"Preciso de contar uma coisa,
Apenas para deixar enterrado...
É que agora eu já não posso mais suportar isso...
(...)
Logo você que era tão frágil e indefesa...
Foi punida em meu lugar...
(...)
Que esta luz ilumine os meus pecados...
Por favor..."
Sussurros. Eu os cresci escutando. Pessoas mortas. Eu nasci as vendo. Mais uma vez eu estava trancado em qualquer cômodo da casa. _Minha_ casa... Nosso lar, nossa família... Deviam ser nossos portos de segurança. Ou não. Talvez minha mente que já era conturbada, tornou-se demoníaca com o passar dos anos. "Papai eu te amo". Quem nunca ouviu alguma criança dizer, ou já não escreveu em algim cartãozinho patético para o dia dos pais? Eu nunca... Eu não o amo... O amor é algo recíproco que, eu sei que ele não sente... Sinto meu rosto molhado. Que idiota... Estou chorando de novo... Meus pais estão discutindo na sala, é o que minha mãe diz. Sempre que vê o homem que contribuiu para minha entrada no mundo, chegar. Discussões deixam marcas? Digo, marcas de mãos no pescoço, nos braços, pernas?
Chamem-me de covarde... Assim como fizeram com tantos antes de mim, que apenas estão cansados de ver o sofrimento alheio... Eu sou um covarde... Um covarde inútil... Um covarde inutil que escuta a mãe gritar todas as noites, sem coragem de fazer nada pois sabe que sobrará para si... Eu não aguento mais... Deus perdoe-me e faça com que seja possível redimir-me deste pecado...
Levantei-me de minha poça de dor e caminhei lentamente até a sala, eu não sabia o que fazer. Pensaria depois de ter agido apenas... Gritos e xingamentos eram executados na pequena sala. Não queria ver... Não queria escutar... Por que sua m**** que ouso chamar de mente faz isso comigo?
Ele levantou a mão e ela se preparou para o golpe que a acertaria em seguida. Golpe que não veio... No lugar do golpe vieram lágrimas... Como eu vim parar aqui? E por que minha mãe está gritando que eu o matei, enquanto seguro uma das milhares de garrafas de alguma bebida alcoólica de meu pai?
Porque talvez seja a verdade...
...
Me desculpe, me desculpe. Me desculpe, meu irmão... Mesmo que eu tente esconder ou ocultar, isso não pode ser apagado. Você está me chamando de pecador? O que mais eu tenho que dizer? Me desculpe, me desculpe... Me desculpe, minha irmã. Mesmo que eu tente esconder ou ocultar, isso não pode ser apagado... Então chore... Por favor, seque meus olhos... Seque estes olhos enxarcados por lágrimas de meu pecado mais terrível... Deus me perdoará? Ele sangra em meus braços... Eu não consigo me sentir culpado, mas quero ser punido...
Há luzes no lado de fora da casa. Luzes azuis e vermelhas... Eu preciso sair daqui... Uma corrida até o sótão, foi a mais rápida da minha vida. Assim como a corrida pelo telhado, até desencadear em uma sequência de madeiras empilhadas, nas quais pulo. Não sei onde estou. Não sei como vim parar aqui. Não sei o que fazer. Meu corpo dói e minha mente gira. O pequeno celular em minhas mãos disca o número do único ser vivo que poderia me ajudar, quando ele atende, não sei o que falar. Como explicar? "Alô?" Ele fala pela - talvez - décima vez. "Jin-hyung..."
Eu o matei...
" Essa luz, essa luz, por favor ilumine meus pecados
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Onde eu não posso voltar, o sangue vermelho está fluindo Mais profundo, sinto que estou morrendo todos os dias Por favor, deixe-me ser punido Por favor, me perdoe pelos meus pecados"
