Caracol Mayoi 006

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"Então que tipo de monstro ou aparição é essa vaca perdida? E como nos livramos dela?"
"Araragi-kun, por que os seus pensamentos são sempre tão violentos? Algo bom aconteceu?"
Aparentemente, Senjougahara tinha acordado Oshino. Ele tinha se queixado de que ela era horrível por interromper seu descanso matinal de domingo, mas já era de tarde e para Oshino todo dia era domingo e era férias de verão o ano todo. Eu realmente não sentia que o governo tinha dado a ele o direito de dizer algo assim.
Oshino não tinha um celular, então ele tinha sido forçado a usar o celular de Senjougahara para me chamar. Contudo, o motivo para qual ele não tinha um celular não era simplesmente por seus princípios ou falta de dinheiro. Parecia que Oshino era terrível com eletrônicos.
Quando eu tinha o ouvido falar, "Ei, Tsundere-chan, que botão eu devo apertar para quando eu quiser falar?" eu quase desliguei ali mesmo.
Isso não é um rádio de duas vias.

"Mas o que está havendo? Isso vai além do incomum. É anormal. Você realmente tem encontrado um bocado de monstros nesse curto tempo, Araragi-kun. Estou bem contente. Apenas ser atacado por uma vampira deveria ter sido mais do que o suficiente, mas então teve o gato da Representante de Classe-chan, o caranguejo da Tsundere-chan, e agora você encontrou esse caracol."
"Não sou eu que o encontrou."
"Hm? Não é você?"
"O quanto a Senjougahara te contou?"
"Oh, acho que ela me contou tudo, mas eu ainda estava meio sonolento. Está tudo um pouco vago, então eu devo estar me recordando mal de alguma coisa. Oh, mas eu sempre quis que uma garota bonitinha do colegial me acordasse. Isso foi como um maravilhoso sonho. Araragi-kun, graças a você, o sonho que eu tinha desde o fundamental foi realizado."
"... E como você se sente?"
"Hmm, ainda estou cansado demais pra realmente contar."
Sonhos realizados geralmente eram assim.
Não importava realmente quem você era ou quais eram as circunstâncias.
"Oh, a Tsundere-chan está me dando um olhar assustador. Céus. Que assustador. Algo bom aconteceu?"
"Quem sabe..."
"Você não sabe? Você realmente não entende de garotas, entende, Araragi-kun? Bem, tanto faz. Heh. É verdade que uma vez que você se envolva com esse mundo, é mais fácil ser arrastado de volta a ele, mas isso ainda é concentrado demais. A Representante de Classe-chan e a Tsundere-chan são suas colegas de turma, e, pelo que ouvi, esse lugar é de onde as ambas vieram, certo?"
"A Senjougahara não mora mais aqui, no entanto. Mas não acho que isso importe. Não acho que a Hachikuji more aqui."
"Hachikuji?"
"Oh, você não ouviu? Hachikuji Mayoi é o nome da criança que encontrou o caracol."
"Oh..."
Ele fez uma pausa por um segundo.
Não parecia ser simplesmente por conta de sua sonolência.
"Hachikuji Mayoi, hm? Ha ha. Entendo. Está tudo se encaixando. O que foi me contado está voltando a mim agora. Entendo. Parece quase destino. É mesmo um trocadilho."
"Um trocadilho? Oh, você quer dizer que Mayoi é pronunciado assim como 'perdido'? E então uma criança perdida encontra uma vaca perdida. Essa é uma piada surpreendentemente sem graça, Oshino."
"Eu nunca faria uma piada tão ruim assim. Eu não rio por nada. Como dizem, um sorriso pode esconder uma lâmina. Estou falando sobre Hachikuji ser combinado com Mayoi. Você é familiar com o termo Hachikuji? Vem da quinta estância de Shinonome Monogatari."
"Hahh?"
Hanekawa tinha mencionado isso também.
Não que eu soubesse do que eles estivessem falando.
"Você realmente não sabe de nada, sabe, Araragi-kun? Isso dá um propósito às minhas explicações, mas eu realmente não tenho tempo agora. Estou bem cansado. Hm? O que é isso, Tsundere-chan?"
Senjougahara parecia ter dito algo para Oshino, então a conversa foi interrompida por um pequeno instante. Claro que eu não podia ouvir o que ela estava falando e quase pareceu que ela estava propositalmente falando de maneira quieta o suficiente para que eu não pudesse ouvir.
Duvidei de que houvesse um segredo que eles estivessem escondendo de mim, mas ainda fiquei curioso.
"Ah....Hmm."
Eu apenas podia ouvir as palavras de confirmação de Oshino.
E então ouvi um suspiro longo e pesado.
"Araragi-kun, você realmente é inútil."
"Hah? De onde veio isso de repente? Não falei nada sobre estar matando tempo."
"Se você faz a Tsundere-chan fazer tanto assim por você, ela vai se sentir responsável. Fazer uma garota resolver seus problemas por você é simplesmente patético para um homem. O que uma garota deve consertar é o homem em si, não os problemas dele."
"Um, uh... Eu realmente me sinto mal por ter envolvido Senjougahara nisso. E eu me sinto responsável por isso de verdade. O problema dela acabou de ser resolvido na semana passada e agora isso..."
"Não, não é isso. Sinceramente, Araragi-kun, acho que você está ficando um pouco cheio de si depois de ter resolvido três problemas com monstros de uma vez. Só pra você saber, nem tudo que você vê e sente é real."
"... Eu não estava tentando ser assim."
Eu instintivamente me encolhi por conta dessas palavras rudes. Ele tinha me golpeado onde doía. E infelizmente, algumas poucas coisas do tipo vieram à mente.
"Sim, você não seria desse tipo, Araragi-kun. Eu te conheço bem o suficiente pra saber disso. Estou somente dizendo que você precisa ficar mais atento aos seus arredores. Mas se você realmente não está ficando cheio de si, deve ao menos estar se forçando. Ouça cuidadosamente. Nem tudo que você vê é real e nem tudo que você não vê é também, Araragi-kun. Recordo-me de contar a você algo similar quando nos encontramos pela primeira vez. Você esqueceu?"
"Eu me lembro, mas isso não é sobre mim, Oshino. Então podemos voltar pra vaca perdida? Por favor, me conte como lidar com esse caracol. Como devemos retirá-la do caminho?"
"Eu já te disse pra não pensar nisso em termos de retirá-lo do caminho. Você simplesmente não entende nada. Se continuar dizendo coisas assim, espero que você eventualmente venha a se arrepender disso. Tenha certeza de tomar a responsabilidade pelo que tiver feito quando essa hora chegar, okay? De todo jeito, sobre a vaca perdida. Ela... hm..." Oshino hesitou. "Ha ha. É apenas tão simples que é difícil dizer qualquer coisa. Qualquer coisa que eu poderia dizer acabaria te salvando, Araragi-kun. E não posso fazer isso. Você tem que salvar a si mesmo, não é, Araragi-kun?"
"É simples? Sério?"
"Isso não é nada como um vampiro. Aquilo foi realmente um caso raro. Suponho que não é tão surpreendente que você tenha ficado um pouco abalado com aquilo tendo sido sua primeira vez... Oh, sei. Suponho que a vaca perdida é um pouco similar ao caranguejo que a Tsundere-chan encontrou."
"Hmm."
O caranguejo.
Aquele caranguejo.
"Oh, certo. Também há o problema da Tsundere-chan. Ugh, odeio isso. Meu papel é de um intermediário entre humanos e aquele lado das coisas, então agir como um intermediário entre duas pessoas é algo fora da minha área de especialidade. Haha. Hmm, o que estou fazendo? Acho que fiquei um pouco íntimo demais de você, Araragi-kun. Ou melhor, nunca esperei que alguém contasse comigo tão prontamente ou ter que resolver qualquer coisa pelo telefone."
"... Bem, esse parecia ser o método mais simples."
Poderia ser simples, mas nós ainda não gostávamos dele.
Contudo, o fato continuava sendo que nós não tínhamos nenhuma outra opção.
"Eu preferiria que você não me contatasse tão facilmente. Na maioria das vezes em que você encontra um monstro, você não vai ter alguém como eu por perto. Além disso, isto é mais um tipo de problema de senso comum e não meu tipo normal de aconselhamento, mas você realmente não deveria mandar uma garota adolescente sozinha para as velhas ruínas de um prédio em que um homem suspeito mora."
"Oh, então você está ciente de que é suspeito e que mora nas ruínas antigas de um prédio..."
Contudo, ele tinha razão. Senjougahara tinha aceitado isso tão prontamente - na verdade, ela tinha se voluntariado - que faltei um pouco com esse tipo de consideração.
"Mas eu sei que você não faria nada a ela."
"Normalmente, eu apreciaria sua confiança, mas certos limites precisam ser impostos. É por isso que temos regras. Uma zona de conforto que casualmente rasteja por aí é algo que não podemos ter. Sabe o que quero dizer? Não importa o quê, precisamos isolar uma área de coisas que são inaceitáveis. Do contrário, o território do que nós podemos fazer apenas diminui e diminui. Geralmente é dito que regras têm exceções, mas se é uma regra, não deveria haver exceções. Ainda assim, exceções não podem existir sem regras. Haha. Estou começando a parecer com a representante de classe-chan."
"Nn..."
Ele realmente estava certo.
Decidi me desculpar com a Senjougahara depois.
"De todo jeito, parece que a Tsundere-chan não confia em mim tanto quanto você, Araragi-kun. Ela tem uma confiança temporária em mim por conta da sua confiança, então se algo acontecesse, a culpa seria sua. Não se esqueça disso. Não, não vou fazer nada! Sério, não vou! Wah! Coloque esse grampeador no chão, Tsundere-chan!"
"........."
Ela ainda tem aquele grampeador?

Bakemonogatari: Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora