Essa é a última vez que escrevo sobre você!
Eu nunca fui boa com as palavras, mas quando o assunto era você, eu me tornava poeta, seja na alegria ou na dor... você sempre me inspirava.
Hoje, eu vim lhe agradecer pelas feridas que você me causou, se não fosse por elas, eu jamais teria me tornado a mulher que sou agora.
Eu te dei meu brilho para que você pudesse brilhar, mesmo sabendo que eu ficaria fosca depois. Te dei asas, mesmo sabendo que você voaria sem mim, para longe, para desfrutar da sua liberdade. Não me arrependo de ter lhe dado o mundo. Não me arrependo de ter dado você a capacidade de ver as estrelas. Mas, me arrependo de ter perdido tanto tempo te esperando. Esperando você decidir se voaria com as asas que lhe dei, ou devolveria para que ficasse aqui no chão firme comigo. Esperando que você notasse, que meu amor era tudo o que eu tinha para lhe oferecer.
Os dias estão passando, e aquilo que eu jurava ser intacto está se desfazendo, como um sopro, como algo que estava destinado a ter um fim. E bem... nunca fui boa com finais.
Você não irá ler isso, assim como jamais leu nenhuma das poesias que eu lhe dedicava, ou textos dos quais eu passava horas e horas lhe escrevendo para que você lesse ao acordar. Foi difícil ter que lidar com o fim, ver você sorrindo enquanto eu desmoronava. Ver você seguindo em frente, mesmo quando eu sempre ficava pra trás esperando você voltar, parada no mesmo lugar de onde você me deixou.
Meus olhos chovem o peso do fim, e a sua ausência ainda me dói mais do que ácido na pele. Eu só queria ter a certeza de que isso vai acabar logo. Você estacionou seu amor falso no meu peito, e eu morri antes mesmo de ter ouvido seu adeus.
