O menininho acorda de repente e de seu abajur do Naruto uma luz amarela mortiça se irradia pelo quarto.
Ele pisca os olhinhos uma, duas e na terceira vez, nota a Mão.
Solta do corpo, subindo na cama com a pele ressecada como um pergaminho, amarelada pela luz do abajur ou não. Coberta de pelos negros espessos.
Separada de seu corpo de pesadelo, caminha sobre o lençol da turma da Mônica com a desenvoltura de uma aranha e o garotinho sente a mão passando por suas perninhas trêmulas.
Imediatamente apavorado, ele se cobre com o lençol e a mão ressecada passeia por seu peito magro fazendo com que o menininho grite encharcando a cama de um liquido amarelo quente.
Após alguns minutos sem sentir a coisa andando sobre si, ele toma coragem para olhar em volta.
Nada.
A mão sumira.
Levanta-se de um impulso e corre para o quarto da mãe, assustado ainda, entra sob o edredom, buscando a forma familiar de sua protetora suprema contra os pesadelos noturnos e momentos depois, mais relaxado, nota que a mãe deixou a porta do armário entreaberta.
Não repara na poça de sangue que se forma aos pés do móvel de nogueira e nem sabe que dentro dele, pendurada em vários cabides, está a mamãe retalhada.
- Durma bem querido. – ordena baixinho uma estranha voz rouca.
Antes que ele possa gritar algo se volta para ele e o menininho é envolto em um abraço ressecado.
Boa noite.