Capítulo 1

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Agatha...

Seis meses depois da morte da minha mãe eu tomei coragem pra vim para São Paulo, não sei como o meu pai reagiu quando descobriu que tinha uma filha, nem sequer sei como ele é e se é que ele acreditou na minha mãe ou se recebeu a carta, mas cá estou eu, com uma mochila nas costas e com a minha pequena Alice nos braços que dorme tranquilamente.

-Onde a gatinha pensa que vai?

Estou no começo do morro e tem muitos homens armados e isso me asusta um pouco.

-Eu preciso falar com o Gel.

-Sei não em gata, acho que você não faz o tipo do patrão, ainda mais com essa guria no colo.

-Por favor moço, eu preciso falar com ele, só chama ele pra mim, se ele perguntar diz que é a filha da Verônica.

Ele acentiu e pegou uma espécie de rádio, ele se afastou e eu me sentei no meio fio, a Alice vai completar quatro anos e pesa muito, meus braços e costas doem muito, ainda mais pela viagem que foi muito cansativa para nós duas, vejo um carro para na entrada do morro e dois homens descerem, um parece ter a minha idade e o outro é bem mais velho.

-Onde ela está Caíque?

O rapaz apontou pra mim e eu me encolhi, o homem mais velho se aproximou de mim e eu tremia de medo, se ele for o meu pai, e se ele não acredita em mim, todos os meus medos se vão quando eu sinto dois braços fortes me abraçarem.

-Filha.

Olho surpresa para o homem à minha frente e retribuo o abraço.

-Meu Deus eu tenho uma filha, como você é linda, santo Deus, você se parece tanto comigo.

-A menina é mó linda Gel, não parece nada com tu não.

O rapaz que desceu do carro falou, até então ele só me encarava, acho que não gostou muito de mim.

-Nem tenta chegar perto dela em JL, e essa bebê no seu colo?

-Minha filha.

Falei toda cheia de orgulho, por mais que eu tenha sofrido muito, a Alice é o meu maior tesouro.

-E o pai dela?

Senti meus olhos transbordarem quando o tal JL perguntou.

-Deixa minha filha em paz, vamos Agatha, você e essa boneca devem está cansadas da viagem.

-Bastante.

Ele pegou a Alice do meu colo e confesso que fiquei um pouco receosa, não conhecia ele e nem ninguém ali, mas pedia a Deus que minha mãe estivesse certa...

De Princesa À PatroaOnde histórias criam vida. Descubra agora