14: lier

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O outono chegou com tudo este ano, e junto a ele, a pequena garoa fina que nos traz a tona o verdadeiro solo italiano.

Todas as lojas da cidade agora possuem diversos estilos de botas, em preços um tanto absurdos para os modelos. Mas ainda assim as pessoas compram feito loucas nesta época.

Agarro o meu chocolate quente e sento a beira da janela de meu quarto. Abro-a por um pequeno instante para sentir a brisa ultrapassar a janela.
Tenho de escrever um artigo sobre a nova seleção belga, e que importância a Premier League tem para as suas convocações.
A chuva talvez, seja uma grande inspiração no fim de tudo.

Hoje saiu a lista de convocados para a seleção do Chile. Alexis, meu crush de adolescência foi um dos convocados.

Quando eu era mais nova, o meu pai me dizia para fazer jornalismo, como ele e vovô fizeram. Disse a ele que a única parte que me atrairia nisso, seria o lado esportivo, alegando que eu teria chance de conhecer o Alexis, mas que logo seria demitida, por que não resistiria a abraça-lo.
No fim, nunca tive a chance de vê-lo.

Passo horas sentada ali, na beira da janela, tentando ser forte o bastante para seguir a minha vida.
Quando acabo a matéria e a salvo no Word, me visto numa roupa formal e desço para almoçar.

Não estão todos reunidos hoje, mas os mais próximos estão lá, deliciando-se nas delícias de Massimiliana.

Sento do lado de Juan, sem perceber. É preciso que ele fale comigo para que eu o note: "Eu fiz algo errado?" Pergunta ele, num sussurro.

Eu estava o evitando nos últimos dois dias. Não queria ser rude com alguém tão dócil. Talvez tenha sido errado usar de seu charme para tentar afastar um sentimento que me enlaçou. Juan era bom, mas não ao ponto de arrancar aquilo que criei por Paulo.

Balanço a cabeça. Negando. - Nada.

Mas ele é insistente. - Por quê você está distante, então? Se eu tiver feito merda, pode falar, Katrina.

Encaro-o, tristonha. - Não é nada com você, Juan. É comigo, na verdade.

Eu gostava de Juan como pessoa. Gostava de suas piadas e de seu sorriso, mas não posso brincar com ele. Não me sinto bem em fazer com os seus sentimentos o que fizeram com os meus durante toda a minha vida. Eu não sou assim, e nem quero ser.

- Tem a ver com aquele cara, não é? O jogador. -acusa, irritado. - Você está com ele agora? Vocês estão juntos... Como um casal?

Pisco freneticamente. - Não! Nada à ver!

Ele dá uma risada, raivoso. - Eu não pensei que fosse desse tipo.

Grita, fazendo com que todos os outros deixem os seus talheres de lado e encarem a situação agitados. - Por que você está fazendo isso, Juan?

- Você... Eu só estou cansado, Katrina! -bate as mãos contra a mesa, emitindo um barulho ensurdecedor abaixo da trêmula que balança os pratos. - Eu fui verdadeiro com você por todo esse tempo. Te mostrei os meus sentimentos. Te levei para jantar num lugar legal, e, tentei ser o melhor pra você, e tudo o que você me diz é que o problema está em você? Ah, por favor, Katrina. Fale de uma vez que está fazendo tudo isso pela ganância!

Me sinto extremamente confusa, e envergonhada. Eu nunca tive quaisquer desentendimento com alguém na casa, e todos estão olhando pra mim de um modo que eu não compreendo. Maxi levou a minha refeição no quarto esses dois dias, mas apenas porque eu disse que estava me sentindo mal.

KATRINA | DYBALA ✨ Onde histórias criam vida. Descubra agora