queria  que a mamãe estivesse aqui, e que ela viesse me buscar, e fosse nas apresentações igual as outras mães. Meus olhos se enchem de lágrimas. Abraço Daniel.

- Escuta! Eu e a vovó nunca te deixaremos, nunca vou te esquecer e sempre irei te ver nas apresentações da escola.

- Não ligue para aqueles meninos, vou procurar a diretoria. Pedir para que falem com as mães deles e eles não vão fazer mais isso.

- Além do mais aposto que eles não tem uma tia tão legal. Digo sorrindo.

- O que você acha da gente jogar videogame e tomar sorvete. Digo tentando mudar de assunto.

- Durante o resto da tarde tentei entreter Daniel, não queria que ele percebesse o ódio que eu sentia da mãe dele. Não queria que ele se sentisse influenciado a sentir raiva da mãe.

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