CAPÍTULO-01

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Acordo, olho no dispertador e pulo da cama. Sabia que não tinha sido uma boa idéia ficar até tão tarde com Isabele no telefone. Mas ela estava nervosa com o teste de líder de torcida de hoje. Eu sabia que ela iria passar, mais ela estava nervosa de qualquer maneira e ela sempre se acalmava quando nós conversávamos. Então eu fiquei ouvindo tudo o que minha melhor amiga podia lembrar sobre piruetas e saltos.

Fui para o banheiro e fiz minhas higienies matinais o mais rápido possível. Se eu tivesse alguma sorte, meu irmão ainda poderia estar me esperando. Me arrumei o mais rápido possível e cheguei a tempo de vê-lo indo para a garagem.

- Bom dia, Irmãzinha. - ele diz sarcástico com as chaves do carro na mão.

- Nem começa, Lucas - desço as escadas. - não é um bom dia. - digo irritada e entro no carro.

- Por quê? - diz ele entrando no carro depois de mim. - não dormiu bem?

- Você sabe que não, Isabele ficou no telefone comigo a noite toda. - Respondo abaixando o espelho do quebra sol. Tinha me e arrumando tão rápido que nem tinha me lembrado de fazer maquiagem.

- Falavam de mim? - ele pergunta sorrindo de canto.

- Acorda, Lucas! - digo revirando os olhos - Não é por que você é o capitão do time que o mundo gira em torno de você!

- O mundo não, - ele diz sério e depois sorri - mas as líderes de torcida sim.

Chegamos na escola e o sinal havia acabado de tocar. Do portão, sair correndo e entro na sala mas por algum milagre, a mesa do professor estava vazia.

- Tá atrasada. - Isabele vira para mim assim que sento na mesa atrás dela - Nossa, que cara e essa!? - ela diz analisando meu rosto

- A única que eu tenho - falo em tom seco, final, a culpa era dela se eu estava parecendo um zumbi esta manhã.

- Desculpa aí - Ela levanta a mão em sinal de rendição, então seu rosto muda.- Meu teste é depois da aula - ela diz empolgada.

- Boa sorte - Digo sincera, por mais que ela tenha me feito ficar acordada até tarde, ela era minha amiga e eu torcia por ela.

A porta da sala se abre e o professor entra na sala.

* * *

Tudo tinha sido normal do final da aula até a hora do intervalo, quando Isabele foi fazer o tal teste das líderes e eu pra biblioteca. Era o único lugar silencioso da escola, graças a rabugenta da bibliotecária.

Tinha passado uns bons quinze minutos antes de ir para o refeitório. Mas tinha comido a maçã que eu tinha comprado quando fui enterrompida por Isabele.

Ela tinha trocado as roupas de ginástica que ela usava para fazer o teste quando eu a deixei no ginásio. Seu cabelo estava molhado e ela tinha nas mãos o uniforme das líderes.

- Eu passei - Diz Isabele eufórica.

Eu levanto da mesa e a abraço.

- Eu sabia que você ia passar! - digo. - Se bem que eu teria gritado muito da arquibancada - Começo assim que saio dos braços de minha amiga. - Se a vaca da Luana não tivesse barrado a entrada de todo mundo que não iria fazer teste

Isabele revira os olhos.

- Vamos para minha casa comemorar!

- Claro! - Respondo - Eu só tenho que avisar o meu irmão. - Falo já saindo do refeitório. - Ele ainda deve estar no treino.

Isabele concorda com a cabeça.

- Claro - ela responde -, eu vou com você!

Andamos de braços dados pelos corredores do prédio principal até o campo de futebol. Ainda tinha alguns jogadores correndo ao redor do campo enquanto o treinador apitava.

Meu irmão estava do lado do campo com os outros jogadores. Junto com Isabele, atravesso o campo e vou na direção dele.

- Olha quem está aqui! - Diz um dos jogadores que eu não sabia o nome.

- Lara! - Diz meu irmão se virando e olhando para mim. - e Isabele - ele adiciona assim que vê minha melhor amiga do meu lado, e dá um sorriso de canto. Reviro os olhos.

- Eu vou pra casa da Isabele - digo

- O quê? - Ele começa, - e não vai me convidar?

- É particular. - diz Isabele, então ela adiciona: - Se fosse pra você ir, nós teríamos te convidado

Ele fingi que levou um soco enquanto ao redor dele seus colegas de time fazem igual ao Turn Down For What.

- Já podemos ir ? - Pergunta Isabele impaciente.

Nós já estavamos quase no outro lado do campo quando meu irmão grita:

- Lara!! Lembra que vamos...

Ele é interrompido quando eu e Isabele dobramos o corredor. Seja o que for que ele disse talvez não  seja tão importante assim, já que nos últimos três meses em que morávamos juntos não saísse nada de bom da sua boca, eu era acostumada com o drama dele. Também se dava o fato que toda vez que ele tinha uma virose, achasse que iria morrer.

O resto das aulas transcorriam normalmente encontrei Isabele em frente ao portão da escola assim que as aulas acabaram.

Sem carona, eu e Isabele pegamos um ônibus e fomos andando para a casa dela. A casa e dois andares  estava vazia quando chegamos, Tia Karla , a mãe de Isabele tinha saído. Assistimos um filme qualquer e pedimos pizza. A tarde toda passou como um borrão e quando me dei conta, já se passavam muito das nove horas da noite. Resolvi ir pra casa, afinal seria muito incômodo se eu ficasse para dormir sem ter avisado antes meu irmão ou a mãe da minha melhor amiga.

Quando eu finalmente cheguei em casa, era por volta das onze da noite. Logo que entrei em casa não consegui ver um palmo a frente do meu nariz, graças as luzes da sala que estavam apagadas assim como lâmpadas de parede do corredor do segundo andar, o que provavelmente significava que meu irmão estava trancado no quarto desde da tarde. Era um milagre que eu tivesse conseguido subir as escadas naquele escuro sem cair. Passei direto pela sala e  fui direto para o meu quarto. Eu mal abri a porta e me joguei direto na cama. Me deitei de bruços e me permiti fechar os olhos. No escuro, tive a impressão de sentir um braço em cima de mim. Quando eu viro para o lado direito. A pessoa deitada ao meu lado enlaça minha cintura eu não me contenho e dou um grito.

- Aaaaaaaaaaaaaaaaaa!! - Grito desesperada me levantando da cama. A pessoa  que estava deitada  na minha cama também se levanta e tenta me acalmar.

- Calma moça - aquela pessoa fala baixinho para mim. Ele também parecia assustado.

- Quem é você!? - Pego a primeira coisa que minhas mãos conseguem tocar - O que você está fazendo no meu quarto!? - eu falo apontando o objeto que peguei na minha penteadeira na frente dele.

Ele estava assustado, até que seus olhos vão para o objeto em minhas mãos e ele dá um meio sorriso sarcástico.

- Sério que você vai querer me bater com uma escova de cabelo!? - ele fala rindo.

A porta do meu quarto se abre e meu irmão entra logo em seguida com um taco de beisebol. Bem no estilo americano de velhos rabugentos. Mas mesmo a visão de meu irmão me deu alívio.

- Está tudo bem, Lara? - Ele pergunta olhando feio para o garoto sem largar o taco de beisebol.

- Quem é ele, Lucas? - Tento responder calma, mas minha voz acaba subindo algumas oitavas de qualquer maneira.

Meu irmão abaixa o taco devagar e olha para o chão meio sem graça.

- Então... - ele começa. - Lembra quando eu disse que teríamos visitas? - diz ele sem jeito.

Ainda ao lado da cama, o garoto ri baixinho. Lanço um olhar raivoso em sua direção e ele para. Mais ainda com o sorriso nos lábios. O filho da mãe estava se divertindo com tudo isso.

- Eu não entendo... - digo confusa. - Que visita?

Lucas olha de mim para o garoto ao lado da minha cama. Então suspira derrotado.

- Lara, esse é meu amigo Felipe. - ele diz devagar. Então solta a bomba:

- Ele vai morar conosco por um tempo.

O Melhor Amigo Do Meu Irmão [Em Hiatus]Onde histórias criam vida. Descubra agora