1- A luz do sol

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Margareth acordou, devagar, massageando o seu próprio rosto e esticando as pernas.

"Mais um dia na vida de Margareth D' Ló, filha do rei Josephe II, a herdeira do reino de Yellow."

Ao pensar em tais palavras, a morena fechou os olhos com força, mordeu o lábio inferior e recomeçou:

"Quer dizer...eu deveria ser, até ontem, quando eu me tornei mais uma vítima das famosas e cruéis bruxas do Deserto. Agora estou sozinha, na verdade, sempre estive sozinha..."

A menina dos olhos acastanhados, levantou-se do chão de pedra fria e caminhou até um canto que lhe parecesse mais quente e aconchegante.

"Sinto que estou num pesadelo...mas essa é a minha realidade agora."

Ela fechou os olhos e relembrou "aquele" dia.
Começou como qualquer outra manhã...

- Ouvis-te falar? Outra pessoa foi vítima das bruxas! - Uma empregada com um sotaque engraçado, que usava um simples vestido roxo, falava animadamente com outra.

Margareth, que estava no seu caminho para ir tomar o café da manhã, parou para ouvir a conversa das suas criadas.

- Isso é terrível! - Suspirou a outra, que por sua vez, usava um vestido amarelado mas exatamente do mesmo formato. - Quem foi escolhido desta vez?

- O carpinteiro da aldeia. - Respondeu a outra fazendo uma cara de nojo. - Dizem que a bruxa enviou um espião para casa dele e que o envenenou para ser "apenas mais um igual a elas".

- Pobrezinho... - Suspirou a segunda empregada. - Cada vez mais pessoas têm sido vítimas das bruxas.

- Achas que elas nos podem escolher a nós? - Perguntou a primeira empregada com um ar preocupado.

- Óbvio que não. - A amiga largou a esfregona e a vassoura. - Elas só escolhem pessoas com alguma anormalidade.

- Anormalidade? - A segunda, que acabara de largar o espanador, esperava uma resposta, mas antes que essa lhe fosse entregue, Margareth interrompeu.

- Vocês duas são pagas para trabalhar, não para falar. - Margareth, no seu vestido de alta costura, resmungou.

Ambas ficaram espantadas por verem a sua senhoria ali, a vê-las sem nada nas mãos.
Ambas pediram desculpas, pegaram em tudo o que estava sem cima da mesa e correram para fora da pequena sala.

"Outra vítima..." - Pensou D' Ló - "Desde a grande guerra que elas não param de aparecer...de qualquer maneira, eu não tenho muito interesse nisso".

Também ela saiu da sala, os seus sapatos de salto alto faziam um som irritante quando entravam em contato com o chão.

" As vítimas são pessoas tolas e fracas." - Margareth suspirou. - "Assim como a minha mãe, mas ela já não está neste mundo e nunca mais irá voltar, por culpa da sua idiotice."

- Princesa, o rei e a rainha estão a chamá-la para a sala de jantar. - Disse uma das empregadas de antes.

- Estou a caminho. - Respondeu a princesa.

Aumentou a velocidade, o seu pai odiava atrasos e ela sabia muito bem disso. Entrou por uma enorme porta de madeira cheia de ornamentos em dourado e prateado.

Um leão de ouro com asas de prata era a principal atração naquela sala, ficando em cima de cada janela e porta. Um enorme quadro de cavaleiros ficava de frente para uma mesa grande e cheia de diversas comidas. O famoso lustre de diamantes ficava estratégicamente posicionado para emitir luz numa maior intensidade e as cortinas vermelhas combinavam com a cor das cadeiras de luxo.

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⏰ Última atualização: Jul 09, 2017 ⏰

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